Epistemologia e Metodologia | Epistemology and Methodology
Ao contrário da imagem tradicionalmente empirista do trabalho do cientista segundo a qual a ciência supõe, num primeiro momento, que o sábio enfrente sozinho os factos mudos da experiência, no silêncio do seu laboratório, observando, voltando a observar, repetindo a experiência as vezes necessárias até se assegurar de um determinado resultado e só depois, num momento segundo, se abra à apresentação dos resultados da investigação feita, se exponha ao diálogo com os seus pares e com a humanidade inteira, pensamos que a comunicação é constitutiva do processo de construção do conhecimento, que não há conhecimento sem um diálogo universal, isto é, que, em cada momento da actividade da ciência, estamos sempre expostos ao diálogo com alguém cujos contornos dificilmente podemos desenhar, mas que sabemos estar próximo.
Esse alguém tem muitas vezes a forma visível de um mestre, de um colega, de um discípulo mas, nele, ouve-se sempre a voz da comunidade dos pares sobre o fundo mais fundamental da humanidade inteira. Mas, se é verdade que todo o conhecimento científico supõe a mediação de processos comunicativos, importa esclarecer o sentido múltiplo deste conceito de comunicação. Ele envolve três níveis:
1) comunicação horizontal entre pares (legitimação),
2) comunicação transversal entre a ciência e a sociedade (divulgação),
3) comunicação vertical entre gerações (ensino).
É essa tripla tarefa que esta área de investigação toma como seu objecto de trabalho.
Parceria entre Centro de Filosofia da Ciências da UL (CFCUL), Faculdade de Medicina da UL (FMUL), Instituto de Investigação Científica Bento da Rocha Cabral (IICBRC) e o Centro de Estudo das Doenças Crónicas (CEDOC).
O laboratório de ciência – o que há de novo?
Head: Ângela Inácio
GI / RG: Epistemologia e Metodologia