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ComLab: Comunicação em Redes de Conhecimento

O papel de Redes de Conhecimento na criação, transformação, disseminação e aplicação de conhecimento tem sido amplamente reconhecido. Estas redes envolvem indivíduos e organizações em torno de objectivos específicos e com a participação colaborativa em tarefas comuns ou complementares.

As Redes de Conhecimento envolvem entidades de instituições distintas, com conhecimentos e experiências diferentes e frequentemente incluem actores de tipos de organizações muito diferentes e com objectivos de desempenho diferenciados, como sejam universidades, instituições científicas, empresas, organismos públicos e actores do mercado, e muitas vezes beneficiam de multidisciplinaridade, internacionalização e diversidade cultural.

As Redes de Conhecimento têm sido propostas como uma forma organizacional mais efectiva para a transformação, disseminação e aplicação de conhecimento em sistemas complexos no contexto da economia baseada no conhecimento, o que é reforçado num contexto de globalização económica.

Pela própria natureza das Redes de Conhecimento, os aspectos de Comunicação assumem um papel central e têm características específicas que resultam da diversidade de participantes e das dificuldades de fluxo de informação e conhecimento associadas. As metodologias e práticas da Comunicação em Redes de Conhecimento não são suficientemente conhecidas e, contudo, são essenciais para a efectividade das próprias Redes de Conhecimento. Em particular, os desafios comunicacionais colocados pela diversidade de actores, organizações, culturas e percepções exigem respostas adequadas à natureza das Redes de Conhecimento que é diferente das situações mais comuns da comunicação entre dois indivíduos ou num pequeno grupo de proximidade, em organizações estruturadas hierarquicamente e departamentalmente, ou a comunicação destinada a públicos indiferenciados através de broadcasting. Temos aqui para a comunicação um desafio semelhante ao enfrentado na organização social e económica na transição da sociedade industrial para a pós-industrial: processos normalizados dirigidos a massas indiferenciadas tornam-se ineficazes.

Com o objectivo de desenvolver metodologias e práticas de Comunicação em Redes de Conhecimento, foi constituído o ComLab, com um núcleo dinamizador próprio, mas organizado ele próprio em rede de actores com ligações organizacionais diversas e tirando partido da partilha de recursos e do diálogo interactivo presencial e à distância com apoio de instrumentos de TIC como, por exemplo, sistemas de partilha de documentos, blogs, wikis, messenger, videoconferência, redes sociais.

Os programas das acções Parcerias para o Futuro iniciadas em Portugal a partir de 2006, designadamente MIT – Portugal, Carnegie Mellon – Portugal, UTexas Austin – Portugal, Harvard Medical School – Portugal, foram todos configurados de modo a constituírem ambiciosas Redes de Conhecimento em torno de objectivos específicos. Todas as Redes de Conhecimento associadas enfrentam as dificuldades comunicacionais acima identificadas e, além disso, têm aspectos comuns que beneficiam de serem considerados conjuntamente e com partilha de recursos e metodologias comuns, embora com total autonomia de iniciativa e acção. Assim, é natural considerar os actores envolvidos nos aspectos comunicacionais destes programas como uma sub-rede nuclear próxima do Com Lab: Comunicação em Redes de Conhecimento.

Identifica-se como prioritário enfrentar o desafio da comunicação entre os actores de universidades e instituições científicas com os de empresas, e encontrar as metodologias e práticas mais apropriadas a uma comunicação efectiva entre estes dois grupos das Redes de Conhecimento consideradas.

De forma a focar o trabalho, a atenção será primeiro dirigida às Redes de Conhecimento constituídas em torno de projectos e redes temáticas, como os do âmbito de aplicações da Internet do Futuro, por exemplo mobilidade eléctrica, smart energy – smart grids, cidades e transportes inteligentes, media digitais interactivos, segurança e protecção de infraestruturas críticas, mas também os de medicina regenerativa e células estaminais e outras áreas.

É de notar como uma dificuldade encontrada por Redes de Conhecimento, e mais geralmente por outros processos que envolvem multistakeholders, é a ligação do conhecimento e soluções produzidas com a tomada de decisões em termos de agendas de investigação, negócios e políticas públicas para que o conhecimento e soluções desenvolvidos tenham resultados efectivos com a prontidão possível e em condições de sustentabilidade. Esta observação determina uma outra especificidade da Comunicação em Redes de Conhecimento que é a necessidade de comunicar com eficácia com os decisores em empresas e instituições públicas de forma a envolvê-los nas próprias Redes de Conhecimento. Desenvolver as metodologias e práticas apropriadas para este fim é, também, um objectivo do ComLab: Comunicação em Redes de Conhecimento.

No dia 8 de Abril de 2011, realizou-se no Pavilhão do Conhecimento, organizada pelo projecto ComLab: Comunicação em Redes de Conhecimento, a Workshop SciCom Portugal, que contou com 70 participantes (50 de Lisboa, 13 do Porto, 5 de Aveiro, 1 de Coimbra e 1 do estrangeiro) e se centrou nos seguintes objectivos:

  • Contribuir para a criação de uma comunidade de Communication Officers das instituições de investigação, das universidades e dos organismos dedicados à ciência, tecnologia e inovação;
  • Reforçar a identidade desta comunidade e começar a estabelecer uma cultura de discussão de problemas, de partilha de experiências e de participação em projectos de trabalho colaborativo;
  • Identificar as principais necessidades, preocupações e desejos da comunidade;
  • Identificar os elementos mais activos e as instituições mais dinâmicas desta comunidade;
  • Identificar áreas onde a rede de Communication Officers nascida no Facebook possa ter uma acção positiva e eficaz;
  • Posicionar esta rede de Communication Officers como uma entidade com identidade própria, investir na sua reputação e dar os primeiros passos para a fazer evoluir para uma Comunidade de Prática;
  • Começar a introduzir no discurso e nas preocupações da comunidade a problemática da gestão da comunicação em redes de conhecimento e alterar o actual paradigma centrado quase exclusivamente na comunicação com o “grande público”.

Nas sessões foi salientada uma grande indefinição quanto aos objectivos estratégicos da comunicação que é pedida aos Communication Officerspelas instituições científicas para que trabalham, como se para estas instituições a comunicação fosse uma actividade técnica de suporte institucional que não necessita da definição de objectivos próprios e cujo alinhamento com os objectivos da instituição estivesse garantida por natureza. Um outro aspecto sublinhado foi a prevalência de uma actuação baseada no paradigma do Public Understanding of Science que implicitamente assume que os gabinetes de comunicação das instituições científicas têm como responsabilidade carrear informação científica de quem “sabe” (os cientistas) para quem “não sabe” (o público) em detrimento de outras interacções entre actores que “sabem” (entre instituições científicas, entre universidades e empresas). A workshop, e em particular o envolvimento activo dos participantes, demonstrou que existe agora uma massa crítica de Communication Officers de instituições científicas que está pronta para trabalhar em rede cooperativa, interessada em partilhar boas-práticas e recursos, e ávida de enfrentar novos desafios de comunicação.

Última actualização ( 15/03/2012 )