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UMIC - Agência para a Sociedade do Conhecimento, IP
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Internet das Coisas

Estamos a entrar numa nova fase de desenvolvimento da sociedade da informação, muitas vezes denominada INTERNET DAS COISAS (INTERNET OF THINGS), baseada em redes de sensores ubíquos e em ambientes inteligentes, na qual a Internet liga não só computadores e terminais de comunicações, como, potencialmente, qualquer dos objectos que nos rodeiam todos os dias – vestuário, outros bens de consumo, equipamentos e instrumentos em hospitais, etc. – e é utilizada para a criação de ambientes sofisticados de interacção com as pessoas que lhes tragam maior qualidade de serviços e comodidade. 

Uma das tecnologias mais promissoras como porta de entrada para a INTERNET DAS COISAS é a RFID (em inglês Radio Frequency IDentification, e em português "Identificação por Radio-Frequência"). É considerada uma tecnologia madura potenciadora do desenvolvimento da INTERNET DAS COISAS e, portanto, é vista como uma porta de entrada para esta nova fase do desenvolvimento da Sociedade da Informação que claramente se desenvolverá também com base noutras tecnologias de identificação e especificação de objectos. A RFID permite captar automaticamente e com comunicação sem fios a identificação e outros dados de objectos em que se apõem etiquetas (tags) electrónicas que são uma espécie de "códigos de barras electrónicos" que também podem ter informações adicionais. Quando essas etiquetas são ligados a bases de dados através de sensores e redes de comunicação, como a Internet, esta tecnologia proporciona um poderoso modo de oferta de novos serviços e aplicações, praticamente em qualquer ambiente.

A Comissão Europeia já revelou antecipações para 2020 de números de computadores da ordem de 1 milhar de milhão, utilizadores de sistemas de comunicações móveis da ordem de 5 milhares de milhões, aparelhos comunicantes da ordem de 10 milhares de milhões, sensores da ordem de 100 milhares de milhões, e etiquetas de identificação em objectos da ordem de 1 quatrilião, a grande maioria dos quais interligados através da Internet.

Embora ainda muitíssimo longe destes números, a RFID já é amplamente utilizada em aplicações como a VIA VERDE nas auto-estradas, bilhetes em transportes urbanos, detecção de roubos de mercadorias em lojas, gestão do empréstimo de livros em bibliotecas, controlo de acesso a instalações, controlo de cadeias de produção e distribuição de certos produtos, logística, abertura e fecho sem chaves de portas de automóveis.

A RFID tem particular importância nas políticas tecnológicas actuais porque foi identificada como uma porta de entrada para a INTERNET DAS COISAS e porque tem um potencial muito elevado de se tornar um motor de crescimento e de aumento de empregos e, portanto, contribuir poderosamente para a Estratégia de Lisboa, se as barreiras que ainda dificultam a inovação puderem ser ultrapassadas e se induzir uma rápida disseminação e utilização desta tecnologia.

Por exemplo, um estudo recente encomendado pelo governo alemão identificou o potencial do valor acrescentado relacionado com RFID nos sectores de produção, comércio, transportes e serviços públicos e privados atingir, apenas na Alemanha, 62 milhares de milhões de euros em 2010 quando em 2004 era 3 milhares de milhões de euros.

A UE tem prestado particular atenção à área de RFID desde 2006.

Em 15 de Março de 2007, a Comissão emitiu a Comunicação Identificação por radiofrequências (RFID) na Europa: rumo a um quadro político.

No Conselho Europeu de Transportes, Telecomunicações e Energia de 7-8 de Junho de 2007 houve uma primeira troca de pontos de vista promovida pela Presidência Alemã da EU. Na altura, Portugal solicitou para que as questões de I&D e inovação e os assuntos de concorrência económica, normalização e protecção do consumidor também fossem considerados no Conselho de Competitividade, e também sublinhou a necessidade de envolver o Conselho de Justiça e Assuntos Internos no debate das questões de privacidade, protecção de dados e segurança, com o objectivo de acelerar o processo de discussão e apoio ao desenvolvimento da RFID na UE que está previsto na Comunicação da Comissão decorrer até meados de 2009.

Em 25-26 de Junho de 2007, a Presidência Alemã em colaboração com a Comissão Europeia organizaram em Berlim a Conferência "RFID: Towards the internet of things", a qual teve como background paper a publicação European Policy Outlook RFID. A sessão de encerramento  desta conferência contou com uma intervenção do Presidente da UMIC - Agência para a Sociedade do Conhecimento, IP, Luis Magalhães, em representação do Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal, em que foi anunciada a Conferência On RFID – The next step to THE INTERNET OF THINGS, a realizar em Lisboa em 15-16 de Novembro de 2007, e com a passagem simbólica de testemunho do Secretário de Estado no Ministério Federal de Economia e Tecnologia da Alemanha, Bernd Pfaffenbach, para Luis Magalhães.

A Comunicação da Comissão Europeia de 15 de Março de 2007 explicitou muitas maneiras em que a RFID tem o potencial de trazer benefícios às pessoas, nomeadamente:

  • segurança (por exemplo, seguimento de circuitos de produtos alimentares, cuidados de saúde, combate à contrafacção de remédios);
  • conveniência (por exemplo, redução de filas de espera em supermercados, manuseamento mais preciso e fiável de bagagem em aeroportos, pagamento de portagens em auto-estradas, parques de estacionamento, etc.);
  • acessibilidade (por exemplo, para pessoas com deficiências).

Nos transportes a RFID pode contribuir para melhorar a eficiência e a segurança e para fornecer nova qualidade de serviço no transporte de pessoas e bens. Nos cuidados de saúde, a RFID tem o potencial para aumentar a qualidade dos cuidados e a segurança dos pacientes, e para melhorar o cumprimento de medicações e da associada logística. No comércio a retalho, a RFID pode ajudar a reduzir quebras de stocks e roubos. Em muitas indústrias, incluindo farmacêutica, de equipamentos médicos, entretenimento, electrónica de consumo, bens de luxo, componentes de automóveis, pode permitir retomar produtos com defeitos ou ilícitos. Espera-se que a marcação com RFID possa melhorar a separação e reciclagem de produtos e materiais, com benefícios para uma melhor protecção do ambiente e para o desenvolvimento sustentável.

A RFID e a INTERNET DAS COISAS enfrentam desafios e oportunidades que precisam de ser amplamente debatidos, como por exemplo quais são as soluções disponibilizadas pelas comunidades técnica e empresarial, as políticas públicas para a governação dos recursos partilhados (interoperabilidade, normalização, harmonização de espectro de radiofrequência, etc.), os aspectos que requerem contribuições de I&D (nomeadamente, novas tecnologias para redução de custos de etiquetas e sensores com a utilização de electrónica orgânica, miniaturização dos dispositivos com nanotecnologias, redução de consumos energéticos e novas formas de produção, captação e gestão de energia), as necessidades de formação de técnicos em números suficientemente elevados para assegurarem as necessidades da generalização desta tecnologia, as questões de concorrência associadas, os projectos-piloto que convém realizar para testes em larga escala de integração desta tecnologia em sistemas complexos, os requisitos de privacidade e segurança a serem adoptados, os novos aspectos de protecção dos consumidores que se revelem necessários.

Vários projectos considerados no âmbito das Parcerias para o Futuro (mais especificamente, com MIT, Carnegie Mellon University, UT Austin e Fraunhofer Gesellshaft) envolvem contribuições para a INTERNET DAS COISAS, nomeadamente em:

  • Redes de Informação, Segurança de Informação, Infraestruturas Críticas e Avaliação de Risco, Políticas Públicas para as Indústrias em Rede e de Software, no Programa CMU – Portugal.
  • Tecnologia, Aplicações e Serviços para Vida em Ambientes Assistidos., no Programa Fraunhofer – Portugal.
  • Engenharia de Concepção e Sistemas Avançados de Produção Industrial, Engenharia Sistemas de Energia, Sistemas de Transporte, no Programa MIT – Portugal.
  • Conteúdos Digitais, no Programa UT Texas – Portugal.

No conselho dos ministros de ciência da UE de 23 de Novembro de 2007 (reunião do Conselho de Competitividade da UE) e, também, no conselho dos ministros da EU dedicado à Sociedade da Informação de 29 de Novembro de 2007 (reunião do Conselho de Transportes, Telecomunicações e Energia),  a Presidência Portuguesa apresentou uma informação escrita relativa à Internet das Coisas e RFID (On RFID – The next step to The Internet of Things), e prestou informações sobre a Conferência e Exposição "On RFID – The next step to THE INTERNET OF THINGS"que se realizou em Oeiras a 15-16 Novembro 2007.

Última actualização ( 10/12/2007 )