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Actividades de I&D em Portugal com o Maior Crescimento dos Países da UE

 - 13/12/2008

Logotipo do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional 2007Portugal foi o país da UE com maior crescimento da despesa em I&D em relação ao PIB de 2005 para 2007, atingindo 1,18% do PIB quando em 2005 era apenas 0,81% do PIB. Portugal está agora próximo da Espanha (1,22%) e da Irlanda (1,31%), e ultrapassou Hungria (0,97%), Itália (1,09%) e Estónia (1,14%).

A despesa em I&D nas empresas em relação ao PIB mais que duplicou de 2005 para 2007, atingindo 0,61% do PIB quando em 2005 era penas 0,29% do PIB. Pela primeira vez, a despesa em I&D nas empresas ultrapassou o valor verificado nas restantes instituições. O número de empresas com actividades de I&D teve um acréscimo inédito ao passar de cerca de 930 em 2005 para mais de 1.500 em 2007.

Verificou-se um grande aumento do número de investigadores na população activa, o qual passou de 3,8‰ em 2005 para 5,0‰ em 2007, com o número de investigadores em equivalente a tempo integral (ETI) a duplicar nos últimos dez anos (de cerca de 14 mil em 1997 para cerca de 28 mil em 2007). O número de investigadores na população activa está agora próximo da média da UE27 (5,6‰), embora ainda esteja muito abaixo da média da OCDE (7,0‰).

O número de investigadores nas empresas mais que duplicou de 2005 para 2007, passando de cerca de 4 mil para 8,6 mil, e sendo acompanhado por um aumento do número de investigadores doutorados declarados pelas empresas (cerca de 360 doutorados em 2007).

O número de publicações científicas nacionais referenciadas internacionalmente foi multiplicado por 2,3 nos últimos 10 anos, com um aumento de cerca de 25% de 2004 para 2007 (pesquisa efectuada na Web of Knowledge a 21 de Novembro de 2008). A autoria destas publicações revela uma elevada internacionalização da ciência portuguesa, dado que 48% das publicações foram de co-autoria entre investigadores a trabalhar em Portugal e no estrangeiro.

O número de novos doutoramentos concluídos ou reconhecidos em Portugal praticamente atingiu em 2007 a meta de 1.500 novos doutoramentos por ano estabelecida em para 2010 em 2005, sendo expectável que ainda cresça muito nos próximos anos devido ao grande aumento do número de bolsas de doutoramento atribuídas pela FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, IP nos últimos anos, o qual passou de 1.172 em 2005 para 2.078 em 2007, ultrapassando largamente a meta traçada em 2005 que apontava para um aumento de 60% de bolsas de doutoramento e pós-doutoramento até 2010.

Os novos dados relativos a despesa em I&D e a investigadores estão incluídos nos dados provisórios oficiais do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional 2007 (IPCTN 2007) agora publicados pelo Gabinete de Estratégia, Planeamento, Avaliação e Relações Internacionais (GPEARI) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. O IPCTN é um inquérito censitário que se realiza de dois em dois anos segundo a metodologia desenvolvida pela OCDE no Manual de Frascati. Os principais resultados do inquérito às actividades de 2007, efectuado em 2008, encontram-se já disponibilizados no sítio oficial do EUROSTAT na Internet.

O aumento da despesa em I&D de 2005 para 2007 reflecte a prioridade política dada ao desenvolvimento científico e tecnológico e, em particular, ao Compromisso com a Ciência para o Futuro de Portugal.

O grande aumento da despesa em I&D nas empresas que se verificou de 2005 para 2007 é totalmente inédito em Portugal, dado que corresponde em preços constantes a uma duplicação, quando o maior crescimento de sempre em dois anos tinha sido 65% de 1999 para 2001.

O crescimento que agora se verificou nas empresas reflecte um aproveitamento do desenvolvimento científico e da capacidade tecnológica instalada em Portugal nos últimos 12 anos, de 1995 para 2007, período em que a despesa total em I&D a preços constantes quase triplicou (apesar de um decréscimo de 2001 para 2003 que só em 2005 atingiu o nível de 2001), tal como quase triplicou o número de investigadores em ETI, mais do que triplicou o número de doutorados, e quase quadruplicou o número de publicações científicas reconhecidas internacionalmente.

O crescimento agora verificado nas empresas está também parcialmente relacionado com a reposição e reforço dos incentivos fiscais à I&D empresarial decidida em Agosto de 2005. De facto, 527 empresas candidataram-se ao SIFIDE – Sistema de Incentivos Fiscais à I&D Empresarial em 2006 e 2007, quando entre 1997 e 2003 esse número era cerca de 395 empresas.

Relativamente ao Ensino Superior, os dados do IPCTN 2007 revelam que:

  • A despesa em I&D no sector do Ensino Superior a preços constantes cresceu 26% de 2005 para 2007, passando a ser 30% da despesa nacional em I&D.
  • O número de investigadores no Ensino Superior aumentou cerca de 20%, de 10.956 ETI em 2005 para 13.096 ETI em 2007, o que corresponde a 47% dos investigadores em Portugal.
  • A qualificação do corpo docente do Ensino Superior atingiu níveis inéditos em Portugal, com os doutorados a trabalhar nas universidades públicas a chegarem a 65% do total do corpo docente (eram 43% em Janeiro de 2005). Na verdade, o número de doutorados nas universidades públicas aumentou de 6.177 em Janeiro de 2005 para 9.217 no final de 2007. Ao mesmo tempo, os doutorados atingiram 15% do corpo docente nos institutos politécnicos públicos (eram 9,5% em 2005) e 31% nas universidades privadas (eram 23% em 2005).

Relativamente ao sector das Empresas:

  • Os sectores dos serviços financeiros e seguros, serviços de informática e comunicações são os que tiveram maior despesa em I&D e, também, os que mais aumentaram de 2005 para 2007, juntamente com a indústria automóvel e de energia. Todos estes sectores aumentaram pelo menos 6 vezes a sua despesa em actividades de I&D. A despesa em I&D na indústria alimentar aumentou 3,5 vezes e na indústria farmacêutica aumentou cerca de 1,5 vezes no período 2005-2007.
  • A despesa das empresas em I&D continua a ser maioritariamente financiada por fundos das próprias empresas (cerca de 89% do total, excluindo os incentivos fiscais).

Os dados disponibilizados pelo EUROSTAT mostram ainda que:

  • Portugal subiu três posições na UE27, passando a ser o 15º país com maior despesa em I&D em relação ao PIB (era 18º em 2005).
  • Portugal foi o país europeu com o maior crescimento da despesa total em I&D em relação ao PIB entre 2005 e 2007, cerca de 46%. Muito acima da média da UE27 cujo crescimento neste período foi de 1,01%.
  • Portugal foi o país onde a despesa em I&D nas empresas em relação ao PIB mais cresceu entre 2005 e 2007, cerca de 97%, muito acima da média da UE27 cujo crescimento foi de 1,01%.

O IPCTN 2007 vem demonstrar a drástica reforma da repartição da despesa em I&D em Portugal de 1995 para 2007, com a despesa em I&D nas empresas a passar de 21% para 51% do total, enquanto a despesa em I&D no Estado passou de 27% para 9% (a despesa nas universidades passou de 37% para 30% e nas IPSFL de 15% para 10% de 1995 para 2007, período em que cresceu muitíssimo em valores absolutos a preços constantes, respectivamente 114% e 77%).

Para mais informação ver o documento Despesa em I&D e Nº de Investigadores em 2007 em Portugal – Súmula dos dados provisórios do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional, IPCTN  2007.

Última actualização ( 19/12/2011 )