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Internet do Futuro

A Internet do Futuro consiste em tecnologias emergentes que abrem extraordinárias oportunidades de desenvolvimento social e económico. São presentemente um desafio à actividade mundial de I&D. Portugal definiu esta área como tendo prioridade estratégica especial, ao escolhê-la como componente principal de várias das Redes de Conhecimento lançadas a partir de 2006.

No futuro, a Internet irá integrar não só um backbone em fibra óptica, o acesso sem fios em banda muito larga e generalizado, grandes sistemas de informação, como redes sociais sofisticadas, objectos inteligentes, sistemas ciber-físicos baseados em redes de sensores e actuadores automáticos distribuídos e veículos equipados com comunicações avançadas.

Estamos a entrar numa nova fase de desenvolvimento da sociedade da informação, na qual a Internet liga não só computadores e terminais de comunicações, como, potencialmente, qualquer dos objectos que nos rodeiam todos os dias e é utilizada para a criação de ambientes sofisticados de interacção com as pessoas que lhes tragam maior qualidade de serviços e comodidade. A este desenvolvimento chama-se correntemente Internet do Futuro (Future Internet).

Nas várias das Redes de Conhecimento lançadas em Portugal a partir de 2006, a Internet do Futuro assume um papel de destaque. Na verdade:

  • É central no Programa Carnegie Mellon – Portugal, que se foca em Redes de Nova Geração (RNG) para serviços confiáveis de alta qualidade, Sistemas ciber-físicos para inteligência ambiente, Computação centrada em humanos, Análise e políticas públicas de mudança tecnológica em TICs;
  • Numa parte dominante do Programa MIT – Portugal, nomeadamente relativa a energia e transportes sustentáveis com a utilização de smart grids e smart metering e outras redes de sensores e nos sistemas de informação associados, nos sistemas de automóveis eléctricos e da correspondente gestão informática como sistemas de grande escala e mobilidade avançada e nos sistemas de apoio a cuidados de saúde com a utilização de sensores de funções vitais das pessoas em mobilidade e os correspondentes sistemas e aplicações de suporte;
  • No Programa UT Austin – Portugal centrado em media digitais avançados, tecnologias gráficas e interactivas intensivas, indústrias criativas, em particular do cinema e vídeos, e o desenvolvimento avançado de conteúdos;
  • Na parte do Programa Harvard Medical School – Portugal dedicada à disponibilização pública de conteúdos médicos e de investigação biomédica, de qualidade validada, para estudantes de medicina, profissionais de saúde e população geral, abertamente na Internet;
  • Na parte do Programa Fraunhofer – Portugal dedicada a tecnologia, aplicações e serviços para Vida em Ambientes Assistidos (Ambient Assisted Living).

Os tópicos da Internet do Futuro foram, também, amplamente considerados em 2010 no Ciência 2010 – Encontro com a Ciência em Portugal: Tópicos do Âmbito da Internet do Futuro, e em 2009 no Ciência 2009 – Encontro com a Ciência em Portugal: Tópicos do Âmbito da Internet do Futuro em Destaque,, como já tinham sido em 2008 no Ciência 2008 – Encontro com a Ciência em Portugal. Em 22, 23 e 24 de Fevereiro de 2010, temas da Internet do Futuro foram objecto de debate em três fora organizados pelo Programa Carnegie Mellon – Portugal: Forum de Inovação em Segurança e Protecção de Infraestruturas Críticas; Forum de Inovação em Tecnologias e Serviços da Internet do Futuro; Forum de Inovação em Serviços e Tecnologias para Media Interactivos.

A UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento, IP organizou no dia 10 de Maio de 2010, no Centro Científico e Cultural de Macau, em Lisboa, o Forum para a Sociedade da Informação – Internet do Futuro com o objectivo de agregar competências em Portugal em áreas estratégicas para o desenvolvimento da Internet do Futuro, tema em que tem havido desde 2006 um impulso nacional especial, em particular no âmbito das Redes de Conhecimento internacionais de Portugal com instituições de destaque mundial mas também no âmbito de outros programas, para discutir as oportunidades nas tecnologias, aplicações e serviços da Internet do Futuro.

Além da participação da UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento, IP na orientação das várias Redes de Conhecimento, as oportunidades de participação em projectos relacionados com Internet do Futuro têm também sido estimuladas nos programas com financiamento da União Europeia em que a UMIC representa Portugal nas estruturas de gestão e como Ponto de Contacto Nacional e onde há oportunidades em áreas da Internet do Futuro, como é o caso do Programa Comunitário de Apoio à Política de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), conhecido por CIP–ICT PSP, e do programa em AAL – Ambient Assisted Living (ver Portugal na Associação Ambient Assisted Living constituída em Bruxelas).

Como a Internet do Futuro foi assumida desde 2006 como prioritária em Portugal, estamos numa situação particularmente favorável para aproveitar o momento em que se antevê o desenvolvimento rápido das tecnologias associadas, permitindo que Portugal participe no desenvolvimento destas tecnologias e na criação do associado conhecimento científico praticamente desde o seu arranque.

No âmbito do 7º Programa Quadro de Investigação da União Europeia (UE), está prevista para Junho ou Julho de 2010 a abertura de um concurso no âmbito da Internet do Futuro com um envelope financeiro de cerca de 300 milhões de euros, no qual interessa tirar partido da competitividade alcançada em Portugal nestes domínios nos últimos anos, por terem sido assumidos como prioridades em vários programas consideravelmente antes de o serem nos programas da UE. A este propósito, a Comissão Europeia publicou no dia 28 de Outubro de 2009 a Comunicação A public-private partnership on the Future Internet e são disponibilizadas informações adicionais sobre actividades europeias em Internet do Futuro no EC website on the Future Internet e no European Future Internet Portal.

A UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento, IP vem preparando de forma sistemática e continuada o posicionamento de Portugal neste contexto desde 2007, de forma a poder tirar o máximo partido das oportunidades que se vão abrir na UE relativamente a Internet do Futuro.

Na verdade, UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento, IP integra, através do seu Presidente, o Forum da Internet do Futuro (FIF – Future Internet Forum), constituído no âmbito da UE no dia 12 de Maio de 2009 (ver Lançamento do Forum da Internet do Futuro em Praga) numa altura em que, de 11 a 13 de Maio, teve lugar a Conferência sobre o Futuro da Internet em Praga que constituiu a 3ª reunião da Future Internet Assembly (FIA) depois da 1ª reunião da FIA, em Bled, Eslovénia, de 31 de Março a 2 de Abril de 2008, e da 2ª reunião da FIA, em Madrid, Espanha, nos dias 9-10 de Dezembro de 2008.O FIF reuniu-se pela segunda vez em Estocolmo, nos dias 23-24 de Novembro de 2009, na altura em que se realizou a 4ª reunião da FIA na Presidência Sueca da UE.

O Forum da Internet do Futuro (FIF – Future Internet Forum) reúne os representantes dos Estados Membros e Associados, e foca-se em políticas de I&D e inovação para permitir aos Estados Membros e Associados partilharem boas-práticas e experiências, ultrapassarem a fragmentação de esforços e procurarem estabelecer sinergias transversais a programas e iniciativas financiadas ao níveis nacional e da UE. O papel e as responsabilidades FIF são complementares aos de outros grupos e fora existentes, como o National ICT Research Directors Forum, o Grupo de Alto Nível i2010, o Comité CIP-PCP, o Comité de ICT do FP7 (ICTC), o Grupo de Aconselhamento de IST do FP7 (ISTAG), etc. (a representação de Portugal nos três primeiros é assegurada pela UMIC - Agência para a Sociedade do Conhecimento, IP, sendo que nos dois primeiros o representante de Portugal é o Presidente da UMIC), com os quais o FIF procurará promover a colaboração e troca de informações numa base regular.

A UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento, IP também integra o consórcio da Acção Concertada Coordination of the European Future Internet Forum of Member States, aprovada em Fevereiro de 2010 no âmbito do 7º Programa Quadro de Investigação da UE, com o objectivo de assegurar o apoio ao diálogo entre as entidades governamentais/ministérios e os conselhos de investigação e agências de financiamento e o desenvolvimento e reforço dos programas da Internet do Futuro nos vários países e a colaboração num ambiente transnacional europeu, conjugando esforços e procurando atingir massa crítica para o fomento da investigação em Internet do Futuro na Europa. Este projecto, cujo consórcio integra, além da UMIC, o WIT – Waterford Institute of Technology da Irlanda, a NWO – Netherlands Organisation for Scientific Research da Holanda, a Universidade do Luxemburgo, a NKTH – National Office for Research and Technology da Hungria, e a AETIC – Asociación Empresas de Tecnologías de la Información y Comunicaciones de Espanha, assegurará um Secretariado de apoio a esta actividade e promoverá a troca de conhecimentos entre os vários actores, procurando criar um sítio na Internet que se torne no portal principal da investigação em Internet do Futuro na Europa. Neste projecto, a UMIC coordena a Working Package de criação da infraestrutura do projecto, na qual tem a tarefa de estabelecer o Steering Committe constituído pelos membros do Forum da Internet do Futuro, e que inclui as tarefas asseguradas pelo WIT de estabelecer o Secretariado, desenvolver e manter o portal na Web e formalizar o Forum da Internet do Futuro.

Em 6 de Outubro de 2008, o Presidente da UMIC representou o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior na Conferência Ministerial sobre a Internet do Futuro que se realizou em Nice, França, no âmbito da Presidência Francesa da UE, na altura da conferência Internet of Things - Internet of the Future que teve lugar nos dias 6-7 de Outubro.

A UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento, IP também tem assegurado a participação de portugueses em vários tipos de reuniões, comissões e eventos que se vêm realizando no âmbito da UE em aspectos da Internet do Futuro, o que se pretende prosseguir e alargar a propósito do lançamento do concurso previsto para abertura pela Comissão Europeia em Junho-Julho de 2010.

Um outro aspecto relativo à evolução presente e futura da Internet respeita à Governação da Internet. A UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento, IP assegura, através do seu Presidente, a representação de Portugal no GAC – Governmental Advisory Committee da ICANN – Internet Corporation for Assigned Names and Numbers e também no IGF – Internet Government Forum da ONU – Organização das Nações Unidas, assim como, no âmbito da União Europeia, no HLIG – High Level Group on Internet Governance (ver Notícias da Área de Acção de Relações Internacionais para informações sobre as respectivas reuniões).

Em 2007, UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento, IP promoveu o envolvimento de Portugal num aspecto particular da Internet do Futuro. Uma das tecnologias promissoras como porta de entrada para a Internet das Coisas é a RFID (em inglês Radio Frequency IDentification, e em português "Identificação por Radio-Frequência"). É considerada uma tecnologia madura potenciadora do desenvolvimento da Internet das Coisas e, portanto, é vista como uma porta de entrada para esta nova fase do desenvolvimento da Sociedade da Informação que claramente se desenvolverá também com base noutras tecnologias de identificação e especificação de objectos. A RFID permite captar automaticamente e com comunicação sem fios a identificação e outros dados de objectos em que se apõem etiquetas (tags) electrónicas que são uma espécie de "códigos de barras electrónicos" que também podem ter informações adicionais. Quando essas etiquetas são ligadas a bases de dados através de sensores e redes de comunicação, como a Internet, esta tecnologia proporciona um poderoso modo de oferta de novos serviços e aplicações, praticamente em qualquer ambiente.

A Comissão Europeia tinha revelado antecipações para 2020 de números de computadores da ordem de 1 milhar de milhão, utilizadores de sistemas de comunicações móveis da ordem de 5 milhares de milhões, aparelhos comunicantes da ordem de 10 milhares de milhões, sensores da ordem de 100 milhares de milhões, e etiquetas de identificação em objectos da ordem de 1 quatrilião, a grande maioria dos quais interligados através da Internet.

Embora ainda muitíssimo longe destes números, a RFID já é amplamente utilizada em aplicações como a VIA VERDE nas auto-estradas, bilhetes em transportes urbanos, detecção de roubos de mercadorias em lojas, gestão do empréstimo de livros em bibliotecas, controlo de acesso a instalações, controlo de cadeias de produção e distribuição de certos produtos, logística, abertura e fecho sem chaves de portas de automóveis.

A RFID tem particular importância nas políticas tecnológicas actuais porque foi identificada como uma porta de entrada para a Internet das Coisas e porque tem um potencial muito elevado de se tornar um motor de crescimento e de aumento de empregos e, portanto, contribuir poderosamente para a Estratégia de Lisboa, se as barreiras que ainda dificultam a inovação puderem ser ultrapassadas e se induzir uma rápida disseminação e utilização desta tecnologia.

Por exemplo, um estudo encomendado em 2007 pelo governo alemão identificou o potencial do valor acrescentado relacionado com RFID nos sectores de produção, comércio, transportes e serviços públicos e privados atingir, apenas na Alemanha, 62 milhares de milhões de euros em 2010 quando em 2004 era 3 milhares de milhões de euros.

A UE tem prestado particular atenção à área de RFID desde 2006. Em 15 de Março de 2007, a Comissão emitiu a Comunicação Identificação por radiofrequências (RFID) na Europa: rumo a um quadro político.

No Conselho Europeu de Transportes, Telecomunicações e Energia de 7-8 de Junho de 2007 houve uma primeira troca de pontos de vista sobre RFID promovida pela Presidência Alemã da UE. Na altura, Portugal solicitou que as questões de I&D e inovação e os assuntos de concorrência económica, normalização e protecção do consumidor também fossem considerados no Conselho de Competitividade, e também sublinhou a necessidade de envolver o Conselho de Justiça e Assuntos Internos no debate das questões de privacidade, protecção de dados e segurança, com o objectivo de acelerar o processo de discussão e apoio ao desenvolvimento da RFID na UE que estava previsto na Comunicação da Comissão decorrer até meados de 2009.

Em 25-26 de Junho de 2007, a Presidência Alemã em colaboração com a Comissão Europeia organizaram em Berlim a Conferência "RFID: Towards the internet of things", a qual teve como background paper a publicação European Policy Outlook RFID. A sessão de encerramento  desta conferência contou com uma intervenção do Presidente da UMIC - Agência para a Sociedade do Conhecimento, IP, Luis Magalhães, em representação do Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal, em que foi anunciada a Conferência e Exposição "On RFID – The next step to THE INTERNET OF THINGS", a realizar em Lisboa em 15-16 de Novembro de 2007, e com a passagem simbólica de testemunho do Secretário de Estado no Ministério Federal de Economia e Tecnologia da Alemanha, Bernd Pfaffenbach, para Luis Magalhães.

A Comunicação da Comissão Europeia de 15 de Março de 2007 explicitou muitas maneiras em que a RFID tem o potencial de trazer benefícios às pessoas, nomeadamente:

  • Segurança (por exemplo, seguimento de circuitos de produtos alimentares, cuidados de saúde, combate à contrafacção de remédios).
  • Conveniência (por exemplo, redução de filas de espera em supermercados, manuseamento mais preciso e fiável de bagagem em aeroportos, pagamento de portagens em auto-estradas, parques de estacionamento, etc.).
  • Acessibilidade (por exemplo, para pessoas com deficiências).

Nos transportes, a RFID pode contribuir para melhorar a eficiência e a segurança e para fornecer nova qualidade de serviço no transporte de pessoas e bens. Nos cuidados de saúde, a RFID tem o potencial para aumentar a qualidade dos cuidados e a segurança dos pacientes, e para melhorar o cumprimento de medicações e da associada logística. No comércio a retalho, a RFID pode ajudar a reduzir quebras de stocks e roubos. Em muitas indústrias, incluindo farmacêutica, de equipamentos médicos, entretenimento, electrónica de consumo, bens de luxo, componentes de automóveis, pode permitir retomar produtos com defeitos ou ilícitos. Espera-se que a marcação com RFID possa melhorar a separação e reciclagem de produtos e materiais, com benefícios para uma melhor protecção do ambiente e para o desenvolvimento sustentável.

A RFID e a Internet das Coisas enfrentam desafios e oportunidades que precisam de ser amplamente debatidos, como por exemplo quais são as soluções disponibilizadas pelas comunidades técnica e empresarial, as políticas públicas para a governação dos recursos partilhados (interoperabilidade, normalização, harmonização de espectro de radiofrequência, etc.), os aspectos que requerem contribuições de I&D (nomeadamente, novas tecnologias para redução de custos de etiquetas e sensores com a utilização de electrónica orgânica, miniaturização dos dispositivos com nanotecnologias, redução de consumos energéticos e novas formas de produção, captação e gestão de energia), as necessidades de formação de técnicos em números suficientemente elevados para assegurarem as necessidades da generalização desta tecnologia, as questões de concorrência associadas, os projectos-piloto que convém realizar para testes em larga escala de integração desta tecnologia em sistemas complexos, os requisitos de privacidade e segurança a serem adoptados, os novos aspectos de protecção dos consumidores que se revelem necessários.

No conselho dos ministros de ciência da UE de 23 de Novembro de 2007 (reunião do Conselho de Competitividade da UE) e, também, no conselho dos ministros da EU dedicado à Sociedade da Informação de 29 de Novembro de 2007 (reunião do Conselho de Transportes, Telecomunicações e Energia),  a Presidência Portuguesa apresentou uma informação escrita relativa à Internet das Coisas e RFID (On RFID – The next step to The Internet of Things), e prestou informações sobre a Conferência e Exposição "On RFID – The next step to THE INTERNET OF THINGS" que se realizou em Oeiras a 15-16 Novembro 2007.

Última actualização ( 24/10/2011 )