Se o resultado final corresponder às projecções, constituirá uma revolução. Quando a obra de cerca de quatro milhões de euros estiver concluída, dentro de ano e meio a dois anos, será possível fazer uma caminhada ou ir de bicicleta, numa via própria rodeada por uma banda de coberto vegetal, entre o Parque Florestal de Monsanto ou o alto do Parque Eduardo VII e o Tejo, junto a Alcântara. “É uma requalificação muito grande, de uma área muito grande”, diz José Sá Fernandes, vereador da Estrutura Verde, a propósito do Corredor Verde Estruturante do Vale de Alcântara, ontem (quarta-feira, 28 de setembro) anunciado . A intervenção abrangerá 13 hectares, ao longo de três quilómetros, divididos em quatro grandes segmentos, e assenta na criação de corredores ciclo-pedonais ladeados por novos espaços verdes.

 

Nessas áreas, serão plantadas mais de sete centenas de árvores, colocado novo mobiliário urbano, mas também mais e melhor iluminação. A grande novidade, porém, é que os espaços ajardinados e o arvoredo serão regados com recurso a água reciclada proveniente da vizinha Estação de Tratamento de Águas Residuais de Alcântara – que possui já a particularidade de ser totalmente coberta por matéria vegetal, reclamando a Câmara Municipal de Lisboa ser este o maior edifício com tais características na Europa. As obras permitirão renaturalizar e ordenar o espaço público de uma zona muito desqualificada, num corredor compreendido entre a estação ferroviária de Campolide e a zona ribeirinha. Um eixo onde a peça central é a Avenida de Ceuta.

 

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A artéria, onde existirá circulação de água no corredor central, constituirá o último dos quatro segmentos do plano de intervenção agora apresentado. O primeiro será a área compreendida entre a Quinta do Zé Pinto e a estação de Campolide; o segundo corresponde à envolvente do Aqueduto das Águas Livres, sob cujos arcos se poderá, finalmente, caminhar; e o terceiro será o novo Parque Urbano da Quinta da Bela Flôr, com quase cinco hectares e cuja intervenção inaugurará o conjunto de obras planeadas – a proposta será apreciada na reunião camarária de 13 de outubro. Prevê-se que esta parte do novo corredor ecológico venha a custar cerca de 1,5 milhões de euros.

 

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A rega desse novo grande espaço verde será garantida pela ETAR de Alcântara, que assegurará também o fornecimento dos espelhos de água a criar – os quais farão o reaproveitamento da água pluvial entrada no “caneiro de Alcântara”. “Além de ser aproveitada, a água tem aqui imensa importância pelo facto de ser vista, de fazer parte do arranjo paisagístico”, salientou ontem à tarde José Sá Fernandes, durante a reunião pública camarária, onde apresentou à restante vereação o que havia mostrado aos jornalistas, na parte da manhã, em que deu conta da construção de uma rede de distribuição de água reciclada para uso em vários pontos da cidade. A optimização do ciclo da água é, juntamente com o aumento das zonas verdes arborizadas, parte de uma estratégia municipal de “adaptação às alterações climáticas”.

 

Texto: Samuel Alemão

 

  • Man Next Door
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    Corredor Verde de Alcântara permitirá ir a pé e de bicicleta de Monsanto até ao Tejo https://t.co/Tja0T9oE8y

  • BK Lisboa
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    RT @ocorvo_noticias: Corredor Verde de Alcântara permitirá ir a pé e de bicicleta de Monsanto até ao Tejo – https://t.co/aXVL9LsWCi

  • Catarina
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    RT @ManNextDoor: Corredor Verde de Alcântara permitirá ir a pé e de bicicleta de Monsanto até ao Tejo https://t.co/Tja0T9oE8y

  • Paulo Ramos
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    Quero ver como vai ser quando aparecem as enchentes

    • Gonçalo Peres
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      Em vez da água correr livre pelo asfalto até inundar uma zona urbana impermeável sem saida, vai ser absorvida por solos permeáveis ao longo dos corredores verdes, minimizando os riscos

  • Carlos Maciel
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    Corredor Verde de Alcântara permitirá ir a pé e de bicicleta de Monsanto até ao Tejo https://t.co/nUSrj1Jo1o

  • Manuel Guedes
    Responder

    Eu sou de Alcântara.
    É perfeitamente possível ir-se de Alcântara a Monsanto “a pé”, no actual momento. Sobretudo no 713,

    Se fores a pé, tens que ser Muito Homem.
    Vou deixar de ter que ser “Muito Homem” para fazer o mesmo trajecto?

    Não é por teres um rasgo de ribeira ali no meio que vais deixar de poder ser enrabado, ali pela coisa, convenhamos.
    Só não te roubam os sapatos se não calhar. Esta merda não é Fátima!

  • Daniele Coltrinari
    Responder

    RT @ocorvo_noticias: Corredor Verde de Alcântara permitirá ir a pé e de bicicleta de Monsanto até ao Tejo – https://t.co/aXVL9LsWCi

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