Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa



II Colóquio Internacional de Filosofia e Ciências do Homem
 

Deleuze. A Arte entre Crítica e Clínica

24 de Janeiro 2006





Instituto Franco Português
Av. Luís Bivar, nº 91, 1000 Lisboa (telf: 21.3111400)

Conferencistas Convidados

Catarina Pombo (Portugal)
David Lapoujade (França)
Edmundo Cordeiro (Portugal)
Eduardo Pellejero (Argentina)
François Zourabichvili (França)
Jose Luiz Pardo (Espanha)
Peter Pál Pelbart (Brasil)
Sousa Dias (Portugal)

Organização

Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa
Instituto Franco Português de Lisboa


Comissão Científica
Nuno Nabais
François Zourabichvili

 

 

 


Tema do Colóquio

De Proust a Kafka, de Francis Bacon a Godard, de Carmelo Bene a Samuel Beckett, cada texto de Gilles Deleuze sobre alguns dos lugares decisivos da arte contemporânea perturbou, não só a nossa experiência estética, como aquilo que sabemos sobre a perversão e a loucura. Por isso, depois de livros como Proust e os Signos, Mil Platôs, Cinema ou Lógica da Sensação, a nossa entrada no campo dos efeitos de uma obra passou a oscilar entre o juízo crítico sobre o objecto criado e o conhecimento clínico das formas de subjectivação que ele instaura e exprime. Porque a obra de arte é menos um sintoma do que um quadro clínico e um diagnóstico, o artista, para Deleuze, deve ser considerado menos como um doente a estudar do que como um "médico da civilização", segundo a expressão de Nietzsche.

Dez anos depois da morte de Deleuze, o abecedário de novos conceitos que ele criou para recortar a singularidade de cada obra de arte tem ainda a forma de um imenso mapa por desdobrar. Este colóquio procura reconstituir esses efeitos do pensamento de Deleuze sobre os principais domínios da criação artística, como a literatura, a pintura, a música, o teatro e o cinema.

O ponto de vista é o da filosofia, ou seja, o dessa forma de pensamento que, em lugar de afectos ou de perceptos, cria conceitos. Se é verdade que a filosofia se inventa em grande medida na intersecção com a arte,  pela violência a que o pensamento é exposto nessas formas de expressão anómalas e paradoxais, essa violência só se transforma em objectos de exploração desejante ou afectiva, e em novas possibilidades de vida, pela criação de conceitos. Deleuze criou conceitos - como os de "máquina abstracta", "vida não-orgânica" - que elevaram alguns dos objectos que ele descreveu a novas formas de intensidade crítica e clínica. São esses conceitos, na contaminação que eles produziram sobre as nossas formas de prazer estético, que este colóquio quer pensar.
 


Programa

 


9.30
Abertura: Philippe Relliquet (IFP), François Zourabichvili, Nuno Nabais
(CFCUL)

 

10h David Lapoujade (Sorbonne/Paris I)

Deleuze: d'un concept à l'autre.

 

10.45h Sousa Dias (Escola de Artes Soares dos Reis, Porto)

Partir, evadir-se, traçar uma linha ... Deleuze e a Literatura


11.30h
Edmundo Cordeiro (Lusófona, Lisboa)

O Cinema entre Crítica e Clínica

12.15h
José Luís Pardo (Complutense, Madrid)

Lógos y Diferencia: el Modelo Artístico

Almoço


15h
Peter Pál Pelbart (PUC, S. Paulo)

Literatura e Loucura: da Exterioridade à Imanência

15.45h
Catarina Pombo (Doutoranda, Paris VIII)

A Literatura Impossível: Bene, Melville e Beckett

16.30h
Eduardo Pellejero (Doutorando, Universidade de Lisboa)

A Realidade Política da Expressão. Literatura e Fabulação


17.15h
François Zourabichvili (Paul Valéry/Montpellier)

Kant avec Masoch
 

19h Projecção do filme Abécédaire de Deleuze - Extraits sur l'Art
 

Jantar

22h Diogo Dória lê Deleuze, acompanhado pela manipulação sonora de Bejamin Brejon (Mécanosphère) e Miguel Cardoso (Soopa)

 


Secretariado

Elisabete Fonseca
Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Campo Grande, Edifício C1, 3º Piso, Sala 1.3.35
1749-016 LISBOA
Telefone: 217500000, ext.21335
Fax: 217500346