Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa



I Colóquio Internacional de Ciência, Ética e Política

Viver na Europa. Filosofia, Ciência e Política Hoje


29, 30 e 31 Outubro 2007

Instituto Franco-Português
Av. Luís Bívar, n.º 91, 1000 Lisboa 
(telf: +351-21-311-1400)


Conferências



Eduardo Ayres Tomaz (Portugal)
Etienne Balibar (França)
Fernando Belo (Portugal)
José Luís Câmara Leme (Portugal)
Maria Alfreda Cruz (Portugal)
José Gil (Portugal)
Nuno Nabais (Portugal)
Frédéric Neyrat (França) 
Bertrand Ogilvie  (França)
François Roussel (França)
Diogo Sardinha (Portugal)
Wiebke-Marie Stock (Alemanha)
António Vieira (Portugal)
Frieder Otto Wolf (Alemanha)

 

(Breve biografia dos oradores)

 

Organização
 

Centro de Filosofia das Ciências da Univ. Lisboa
Collège International de Philosophie

Instituto de Filosofia da Freie Universität Berlin
Instituto Franco Português de Lisboa



Comissão Científica


Bertrand Ogilvie 
Bruno Clément
Diogo Sardinha
Frieder Otto Wolf
Frédéric Neyrat
Gunter Gebauer
Nuno Nabais

 

 

Apresentação do Colóquio

Viver na Europa
Filosofia, Ciência e Política hoje



Portugal assiste hoje a vagas de imigração brasileira, leste-europeia, africana ou chinesa que suscitam as reacções mais diversas. A França e a Alemanha viveram e vivem ainda situações semelhantes. Antigamente, portugueses instalavam-se em outros países para aí buscar melhores condições de vida ou simplesmente a liberdade que a ditadura lhes negava. De há trinta anos a esta parte Portugal tornou-se por sua vez um destino de imigração. Certas consequências destes movimentos populacionais são conhecidas. Por um lado, as dificuldades de integração daqueles que chegam a uma terra estranha, a exploração económica a que estão sujeitos, a permanência irregular sobre um território nacional, a discriminação e tantas vezes o racismo de que são alvo. Por outro lado, o aparecimento de novas formas de vida cultural, social e política que a presença deles provoca. Pelas suas histórias como pelo presente, Alemanha, França e Portugal encontram-se em boa posição para se debruçarem conjuntamente sobre estas realidades.


No entanto, tais acontecimentos ocorrem num quadro que ultrapassa as relações imediatas entre países. As políticas de população passaram a ser concebidas à escala continental, com fronteiras que se esbatem no interior da Europa e outras que se reforçam para separar a União do seu - ou dos seus - exterior(es). Enquanto a Europa procura desenvolver uma política comum de relações com as outras regiões do Globo, cada país-membro adapta às suas circunstâncias as políticas que dizem respeito à mestiçagem, aos fluxos migratórios e às metamorfoses que eles induzem nas estruturas económicas e sociais. Ao mesmo tempo, a globalização afecta estes países por outras vias: ameaças de pandemia (gripe das aves, doença dita «das vacas loucas»), posições a tomar face aos conflitos militares (Afeganistão, Iraque, Israel/Palestina), perigos de contornos mais difusos como «o terrorismo».


Para uma filosofia atenta ao presente torna-se necessário escutar estas realidades e deter-se nelas para delas extrair o que se joga de mais radical para a actualidade. Daí a atenção que ela dedica à situação dos imigrantes legais ou ilegais, ao direito de asilo, à biopolítica, ao ambiente e à ecologia política, às práticas e às políticas de saúde física e psíquica, à bioética, à tecnologia e à ciência, em suma a tudo o que constitui as condições sob as quais a vida é hoje possível e ainda e sempre em causa. Partindo de um quadro europeu globalizado, examinando os problemas que surgem no seu seio, este colóquio propõe-se tratar de uma nova forma velhas interrogações capitais:

  • Como percebemos e como construímos as diferenças que nos separam dos outros?
     

  • Segundo que alteridades estrangeiras ou apenas estranhas pretendemos definir o que somos e o que são os outros?
     

  • Que fronteiras nos atravessam interiormente e que deslocamentos sofrem elas actualmente?
     

  • Por que caminhos as relações entre «eles» e «nós» conduzem a integrações ou pelo contrário a exclusões; à compreensão e à transformação mútuas?
     

  • Em que medida os temas do controle das populações (Foucault), da hospitalidade incondicional (Derrida), das literaturas menores (Deleuze), do pária como modelo da cidadania (Hardt et Negri) ou ainda o tema das diferentes formas da nossa condição de seres vivendo em esferas (Sloterdijk) podem alimentar esta reflexão?
     

  • De que esquemas teóricos precisamos e que conceitos devemos reunir ou inventar, não apenas para compreender a situação em que nos encontramos e os caminhos que nos conduziram até ela, mas também para desbravar caminhos a novos modos de existência singular e colectiva? 

Todas estas perguntas podem resumir-se a duas, cruciais: como devemos caracterizar a vida do nosso tempo e do nosso espaço europeus? E que pretendemos fazer desta vida? 
Para responder-lhes, reuniremos as contribuições da ciência, da política e da filosofia. Este colóquio será um espaço onde se cruzarão as suas diferentes vias, na história e para o presente.

 


Programa

(actualizado a 24 Outubro)
 


2.ª feira, 2
9 de Outubro
 


 


Perspectivas


10:15
Abertura

10:30 - 11:30 Bertrand Ogilvie

A Europa, laboratório ou conservatório? (em Francês)

11:30 - 12:30 António Vieira

Do homem-primata ao homem-térmita. Ensaio sobre o enfraquecimento da linguagem (em Francês)

    

     Intervalo para Almoço
 

Ciências 


14:30 - 15:30 Nuno Nabais:

Viver enquanto estar aí na Europa. Fenomenologias da vida (em Francês)

15:30 - 16:30 Fernando Belo:

A Economia Política por vir enquanto ciência terapêutica (em Francês)

     

               Intervalo 

 

Religião 


17:00 - 18:00 Wiebke-Marie Stock:

Utopias políticas. A politeia da Igreja segundo Dionísio Aeropagita (c. 500) e "a Internacional da intelligentzia religiosa" segundo Hugo Ball (1886-1927) (em Francês) 



3.ª feira, 30  de Outubro

Violência, Terrorismo e Excepção


9:30 - 10:30 Diogo Sardinha:

Sublevação e luta armada: Experiências da vida e da morte (em Francês)

10:30 - 11:30 Frédéric Neyrat:

Do terrorismo considerado como factor global (em Francês)

 

   

               Intervalo

   

Violência, Terrorismo e Excepção


11:45 - 12:45 Frieder Otto Wolf:

Direito, política e poder estatal. As situações extremas numa abordagem da luta de classes (em Português/Francês)

   

     Intervalo para Almoço

 

Ética e Política da Vida

 

14:30 - 15:30 Maria Alfreda Cruz:

Por um novo contrato social (em Português)

15:30 - 16:30 François Roussel:

O turbilhão da vida. Estratégias de apropriação do ser vivo (em Francês)

 

   

               Intervalo

 

Valores


17:00 - 18:00 José Gil:

A Ideia de Europa (em Francês)


4.ª feira, 31 de Outubro 
 

 

Valores 

 

 

9:30 - 10:30 Eduardo Ayres Tomaz:

As limitações do universalismo - O político como testemunho do diferendo (em Português)

 

10:30 - 11:30 José Luís Câmara Leme:

O mito da autoridade (em Português)

   

                 Intervalo

 


Valores 


 

 

11:45 - 12:45 Étienne Balibar:

Cosmopolitismo, internacionalismo, cosmopolítica (em Francês)

 

 

 

12:45 Encerramento



 

Secretariado


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