FTTH Forum 2008

A conferência tem lugar apenas três meses depois de o Governo ter definido a promoção do investimento em Redes de Nova Geração como prioridade estratégica para o País e ter estabelecido orientações para essa promoção, em particular tendo em vista a ligação de 1 milhão de utilizadores a Redes de Nova Geração até 2010.

Nesta conferência, são debatidas as questões chave de instalação de redes, optimização dos modelos comerciais, mitigação do investimento de risco e optimização de serviços, com base em 25 apresentações de especialistas internacionais.

O Presidente da UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento, IP, intervindo como orador convidado no início da conferência, chamou a atenção para as Redes de Nova Geração exigirem não só a instalação de infraestruturas de fibra óptica, mas também o desenvolvimento e a disponibilização de serviços avançados sobre banda larga e a articulação com banda larga móvel.

Redes de Nova Geração em fibra óptica promovidas por entidades públicas avançam decisivamente

Num momento em que as operadoras dão os primeiros passos decisivos para as Redes de Nova Geração e as questões relacionadas com investimento e com modelos de gestão e negócio deste tipo de redes são objecto de discussão, o Presidente da UMIC apresentou dois exemplos de Redes de Nova Geração promovidas por entidades públicas com o apoio da UMIC, um em e-Ciência, relativo à Rede Ciência Tecnologia e Sociedade (RCTS), e outro em e-Inclusão, relativo a Redes Comunitárias de Nova Geração.

 e-Ciência: no sistema científico e do ensino superior

A RCTS assegura hoje em dia ligações em cabo de fibra óptica propriedade da FCCN a mais de 70% do ensino superior (em termos de números de estudantes) e desde Julho de 2008 está ligada internacionalmente a 10 Gbps, cerca de 10 vezes o valor de Julho de 2005. Mas é ainda de notar que foram recentemente desenvolvidos vários serviços disponibilizados pela RCTS e que são essenciais para o seu valor como Rede de Nova Geração, incluindo:

• a Biblioteca do Conhecimento Online planeada em 1999 e através da qual as pessoas de instituições científicas e do ensino superior podem aceder a textos integrais de artigos científicos, na qual se verificaram em 2007 mais de 4,2 milhões de downloads, o dobro do valor de 2005;

• a integração de diferentes instituições do ensino superior num mesmo campus virtual (e-U: Campus Virtual) com acesso sem fios a banda larga a partir de qualquer das instituições;

• o lançamento da Iniciativa Nacional Grid em Abril de 2006 impulsionando o número de processadores da infraestrutura nacional Grid a chegar em 2008 ao quádruplo do valor de Maio de 2007, com a construção de um nó nacional de computação Grid num novo datacenter de 400 m2 na FCCN;

• a disponibilização de serviços de videoconferências de alta definição e de vídeo-difusão pela Internet;

• o desenvolvimento e disponibilização de um repositório de vídeos de alta definição com gestão digital de direitos (Zappiens);

• a disponibilização de VoIP – Voz sobre IP para todo o ensino superior público prestes a entrar em operação;

• o desenvolvimento do Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal até ao fim de 2008.

e-Inclusão: em quatro zonas desfavorecidas: Vale do Minho, Vale do Lima, Terra Quente Transmontana e Distrito de Évora

As Redes Comunitárias de Nova Geração, estão a ser construídas desde Maio de 2008 e já contam com condutas técnicas cujo comprimento ultrapassou 50% (Veja o Progresso Semanal dos Projectos de Redes Comunitárias de Banda Larga) dos mais de 1.000 Km previstos nos 4 projectos em curso: Vale do Minho, Vale do Lima, Terra Quente Transmontana, Distrito de Évora. São redes públicas de banda larga em regiões desfavorecidas ou onde haja falhas de mercado de telecomunicações, exploráveis em regime de multi-operação e fornecendo acesso idêntico a todos os operadores em concursos para a sua exploração. As 4 Redes Comunitárias devem ficar concluídas antes do fim do ano.

O mercado dá sinais de estar preparado para as Redes de Nova Geração, e em particular para FTTH, já que a penetração de banda larga nos agregados familiares duplicou, e na população quase triplicou, de 2005 para 2008, atingindo 39% e 33%, respectivamente. Notou, ainda, que, de acordo com dados publicados pelo INE hoje, a utilização da Internet por estudantes e pelas pessoas com educação secundária ou superior é muito elevada, respectivamente 97%, 87%, 91%, valores da ordem dos países escandinavos e muito acima das médias da União Europeia. Mesmo o valor para pessoas que não concluíram o ensino secundário, necessariamente muito mais baixo (26%), cresceu 57% de 2005 para 2008.