Rede de Gabinetes de Inserção Profissional Imigrante (GIP) avança para mais um ano de atividade
ACM e IEFP celebram protocolo de cooperação
O ACM e o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) assinaram, no dia 10 de setembro, um Protocolo de Cooperação, com o objetivo de dar continuidade ao trabalho desenvolvido no âmbito da dinamização da Rede de Gabinetes de Inserção Profissional Imigrante (GIP).
A cerimónia, realizada no Centro Cultural Moldavo, contou com a presença do Alto-comissário para as Migrações, Pedro Calado, do Secretário de Estado Adjunto do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Pedro Lomba, do Secretário de Estado do Emprego, Octávio de Oliveira, e do Presidente do IEFP, Jorge Barbosa Gaspar.
Este protocolo prevê a continuidade de um trabalho realizado na área do emprego, desde 2008, por várias entidades mais próximas da população imigrante. Este novo protocolo marca o início de um novo ciclo, com dez entidades da sociedade civil, com as quais será, igualmente, celebrado um protocolo tripartido.
Oriundas de várias partes do país, as entidades envolvidas são as seguintes: Casa do Brasil de Lisboa; Associação Lusofonia, Cultura e Cidadania; Doina – Associação de Imigrantes Romenos e Moldavos do Algarve, Fábrica da igreja da Nossa Senhora da Conceição - Setúbal,; Seiva – Associação ao Serviço da Vida, Porto; Centro Social Paroquial da Vera Cruz - Aveiro; Aguinenso – Associação Guineense de Solidariedade Social; a Associação Jardins Escola João de Deus - Amadora; a Casa Lusófona - Coimbra e a Associação Centro Cultural Moldavo.
A caminho de “uma integração plena”
O Secretário de Estado do Emprego realçou, na ocasião, a importância da colaboração de instituições próximas às comunidades imigrantes: “desejamos que os nosso imigrantes tenham uma integração plena, mas o Estado, sozinho, não pode fazer tudo…pelo que, a forma mais eficaz e eficiente de melhorar o nível de integração é exatamente estabelecer parcerias com instituições da sociedade civil”, referiu Octávio de Oliveira, acrescentando: “Por isso, prosseguimos com esta cooperação com entidades que estão tão próximas dos imigrantes. Acredito que a Rede GIP é essencial para a integração através do emprego”.
“O emprego é uma área prioritária”
“Não há integração sem emprego”, continua na mesma linha, o secretário de estado adjunto do Desenvolvimento Regional. “As pessoas que chegam querem estabelecer-se e contribuir para o país e, como tal, o emprego é uma área prioritária”, afirma Pedro Lomba, considerando que, não sendo as “disponibilidades laborais iguais de norte a sul do país, esta articulação entre instituições de emprego e o ACM é vital no presente, assim como no futuro", para fazer frente ao objetivo de “fazer com que os imigrantes que nos escolhem possam ter condições plenas de integração profissional no mercado de trabalho”.
Pedro Lomba destacou ainda o facto de Portugal ter o 2º lugar ao nível da integração de imigrantes, sendo a área do emprego a mais bem classificada.
A REDE
Centro Cultural Moldavo
“O número de atendimentos no GIP cresce todos os anos”
O Centro Cultural Moldavo está incluído na rede GIP já desde 2008 e, de acordo com o seu presidente, Oleg Bochenko, “o número de atendimentos cresce todos os anos. Quem nos procura são sobretudo,adultos entre os 45-50 anos e jovens que já terminaram os estudos”, afiança.
O “entendimento entre técnico e utente é muito bom e essa proximidade faz toda a diferença… sabemos que não é possível encontrar soluções de emprego para todos os que nos procuram, mas estamos aqui para facilitar e com mais este protocolo temos essa oportunidade”, afirma Oleg Bochenko, revelando-se muito otimista em relação ao novo ciclo que agora se inicia: “a ideia é trabalhar mais junto das empresas para termos mais contactos, pois assim é que vamos conseguir ainda mais resultados. Há muito trabalho a fazer e, para isso estamos aqui”.
Centro Paroquial - Vera Cruz
“Fazemos a diferença na vida das pessoas”
Presente na cerimónia, Júlia Melo, representante do Centro Paroquial da Vera Cruz (CPVC), em Aveiro, não deixa de manifestar a sua satisfação por fazer parte desta Rede GIP. “Fazemos a diferença na vida das pessoas e na vida das empresas, criamos laços de confiança entre os trabalhadores e empresas, uma ligação que estava a ser quebrada…com as pessoas a estarem meio perdidas no meio desta mudança do sistema económico e empresarial”, afirma Júlia Melo. O GIP do CPVC disponibiliza acesso à internet e presta todo o apoio necessário ao nível das candidaturas ao mercado de trabalho.
Este GIP conta com 68 nacionalidades registadas e perto de duas mil pessoas inscritas: “diariamente, apontamos 3 a 10 atendimentos, 15 em dias de entrevistas. Em média por trimestre, temos feito 20 a 25 integrações que mediamos e que são depois colocadas em emprego”, esclarece a responsável, sublinhando que este gabinete regista uma grande procura por parte de empresas de trabalho temporário, “que nos contactam diretamente a pedir trabalhadores em várias áreas, facilitando assim todo o processo. Temos tido bons resultados”.
DOINA - Associação Imigrantes Romenos e Moldavos - Algarve
"As nossas expetativas são boas"
A DOINA Algarve entrou agora na Rede GIP e as expetativas são grandes. A sua representante, Sandra Ciorba, não esconde as fortes carências a que a zona tem enfrentado ao nível do emprego: “sempre sentimos a falta de um gabinete deste género, para assim chegar mais facilmente às comunidades de imigrantes. O centro de emprego tem um atendimento muito formal e as pessoas lá não vão”, refere. “À nossa associação dirigem-se com muito mais confiança e com este GIP podemos dar todo o apoio e orientação na procura de emprego”.
Na zona, coexistem várias comunidades de imigrantes: “temos aqui cerca de 4 ou 5 mil moldavos, muitos romenos, ucranianos, guineenses e venezuelanos” revela. “Todos os imigrantes de Almancil conhecem-nos e isso vai facilitar o processo. As nossas expetativas são boas", adianta.

