Programa Nacional de Compras Electrónicas
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Enquadramento
O Governo entende ser necessário acelerar a adopção dos procedimentos electrónicos no procedimento aquisitivo público e no tecido empresarial português tendo em consideração a importância da matéria e a nossa desvantagem face a outros Estados Membros. Estes países já definiram uma estratégia nacional e executaram ou estão a executar projectos-piloto relevantes. Este atraso tornar-se-á mais evidente quando o trabalho preparatório que tem sido desenvolvido noutros países começar a dar frutos que lhes trarão vantagens competitivas cumulativas.
A Irlanda – país europeu com uma economia comparável à portuguesa – definiu uma estratégia de compras públicas electrónicas com um investimento associado de € 43 milhões e prevê vir a gerar poupanças de € 400 milhões entre 2002 e 2007 e, posteriormente, € 170 milhões anualmente. Este montante representa um ganho/poupança de 2% da despesa total de compras de € 8,8 Biliões.
O Estado, não obstante reservar para o sector privado e para as forças de mercado o papel de motor do desenvolvimento da sociedade da informação e, nomeadamente, do comércio electrónico, deve assumir um papel impulsionador. Deste modo, o Estado deverá actuar primordialmente nas seguintes vertentes:
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Liderar, dando o exemplo, o processo de adopção das compras electrónicas, deste modo actuando como catalisador para toda a Economia Nacional.
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Promover a confiança dos cidadãos e das organizações nos mecanismos de aquisição electrónica;
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Utilizar os meios necessários para sensibilizar, instruir e apoiar as empresas na adopção das compras electrónicas;
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Garantir uma infra-estrutura tecnológica de suporte às necessidades nacionais, nomeadamente através da criação de um Portal Nacional de Compras Electrónicas;
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Fortalecer o mercado, promovendo a qualidade da oferta de serviços de suporte às compras electrónicas;
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Assegurar a actualização do enquadramento legal necessário ao desenvolvimento das compras electrónicas;
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Mobilizar as capacidades do sector privado para a implementação deste Programa Nacional.
Visão
A utilização de meios electrónicos no processo aquisitivo público (compras electrónicas) irá gerar poupanças estruturais e ganhos de eficiência nas compras do Estado, aumentar a transparência e a qualidade de serviço prestado pelo Estado, e facilitar e alargar o acesso das empresas, grandes e pequenas, ao mercado das compras públicas.
As compras públicas irão facilitar e alargar o acesso das empresas, qualquer que seja a sua dimensão, ao mercado das compras públicas.
Os objectivos de actuação a que este eixo de actuação se propõe centram-se em duas grandes vertentes:
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Dinamização das compras públicas electrónicas –, A dinamização das compras electrónicas na Administração Pública, contribuirá directamente para a redução de custos, o aumento da produtividade, e o incremento significativo da transparência nos processos de aquisição.
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Generalização das compras electrónicas no tecido empresarial português – com particular enfoque nas PME – através da eliminação de barreiras à adopção e da dinamização de redes de valor em sectores chave da Economia Nacional, com o objectivo de aumentar a sua eficiência e a sua competitividade no contexto europeu.
Metas
A definição das metas a atingir está estreitamente ligada com os objectivos estratégicos preconizados.
2003
Definição de metas de poupança na Administração Pública resultante do Programa Nacional de Compras;
Concepção e implementação de um sistema de monitorização;
Criação da Unidade Nacional de Compras;
Disponibilização de um portal informativo sobre compras electrónicas;
Actualização da Legislação;
Operacionalização de 7 projectos-piloto de compras electrónicas em Ministérios;
Criação de sistemas centrais de: Registo Nacional de Fornecedores, concursos públicos electrónicos e gestão de catálogos electrónicos;
Operacionalização do Grupo de Trabalho para Interoperabilidade e Estandardização das Compras Electrónicas.
2004
Incorporação de funções transaccionais no Portal Informativo de Compras;
Lançamento do processo de implementação de compras electrónicas nos Ministérios;
Introdução de sistemas de negociação electrónica, pagamentos electrónicos, informação de compras, gestão e partilha de conhecimento;
Redução dos custos do processo de consulta ao mercado entre 10 a 20%;
Redução das compras fora de contrato entre 5 e 10%;
Realização electrónica de 15 a 30% dos processos de compra;
Actualização da Legislação.
2006
Realização electrónica de mais de 50% dos processos de compra;
Redução dos custos unitários entre 2,5 e 5% anualmente;
Redução dos custos das transacções entre 10% e 20% anualmente;
Informação electrónica sobre 70 a 100% dos processos de compra pública.
Prioridades de Actuação
A generalização das compras electrónicas na Economia Nacional implica actuar nas quatro vertentes apresentadas
1ª Prioridade: Definir a Estratégia, Objectivos e Monitorização
Esta vertente de actuação concretiza-se na definição da Estratégia Nacional de Compras Electrónicas. Para assegurar a relevância e adequação desta Estratégia, haverá que monitorizar de perto o desempenho das compras electrónicas nacionais, de modo a sustentar a tomada de decisões de dois tipos:
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Decisões estratégicas, que devem consistir num exercício regular de re-avaliação da conjuntura, interna e externa, reflectida na redefinição de metas, objectivos ou mesmo componentes da Estratégia;
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Decisões operacionais, que permitam re-orientar as iniciativas, os processos, a organização e a tecnologia de modo a assegurar que efectivamente contribuem para a Estratégia e respectivos objectivos.
2ª Prioridade: Implementar Compras Públicas Electrónicas
Simplificação do Processo de Compras:
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Abordagem gradual à transformação do processo de compras, orientação para as melhores práticas de mercado;
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Utilização de pilotos para construir o futuro modelo operacional das compras através do teste de melhores práticas ao caso específico de Portugal;
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Simplificação e automatização dos processos de compras na Administração Pública;
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Padronização da categorização e codificação de produtos e serviços;
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Gestão integrada de relações com fornecedores.
Optimização de Estruturas:
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Criação de uma estrutura interina para assumir a responsabilidade de liderar o processo de compras electrónicas, no imediato;
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Criação, no curto prazo, de uma estrutura interina para assumir a responsabilidade de liderar o processo de compras electrónicas (futura Unidade Nacional de Compras);
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Definição de objectivos e responsabilidades dos diferentes elementos da estrutura de compras;
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Optimização das estruturas operacionais de compras e adaptação organizacional às exigências de um modelo de processos electrónicos;
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Agregação de estruturas onde existam economias de escala e/ou de aprendizagem.
Desenvolvimento de Competências:
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Desenvolvimento de competências internas na área das compras;
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Criação de agentes de inovação ao nível das várias estruturas do Estado;
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Gestão integrada do portfolio de competências de compras.
Adopção Tecnológica:
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Integração crescente de toda a plataforma tecnológica de compras electrónicas do Estado;
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Articulação dos fornecedores tecnológicos e de serviços de suporte às compras electrónicas;
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Enfoque da concorrência dos fornecedores em termos de inovação ao nível de novos serviços de valor acrescentado.
Gestão da Mudança:
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Envolvimento de todos os colaboradores chave para o sucesso do processo de mudança;
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Desenvolvimento de um plano de formação e comunicação sobre compras electrónicas para os colaboradores da Administração Pública.
3ª Prioridade: Implementar Compras Electrónicas no Tecido Empresarial
Gestão do Conhecimento:
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Alavancar as capacidades e conhecimento nacional e internacional sobre o tema através de acordos de parceria;
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Gerir o conhecimento sobre redes electrónicas de criação de valor e compras electrónicas de forma articulada e integrada.
Comunicação/ Sensibilização:
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Massificar o conhecimento sobre compras electrónicas;
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Comunicar os benefícios de modernização tecnológica num contexto de rede de criação de valor;
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Facilitar o acesso a informação sobre compras electrónicas em geral e no Estado em particular.
4ª Prioridade: Criar Condições de Base para a Generalização das Compras Electrónicas
Adequação da Legislação:
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Reenquadrar o modelo organizacional das compras do Estado;
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Criar um regime que incentive a migração das compras para um ambiente electrónico, através de procedimentos simplificados;
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Redefinir e simplificar o quadro regulamentar dos procedimentos de aquisição do Estado, com base na experiência adquirida durante as várias fases de evolução do processo de compras;
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Consolidar e simplificar o enquadramento legal que suporta e legitima as transacções, os mecanismos e os organismos necessários à realização de transacções electrónicas.
Estruturação de Incentivos:
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Definir os objectivos e âmbito do financiamento;
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Desenvolver instrumentos de financiamento estruturados;
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Operacionalizar uma estrutura de acompanhamento contínuo das empresas financiadas.