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Nos últimos anos, as técnicas e os métodos da biologia descritiva e experimental evoluíram de forma surpreendente, gerando bases de dados de larga escala. Exemplo disso é a tecnologia GeneChip que, num curto espaço de tempo, passou de 400 000 pontos para 1 000 000, possibilitando assim a obtenção de dados tão vastos e tão complexos que constituem actualmente um sério desafio para os bioinformáticos desenvolverem novos algoritmos capazes de dar a ver aquilo que este manancial de dados tem para nos mostrar. Mas, perante toda a euforia das bioengenharias “ómicas” e da já célebre descodificação dos genomas, seremos ainda capazes de reflectir sobre tudo isto? E que impacto tem tudo isto na forma como conceptualizamos e representamos a ciência? Será que este abismo da complexidade com que nos deparamos hoje vai tornar possível à biologia atingir camadas mais profundas da realidade cognoscível? Será que é estritamente através da biologia molecular, da deslumbrante biologia molecular que todos querem servir, que nos aproximamos da verdade? Será que ainda somos capazes de nos lembrar como é que chegámos até aqui? E do que é que estamos à procura?
Este seminário surge da necessidade de, por um momento, nos abstrairmos do ruído de fundo e do lufa-lufa quotidiano e, no sossego das ideias que vêm e vão, pensarmos em conjunto sobre tudo isto num espaço que se pretende estimulante, crítico e livre. É aberto a todos aqueles que manifestem interesse, sejam eles estudantes, professores ou investigadores.
Coordenação: Francisco Carrapiço e Ricardo Santos |
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28 Novembro
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GIL C. SANTOS: "Teoria da Emergência e a sua Importância para a Biologia" [ver flyer] |
17h00 | Sala 4.3.30A |
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Resumo: Definir-se-á, em primeiro lugar, o significado, as implicações e as consequências ontológicas e epistemológicas mais fundamentais da teoria da emergência. Em segundo lugar, avaliar-se-á a relevância e o alcance da teoria da emergência para o pensamento biológico, desde as origens mais remotas desta teoria nos finais do século XIX (problemática 'vitalismo vs. mecanicismo', evolução gradualista vs. saltacionista), até aos nossos dias: paradigma genético da biologia molecular, perspectiva adaptacionista da evolução natural e teoria da simbiogénese. |
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