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5ª Reunião do Grupo de Trabalho da CSTD da ONU sobre Melhorias do IGF

 - 22/02/2012

Logotipo da ONU Realizou-se em 20-22 de Fevereiro de 2012, no Palácio das Nações, na ONU, em Genebra, Suíça, a 5ª Reunião do Grupo de Trabalho da CSTD sobre Melhorias do IGF. A CSTD – Commission on S&T for Development da ONU é uma comissão subsidiária do ECOSOC – Economic and Social Council da ONU e o IGF – Internet Governance Forum é um fórum multistakeholder criado na 2ª fase da Cimeira Mundial sobre a Sociedade da Informação (WSIS – World Summit on Information Society), realizada em Novembro de 2005, em Tunis, Tunísia, que desde então se reuniu anualmente (em Atenas, Grécia (2006); no Rio de Janeiro, Brasil (2007); em Heyderabad, Índia (2008); em Sharm El Sheik, Egipto (2009); em Vilnius, Lituânia (2010); em Nairobi, Quénia (2011)).

A reunião começou com uma apresentação do Presidente do Grupo de Trabalho, Peter Major (Hungria), em que traçou o objectivo de finalizar o relatório do Grupo de Trabalho, com base no Chairman’s draft recommendations on the basis of the consolidated version of the rolling document que tinha enviado aos membros do Grupo de Trabalho uns dias antes, e foi essencialmente dedicada a redigir recomendações com base nos amplos acordos (“broad agreements”) resultantes das duas reuniões precedentes e esboçados no documento preparado pelo Presidente, organizadas da forma seguinte: (A) Dar forma (shaping) aos resultados (outcomes) das reuniões do IGF; (B) Modalidades de trabalho incluindo consultas abertas, MAG – Multistakeholder Advisory Group e Secretariado; (C) Financiamento do IGF; (D) Alargamento da participação; (E) Ligações do IGF a outros processos/mecanismos/entidades.

A representação de Portugal foi assegurada por Luis Magalhães, Professor Catedrático do Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa, com apoio da UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento, IP.

O Grupo de Trabalho da CSTD sobre Melhorias do IGF é composto por:

  1. Representantes de 3 Estados Membros por cada uma das regiões da ONU:
    • África: África do Sul, Gana, Lesoto;
    • América Latina e Caraíbas: Chile, Costa Rica, El Salvador;
    • Ásia: Irão, Paquistão, Sri Lanka;
    • Europa e outros Estados Ocidentais: Estados Unidos da América, Finlândia, Portugal;
    • Europa Oriental: Eslováquia, Federação Russa, Hungria.
  2. Representantes dos 6 países que acolheram reuniões do IGF de 2006 a 2010: Grécia, Brasil, Índia, Egipto, Lituânia, Quénia.

  3. Representantes dos 2 países que acolheram a WSIS: Suíça, Tunísia.

  4. Representantes de 5 organizações intergovernamentais:
    • ITU – International Telecommunication Union;
    • UNDESA – United Nations Department of Economic and Social Affairs;
    • UNDP – United Nations Development Programme;
    • UNESCO – United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization;
    • WIPO – World Intellectual Property Organization.
  5. 5 representantes da comunidade empresarial reconhecida no processo da WSIS:
    • Christoph Steck, Public Policy Director, Telefonica S.A.;
    • Jimson Olufuye, Vice-Chairman WITSA (Sub-Saharan Africa), Nigéria;
    • Marilyn Cade, CEO, mCADE LLC; 
    • Patrik Fältström, Distinguished Consulting Engineer Cisco Systems –Sweden;
    • Theresa Swinehart, Executive Director - Global Internet Policy, Verizon.
  6. 5 representantes da sociedade civil reconhecida no processo da WSIS:
    • Anriette Esterhuysen, Executive Director, APC – Association for Progressive Communications;
    • Izumi Aizu, Senior Research Fellow & Professor, Institute for InfoSocinomics, Kumon Center; Tama University, Japão;
    • Marilia Maciel, Project leader and researcher, Center for Technology and Society at Fundação Getulio Vargas, Brasil;
    • Parminderjeet Singh, Executive Director, IT for Change, Índia;
    • Wolfgang Kleinwächter, Professor, Department for Media and Information Sciences, University of Aarhus, Dinamarca.
  7. 5 representantes da comunidade técnica e académica reconhecida no processo da WSIS:
    • Constance Bommelaer, Director, Public Policy, ISOC – Internet Society;
    • Baher Esmat, Manager, Regional Relations - Middle East, ICANN – Internet Corporation for Assigned Names and Numbers;
    • Nurani Nimpuno, Head of Outreach & Communication, Netnod;
    • Samantha Dickinson, Internet Governance Consultant, APNIC;
    • Oscar Robles-Garay, General Director for NIC México, LACNIC – Latin America and Caribbean Network Information Centre  Board of Directors, Registry for Latin American and Caribbean region.

No Painel Inter-Sessões 2010-2011 da Comissão sobre Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento da ONU que se realizou em 15-17 de Dezembro de 2010, ficou decidida a constituição do Grupo de Trabalho da CSTD para Melhorias do IGF, depois de grande controvérsia resultante da movimentação de um grupo de países, incluindo entre outros Brasil, China, Índia e Irão, em reunião a 6 de Dezembro de 2010 que solicitaram com o Presidente designado para este Grupo de Trabalho (Frederic Rihel, da Suíça), em que expressaram uma posição contrária à inclusão de multistakeholders, contrariando o previsto no seguimento da WSIS para a discussão de questões de governação da Internet, e pretendendo que os membros do Grupo de Trabalho fossem exclusivamente representantes de governos, designadamente por representantes de 20 estados membros, 15 estados membros da CSTD a eleger 3 por cada uma das 5 regiões da ONU (África, América Latina e Caraíbas, Ásia, Europa e outros Estados Ocidentais, Europa Oriental), os 5 países que previamente acolheram reuniões do IGF (Grécia, Rio de Janeiro, Índia, Egipto, Lituânia) e o país que acolherá a próxima reunião do IGF (Quénia), os dois países que acolheram as duas fases da Cimeira Mundial sobre a Sociedade da Informação (Suíça e Tunísia). Dos governos membros da CSTD só expressaram imediatamente uma posição contrária a este movimento os EUA e Portugal, o que mesmo assim fez com que a composição do Grupo de Trabalho tivesse de ser discutida no âmbito das reuniões do Painel Inter-sessões da CSTD.

Entretanto, os grupos de stakeholders não governamentais acreditados no processo da WSIS, designadamente sector privado empresarial, comunidade técnica e académica e sociedade civil, tinham sido alertados para a proposta que os pretendia excluir do Grupo de Trabalho e mobilizaram-se para uma participação activa na discussão sobre a composição deste grupo no âmbito das reuniões do Painel Inter-sessões da CSTD.

Depois de reuniões tensas, em que juntamente com os stakeholders não governamentais Portugal, os EUA, a Finlândia e um pequeno número de outros países desempenharam um papel fundamental para alargar o Grupo de Trabalho a esse stakeholders, acabou por ser aprovado que o Grupo de Trabalho seria constituído por 15 estados membros da CSTD, os 5 países que previamente acolheram reuniões do IGF, 5 representantes da comunidade empresarial, 5 representantes da sociedade civil, 5 representantes da comunidade técnica e académica, e 5 representantes de organizações intergovernamentais, os quais seriam completamente envolvidos nos trabalhos em pé de igualdade com os representantes governamentais, invertendo a posição dominante manifestada na reunião de dia 6 de Dezembro.

Os países eleitos em cada uma das regiões da ONU para integrarem o Grupo de Trabalho foram:

  • África: África do Sul, Gana, Lesoto;
  • América Latina e Caraíbas: Chile, Costa Rica, El Salvador;
  • Ásia: Irão, Paquistão, Sri Lanka;
  • Europa e outros Estados Ocidentais: Estados Unidos da América, Finlândia, Portugal;
  • Europa Oriental: Eslováquia, Federação Russa, Hungria.

Portugal foi Eleito para Membro da CSTD da ONU (Presidente da UMIC Representa Portugal) em 18 de Maio de 2009, com mandato até ao final de 2012, em reunião do ECOSOC da ONU realizada na sede da ONU em Nova Iorque, passando a integrar o grupo de 10 países ocidentais daquela Comissão. Presentemente este grupo inclui também Áustria, Estados Unidos da América, Finlândia, França, Israel, Malta, Suécia, Suíça e Turquia. Os representantes dos Estados-Membros da CSTD são nomeados pela ONU com base nas qualificações e no conhecimento científico ou profissional necessários para o mandato da Comissão. A entrada de Portugal para a CSTD foi assim aprovada pelo ECOSOC através da eleição de Luis Magalhães, então Presidente da UMIC - Agência para a Sociedade do Conhecimento, IP.

A CSTD, criada em 1992, é um órgão subsidiário do ECOSOC para aconselhamento de alto nível deste Conselho e da Assembleia Geral da ONU sobre políticas de Ciência e Tecnologia (C&T) e as suas implicações para o desenvolvimento, tendo sido incluídos no seu âmbito de acção, em 28 de Julho de 2006, os temas relacionados com a Sociedade da Informação. Está estabelecido que a CSTD integra 43 países com mandatos de 4 anos, incluindo, além dos 10 países ocidentais acima referidos, 11 países da África, 9 da Ásia, 8 da América Latina e Caraíbas, e 5 da Europa de Leste.

O ECOSOC foi encarregado em 2005, pela Agenda de Tunes para a Sociedade da Informação, de supervisionar todo o sistema da ONU de seguimento dos resultados da Cimeira Mundial sobre a Sociedade da Informação (WSIS), o que incluiu um mandato para a revisão da CSTD com o objectivo de reforçar esta Comissão com aquelas competências. Assim, na sessão de Julho de 2006 do ECOSOC foi decidido que a CSTD seria o ponto focal do sistema de seguimento dos resultados da WSIS, aconselhando sobre as correspondentes matérias pela elaboração de recomendações relativas à concretização dos resultados da Cimeira, para o que deveria:

  • Avaliar os progressos regionais e internacionais da concretização das Linhas de Acção que resultaram da WSIS;
  • Promover a partilha das melhores e mais efectivas práticas e lições, identificar obstáculos e propor acções para as ultrapassar, de forma a prosseguir a concretização efectiva dos resultados da WSIS;
  • Promover o diálogo e as parcerias em coordenação com outros fundos programas e agências especializadas da ONU, de modo a contribuir para a realização dos objectivos da WSIS;
  • Assegurar a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) para atingir os objectivos de desenvolvimento acordados internacionalmente, com a participação de Governos, sector privado, sociedade civil, a ONU e outras organizações internacionais, de acordo com os seus diferentes Papéis e responsabilidades.

Última actualização ( 16/04/2012 )