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Jovens Portugueses de 10 a 15 Anos de Idade São Fortes e Sofisticados Utilizadores de TIC

 - 09/08/2011

Logotipo do Observatório da Sociedade da Informação e do ConhecimentoA utilização de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) por jovens portugueses dos 10 aos 15 anos de idade tem aumentado rapidamente nos últimos anos. Pode ter-se uma perspectiva muito completa sobre esta realidade com os dados que se relatam agora de três fontes: (1) o inquérito à utilização de TIC pelas famílias realizado no 1º trimestre de cada ano pelo INE – Instituto Nacional de Estatística em colaboração com a UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento, IP; (2) os inquéritos realizados pelo projecto europeu EU Kids Online; (3) os inquéritos realizados no âmbito do Programa para Avaliação Internacional de Estudantes (PISA) da OCDE.

Os dados mais marcantes do inquérito à utilização de TIC pelas famílias para os jovens de 10 a 15 anos de idade, relativos ao 1º trimestre de 2010, são:

  • 91% utilizam Internet, tanto raparigas como rapazes. A utilização de Internet é de 100% nos jovens no 3º ciclo de escolaridade básica.
  • 84% utilizam Internet em casa, muito mais do dobro de 2005 (era 32%).
  • 67% declaram utilizar a Internet todos os dias ou quase todos os dias, quase o triplo de 2005 (era 24%).
  • As principais actividades de jovens de 10 a 15 anos que utilizam Internet são: pesquisa de informação para trabalhos escolares (97%), mensagens em chats, blogs, websites de redes sociais, newsgroups, fóruns de discussão online ou mensagens escritas em tempo real (86%), correio electrónico (86%), jogos ou download de jogos, imagens, filmes ou música (79%), consulta de websites de interesse pessoal (63%), colocação de conteúdo pessoal num website para ser partilhado (55%), pesquisa de informação sobre saúde (47%).
  • 96% utilizam computador, tanto raparigas como rapazes. A utilização de computador é de 100% nos jovens no 3º ciclo de escolaridade básica.
  • 92% utilizam computador em casa, 1,6 vezes o valor de 2005 (quando era 57%).
  • 77% declaram utilizar computadores todos os dias ou quase todos os dias, 1,7 vezes o valor de 2005 (quando era 46%).
  • As actividades indicadas por mais jovens de 10 a 15 anos que utilizam computador são: trabalhos escolares (93%), audição de música ou filmes (84%), jogos (84%), utilização de software educativo (54%).
  • 87% utilizam telemóvel, 1,4 vezes o valor de 2005.

Estes dados mostram uma muito elevada utilização de Internet e computadores pelos jovens de 10 a 15 anos de idade (respectivamente, 91% e 96%), mais de 1,8 vezes os valores para pessoas de 16 a 74 anos (respectivamente, 51% e 55%). São particularmente acentuados os aumentos de utilização da Internet em casa e da utilização da Internet todos ou quase todos os dias que foram, respectivamente, multiplicada por 2,6 e quase triplicada desde 2005.

Por sua vez, os inquéritos realizados pelo projecto europeu EU Kids Online em 23 países europeus, com entrevistas de jovens dos 9 aos 16 anos de idade realizadas na Primavera e no Verão de 2010, dão uma ideia da natureza e sofisticação da utilização da Internet, em particular:

  • Redes Sociais: 58% dos jovens de 9 a 16 anos de Portugal têm um perfil em pelo menos uma rede social, um valor maior mas próximo da média dos 23 países europeus considerados (57%), e mais do dobro do obtido para pessoas de 16 a 74 anos (25%) pelo Estudo “A Utilização de Internet em Portugal 2010” no Quadro do World Internet Project elaborado pelo LINI – Lisbon Internet and Networks Institute com apoio da UMIC e com dados recolhidos por entrevistas realizadas em 14-25 de Maio de 2010. 8,7% dos jovens de 9 a 16 anos de Portugal têm mais de 300 contactos no perfil da rede social que mais utilizam, a 5ª percentagem mais elevada nos 23 países considerados (média 5,1%), a seguir a Reino Unido (10,4%), Grécia (10,3%), Irlanda (9,3%) e Eslovénia (9,1%). 16,2% dos jovens de 9 a 16 anos de Portugal têm mais de 100 contactos, a 13ª percentagem mais elevada nos 23 países considerados (média 16,5%). Portugal é um dos 4 países onde os jovens dos 9 aos 16 anos com perfil em pelo menos uma rede social têm mais cuidado em não revelar informações pessoais a estranhos.
  • Literacia e Segurança na Internet: 3,7 é a média de respostas positivas dadas por jovens de Portugal entre 11 e 16 anos de idade (6ª maior dos 23 países europeus considerados, em que o máximo foi 4,6 na Finlândia) a 8 perguntas sobre competências de literacia e segurança na Internet: Bookmarking de sítios na Internet, Comparar sítios na Internet diferentes para decidir se a informação é verdadeira, Bloquear anúncios ou correio indesejado, Encontrar informação sobre como usar a Internet em segurança, Bloquear mensagens de desconhecidos, Mudar os níveis de privacidade em perfis de redes sociais, Apagar o registo dos sítios visitados na Internet, Modificar as preferências de filtros de conteúdos.
  • Bullying: 0,2% e 2,3% dos jovens de 9 a 16 anos de Portugal foram, respectivamente, agressores e vítimas de bullying, quando as médias nos 23 países europeus são, respectivamente, 3% e 6%. Portugal tem, respectivamente, o mais baixo valor e o 2º mais baixo valor dos 23 países (médias de 3% e 6%, respectivamente).

Finalmente os dados dos inquéritos sobre utilização de TIC realizados no âmbito do PISA da OCDE, relativos a 2009, dão informações interessantes comparativas com outros países para jovens estudantes de 15 anos (ver dados sobre Educação e Formação em TIC da publicação A Sociedade da Informação em Portugal 2010). Destaca-se que, entre os 25 países da UE na OCDE considerados (para alguns indicadores há dados para apenas 17 países embora para a maioria dos indicadores haja dados para mais de 20 países), Portugal é:

  • nos alunos que:
    • usam correio electrónico em casa para comunicar com colegas sobre trabalhos escolares (54%), muito acima da média dos 25 países da OCDE considerados (34%).
    • afirmam conseguir criar uma base de dados com computador muito bem e sem ajuda (46%), muito acima da média (27%).
    • afirmam conseguir criar uma apresentação com computador muito bem e sem ajuda (90%), 1,6 vezes a percentagem de seis anos antes, e muito acima da média (71%). Este 1º lugar verifica-se entre rapazes, raparigas, alunos do nível socioeconómico e cultural mais elevado (quartil superior) e alunos do nível socioeconómico e cultural mais baixo (quartil inferior). Portugal é o 2º país com menor diferença neste indicador entre os alunos com mais elevado e mais baixo nível socioeconómico e cultural (10 pontos percentuais), muito abaixo da média (18 pontos percentuais); nove anos antes a diferença em Portugal era de 23 pontos percentuais, acima da média (18 pontos percentuais).
    • afirmam conseguir criar uma apresentação multimédia (com som, imagem e vídeo) com computador muito bem e sem ajuda (72%), muito acima da média (54%) e quase o dobro da percentagem seis anos antes (37%), e este 1º lugar verifica-se entre rapazes, raparigas e alunos do nível socioeconómico e cultural mais elevado, e o 2º lugar entre alunos do nível socioeconómico e cultural mais baixo.
  • nos alunos que:
    • usam a Internet em casa para fazer trabalhos escolares (61%), muito acima da média (46%).
    • usam correio electrónico em casa para comunicar com professores (25%), muito acima da média (14%).
  • nos alunos que:
    • usam computadores portáteis na escola (25%), muito acima da média (19%).
    • afirmam conseguir editar fotografias digitais ou outras imagens gráficas em computador muito bem e sem ajuda (76%), muito acima da média (60%).
    • afirmam conseguir gerar um gráfico a partir de uma folha de cálculo em computador muito bem e sem ajuda (68%), muito acima da média (50%) e 1,3 vezes a percentagem de seis anos antes. Portugal é o 6º país com menor diferença neste indicador entre os alunos com mais elevado e mais baixo nível socioeconómico e cultural (10 pontos percentuais), muito abaixo da média (14 pontos percentuais); nove anos antes a diferença em Portugal era de 16 pontos percentuais, acima da média (15 pontos percentuais).
  • nos alunos que:
    • têm acesso à Internet na escola (97%), acima da média (93%).
    • usam computador na escola para trabalhos de grupo e comunicar com colegas (28%), acima da média (22%).
    • colocam na escola trabalhos em website da escola (12%), muito acima da média (9%).
  • nos alunos que fazem trabalhos de casa em computador da escola (18%), igual à média (18%).
  • nos alunos que:
    • usaram computador pelo menos uma vez (99,6%), acima da média (99,2%). Esta percentagem em Portugal é maior nos alunos do nível socioeconómico e cultural mais baixo (99,9%) do que nos do nível mais elevado (99,7%).
    • têm computador em casa (98%), acima da média (94%) e 1,7 vezes a percentagem de seis anos antes. Também é o 7º neste indicador nos alunos do nível socioeconómico e cultural mais baixo (94%), muito acima da média dos 25 países da OCDE considerados (86%) e mais do quádruplo da percentagem de nove anos antes. A diferença entre alunos do nível socioeconómico e cultural mais alto e mais baixo foi drasticamente reduzida para apenas 6 pontos percentuais quando nove anos antes era de 73 pontos percentuais.
    • usam Internet na escola para trabalhos escolares (41%), acima da média (39%).
    • carregam, descarregam ou acedem na escola a materiais em website da escola (18%), acima da média (15%).
  • nos alunos que:
    • usam correio electrónico na escola (24%), acima da média (19%).
    • carregam, descarregam ou acedem em casa a materiais no website da escola (27%), acima da média (23%).
    • fazem trabalhos de casa no computador em casa (48%), próximo mas abaixo da média (50%).
  • nos alunos que usam computador em casa (97%), acima da média (93%). A diferença entre alunos do nível socioeconómico e cultural mais alto e mais baixo é de 7 pontos percentuais muito abaixo da média (15 pontos percentuais).
  • 13º nos alunos com acesso à Internet em casa (91%), quase o quádruplo da percentagem de 9 anos antes. O crescimento desta percentagem nos últimos nove anos foi elevado para os alunos do nível socioeconómico e cultural mais alto (passou de 58% para 99%), mas foi enorme para os do nível mais baixo (passou de 4% para 79%). Houve uma acentuada redução das diferenças de oportunidades entre os alunos destes dois grupos: a diferença é de 19 pontos percentuais em 2009 quando era de 54 pontos percentuais nove anos antes.

São resultados muito positivos da utilização de TIC por jovens em Portugal que revelam a eficácia das medidas de estímulo à utilização da Internet e de computadores por jovens em idade escolar, inclusivamente na redução de diferenças entre os grupos de níveis socioeconómicos e culturais mais alto e mais baixo.

Última actualização ( 08/09/2011 )