Forum de Directores Nacionais de Investigação em TIC da UE, Bruxelas

A reunião foi aberta pela Comissária para a Sociedade de Informação e Media, Viviane Reding, que centrou a sua intervenção na necessidade da UE aumentar substancialmente o investimento em I&D, e a proporção desse investimento em TIC, dado que presentemente são muito inferiores aos dos EUA e do Japão.

Foram discutidas as políticas de investigação em TIC da UE e a sua relação com a iniciativa i2010, com referência especial ao papel que pode ser desempenhado pelas compras públicas, pelas previstas Joint European Technology Initiatives (JTI), nomeadamente deNanoelectrónica (ENIAC), de Sistemas Embebidos (ARTEMIS) e de Aeronáutica (Clean Skies), e pela iniciativa de coordenação de programas nacionais AAL – Ambient Assisted Living.

Portugal sublinhou que:

• o sucesso das novas iniciativas vai depender muito dos procedimentos de avaliação, selecção e acompanhamento dos projectos, os quais requerem atenção especial;

• devem ser asseguradas boas oportunidades de participação de PME e de centros de investigação, dado que desempenham um papel especial nas fases iniciais das principais inovações;

• os mecanismos introduzidos no PQ6 de gestão de grandes projectos resultaram (como Portugal tinha dito quando estavam a ser desenhados) num declínio da participação da PME no PQ, o que deve de ser corrigido para o futuro;

• é preciso cuidado especial com as estruturas legais que estão a ser previstas para a gestão das JTIs e da AAL; em particular porque, além de parecerem excessivamente pesadas, assentam no envolvimento de grandes companhias e não consideram mecanismos de envolvimento de PMEs.

A França apresentou os seus Pólos de Competitividade e Agência de Inovação Industrial, a Finlândia apresentou a sua Estratégia de Investigação e Inovação, e o Presidente do ISTAG – IST Advisory Group, J. Cornu, apresentou o trabalho planeado para o Conselho Consultivo do IST – Information Society Technologies.

Relativamente à organização destas reuniões, Portugal observou que à volta da mesa se reunia um impressionante conhecimento e uma experiência concreta de políticas de investigação em ICT, detido pelos Directores Nacionais, e que o formato da reunião não tirava partido das contribuições que estes poderiam dar, dado que havia um número demasiado elevado de participantes para que houvesse um debate efectivo e, em consequência, a reunião tinha a tendência de ser puramente informativa. Este formato, além de pouco rentável, tem o inconveniente de ser desmotivante para os Directores que certamente considerarão a possibilidade de se fazerem representar em vez de comparecerem pessoalmente nestas reuniões pois poderão obter mais eficientemente a mesma informação por outras formas.

Como alternativa de organização das reuniões, Portugal sugeriu que em parte do período de trabalho os participantes fossem divididos em grupos, organizados de forma a terem uma dimensão mais pequena apropriada para o debate efectivo e a assegurarem em todos eles diversidade de situações no seio da UE, para discutirem um pequeno número de tópicos de políticas de investigação em TIC. Desta forma deveria ser possível obter dos Directores contribuições de interesse estratégico e inclusivamente mais ricas do que numa extensa reunião em que estivessem juntos, dado que naturalmente a dinâmica da discussão em cada grupo seria diferente e seguiria distintos caminhos de discussão, enriquecendo os resultados que se podem obter no período limitado disponível.

Portugal é representado no Forum de Directores Nacionais de Investigação em TIC pelo Presidente da UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento, IP.

Última actualização ( 10/08/2011 )