Resposta É difícil mas não encontra outro domínio científico tão vocacionado para a previsão do futuro como a Meteorologia. E com uma boa aproximação ao real futuro, fazemo-la até 9 dias. Conhecidas como são as leis do funcionamento da atmosfera e com a capacidade de cálculo que a informática veio pondo, gradualmente à nossa disposição, podemos hoje, utilizando métodos determinísticos, fazer previsões até 9 dias. Baseamo-nos em modelos globais que precisam da melhor definição possível das condições iniciais. O problema começa aqui. É que a colheita de dados ao nível da superfície terrestre está desigualmente distribuída pelo planeta, sendo muito pobre no hemisfério Sul. Por outro lado, a rede de observação em altitude por rádio-sondagem não é a desejável e a extracção de dados oriundos dos satélites meteorológicos tem apresentado problemas de difícil solução. Resulta disto que a definição das condições iniciais não é como seria necessária, pois, onde não há informação, o modelo gera-a dentro de determinadas condições. Por consequência, há erros que se propagam limitando o grau de aproximação ao real futuro. Por outro lado, os modelos globais têm uma malha que lhes possibilita apanhar as perturbações com moderada a forte actividade (os tubarões) mas não as de fraca actividade ou de pequena dimensão (as sardinhas). É uma questão de resolução do modelo. Para obviar isto, existem modelos de área limitada que não possuem o alcance dos globais (apresentam produtos de previsão até 48 horas) mas deviam responder numa malha mais apertada e com maior pormenor. Mas, por enquanto embora acreditemos que no futuro será diferente, estes modelos ainda não provaram muito sensíveis vantagens, por exemplo, em relação ao modelo do "Centro Europeu de Previsão do Tempo a Médio Prazo" que é o nosso modelo de trabalho operacional. Acresce que há parâmetros de cálculo indirecto, como a precipitação, que é tão importante e, por ser de cálculo indirecto, resulta de muito difícil previsão.