Inclusão e Acessibilidade
O desenvolvimento das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC), em particular nas últimas décadas do século XX, e a sua disponibilização em grande escala para uso pela população levaram a uma alteração profunda das actividades económicas e sociais, com impacto na qualidade de vida dos cidadãos e na competitividade e produtividade das empresas. Neste contexto, o acesso às TIC e as competências para a sua utilização são um factor diferenciador das oportunidades sociais da maior importância na actualidade. Além disso, as TIC são um instrumento poderoso de inclusão social que abrem novos horizontes a políticas e acções de inclusão. Assim, estas tecnologias podem e devem ser simultaneamente um factor de coesão social e de combate à exclusão.
De acordo com o EUROSTAT, a penetração da Internet na população em Portugal, no 1º trimestre de 2007 era 40%, correspondente ao 20º lugar na UE27, apenas acima de Itália, Chipre, Grécia, Bulgária e Roménia.
Contudo, a penetração da Internet na população com nível de educação secundária era 81%, a 5ª maior da UE27, seguindo de muito perto Holanda, Luxemburgo, Dinamarca, França e ex-aequo com a Finlândia e a Suécia, e a penetração da Internet na população com nível de educação superior era 97%, a 7ª maior da UE27, seguindo de muito perto os quatro países referidos, Finlândia, Reino Unido e ex-aequo com Eslovénia.
De acordo com o Programa de Acção Ligar Portugal (2005-2010), os projectos de Inclusão e Acessibilidade visam promover a inclusão social, nomeadamente assegurando:
- A utilização das TIC pelos grupos sociais info-excluídos;
- A inclusão social de imigrantes e outros grupos sociais excluídos ou em risco de exclusão;
- A acessibilidade de cidadãos com necessidades especiais;
- A densificação da rede de centros comunitários de acesso à Internet com apoio aos utilizadores e a sua permanente actualização e qualificação;
- A minimização das barreiras digitais criadas na concepção dos conteúdos, dando particular atenção aos conteúdos disponibilizados pela Administração Pública, aproveitando a Internet como instrumento charneira de inclusão e participação na sociedade das Pessoas com Deficiência.
Exemplos de resultados e acções a assegurar são:
- Duplicar a rede de Espaços Internet nos municípios, que asseguram o acesso público gratuito em banda larga, com acompanhamento por monitores especializados e condições para utilizadores com necessidades especiais;
- Criar uma oferta pública de Internet de Cidadania, garantindo o acesso livre e gratuito a serviços públicos e de interesse público disponibilizados pela Internet, os quais deverão abranger a totalidade dos serviços básicos até ao final da legislatura;
- Desenvolver uma plataforma de inclusão social orientada para a população entre 25 e 54 anos com níveis de instrução básica ou inferior, facilitando agentes de intermediação, sobretudo em zonas residenciais em centros urbanos;
- Desenvolver uma plataforma de inclusão social para idosos, com acção específica junto de centros de 3.ª idade;
- Desenvolver uma plataforma multi-institucional para combate à info-exclusão e facilitação da integração de imigrantes e outros grupos sociais, com a utilização de TIC, densificando a rede de centros comunitários de acesso à Internet para apoio a estes grupos;
- Assegurar a acessibilidade de cidadãos com necessidades especiais às TIC, nomeadamente na rede pública de espaços Internet;
- Promover de forma integrada a investigação, difusão e formação em TIC para cidadãos com necessidades especiais.
Última actualização (05/03/2010)