Presença das TICs na Educação deve ser reforçada

«Durante muitos anos a escola e o Ministério da Educação (ME) quase ignoraram as novas tecnologias, razão pela qual Portugal se encontra no fim do ranking nesta matéria». As palavras são do ministro da Educação, David Justino, que esteve presente na Semana da Internet - Portugal em Banda Larga. Mas o ministro recusa-se a aceitar que Portugal esteja «sempre condenado» a ficar no fim do ranking e, por isso, espera que a estratégia adoptada pelo ME recupere rapidamente o atraso registado.

A primeira medida passa por tornar obrigatório, já no próximo ano, o ensino das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) nos 9º e 10º anos. Assim, caso o abandono escolar se continue a verificar, «os jovens portugueses deixam a escola com as competências mínimas para integrarem o mercado de trabalho». O ministro espera que, dentro de 5 ou 6 anos comece a haver uma preocupação crescente ao nível do ensino das TIC logo no ensino básico.

David Justino frisa que «o importante é que o computador não seja apenas uma máquina de escrever ou de calcular, mas que se tire dele o maior proveito ao nível das ferramentas de trabalho para que os jovens possam ganhar competências profissionais. E isso só será possível através do ensino».

Associado à disciplina das TIC, «será necessário criar um laboratório em cada escola para que o ensino seja feito, não só no sentido de cada aluno ter um computador, mas de se criar uma rede». Para que tudo isto seja possível, David Justino afiança que dentro de três ou quatro meses «vamos ter mil salas de aula devidamente apetrechadas com servidor, rede e 14 computadores».

O ministro chama ainda a atenção para o papel estratégico que o professor terá que desempenhar. Por essa razão, o ME decidiu dar formação a professores, «já que não havia docentes suficientes para leccionar esta disciplina».

Para além desta estratégia, a política da tutela passa, ainda, pelo ensino básico. Com um investimento de 32 milhões de euros, «todas as escolas primárias vão ter, dentro de sete ou oito meses, um computador por sala de aula, que servirá como instrumento de trabalho para o professor, mas também para que os alunos comecem a familiarizar-se com as TIC desde muito cedo».

Em jeito de conclusão o ministro sublinha que o mais importante, para que a estratégia funcione, são os conteúdos. «De nada serve termos um computador por sala se não fizermos chegar a ele conteúdos pedagógicos». Por isso, a tutela vai apostar também no e-learning com a criação do Banco de Recursos Educativos Digitais, no qual espera a colaboração dos professores, centros de formação e associações.