Portugal com nível alto de utilização mas fraca qualificação
- 10/03/2005Portugal fica no 30° lugar num ranking calculado pelo Fórum Económico Mundial para medir a capacidade de utilização das tecnologias de informação. Os vários indicadores mostram que os portugueses conseguem resultados mais positivos nos indicadores quantitativos de utilização, mas estão entre os piores quando se mede o grau de qualificação existente na sociedade para fazer o uso mais eficiente das tecnologias disponíveis.
Uma coisa parece certa, para subir neste ranking, Portugal tem de melhorar os resultados obtidos ao nível da educação e do investimento em I&D.
O NÍVEL RELATIVAMENTE ELEVADO da utilização das novas tecnologias em Portugal não é acompanhado pela capacidade da sociedade em geral para o fazer da forma mais eficiente. Esta conclusão pode ser retirada do relatório ontem apresentado pelo Fórum Económico Mundial em que é atribuído a Portugal a 30° valor mais elevado entre 104 países no índice de Capacidade para as Tecnologias de Informação (Networked Readiness Index), uma subida de um lugar face aos resultados dos dois anos anteriores.
Portugal obtém os seus melhores resultados nos indicadores que o Fórum classifica como fazendo parte da componente de utilização. Nesta situação estão essencialmente o número de subscritores de telemóveis e telefones fixos e a disponibilidade de telefones públicos. Aqui, Portugal consegue ficar a par de alguns dos países mais avançados tecnologicamente.
Pelo contrário, os indicadores que prejudicam a média nacional estão relacionados com a capacidade dos portugueses usarem com o melhor proveito possível a tecnologia disponível. Os piores resultados são verificados ao nível da qualidade do sistema educativo, nomeadamente na matemática e ciências. Classificações muito fracas são também obtidas no investimento das empresas em I&D e na contratação pela Administração Pública de serviços de Tecnologias de Informação.
De acordo com o relatório apresentado pelo Fórum, as empresas apresentam um resultado melhor que os particulares e o Estado ao nível das qualificações, enquanto os particulares se destacam claramente no nível de utilização, principalmente devido aos índices muito fortes de subscrição de telemóveis e telefones fixos.
Com o 30° lugar e 0,39 pontos, Portugal consegue ficar à frente da Itália e da Grécia entre os quinze primeiros países da UE e é superado apenas pela Estónia entre os países do último alargamento. A Tunísia, o primeiro classificado no continente africano, obtém exactamente a mesma pontuação neste ranking tecnológico.
Fonte: Jornal Negócios