A servir há já uma década como parque de estacionamento, a antiga gare de eléctricos do Arco do Cego prepara-se para, a médio prazo, acolher sob as suas três grandes naves de metal o novo espaço de aprendizagem multifuncional do Instituto Superior Técnico (IST) e ainda um posto de socorro avançado (PSA) do Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB) de Lisboa. As obras do IST Learning Center, que funcionará 24 horas por dia aberto à comunidade e representará o alargamento do campus desta instituição de ensino superior, e do PSA dos bombeiros deverão começar ainda este ano e estar terminadas em 2016. O projecto de reabilitação foi integralmente concebido por docentes do Técnico.
Dar-se-á assim um novo uso ao que resta de um edifício construído em 1904 e deixou de ser utilizado pela Carris como local de estacionamento de eléctricos, em 1996, quando a rede destes veículos sofreu um encurtamento significativo. Dois anos depois, o edifício, inspirado na clássica arquitectura de ferro inglesa da segunda metade do século XIX, começou a servir como central de autocarros expresso. Até 2004, quando se procedeu à sua transferência para Sete Rios. No ano seguinte, o espaço sob a estrutura metálica, que conserva ainda uma parede de tijolo, passou a funcionar como parque de estacionamento. Isto na mesma altura em que os restantes edifícios foram demolidos e deram lugar ao espaço público ajardinado desde então ali existente.
O novo centro de actividades académicas do Técnico acolherá valências lectivas e não lectivas. E tem como missão “dar uma melhor resposta ao atual paradigma educativo, centrado no papel ativo do aluno no processo de ensino-aprendizagem”. O pólo universitário partilhará com o posto avançado dos bombeiros Sapadores – para onde vai o efectivo agora instalado no quartel da Avenida Defensores de Chaves – os 3.350 metros quadrados ocupados pelo actual edifício. O investimento total da obra será de 3,3 milhões de euros, na sua maior parte suportados por fundos do novo quadro comunitário Europa 2020. O projecto resulta do acordo de princípio entre a CML e o IST, para a cedência a este do direito de superfície do edifício da gare, firmado em 2011.
O projecto do IST Learning Center – dado a conhecer nesta segunda-feira (6 de Abril), no último acto público de António Costa como presidente da CML – tem uma concepção programática cuja ambição é estar “fortemente ancorada nos espaços de aprendizagem ativa, que tenham capacidade de potenciar as relações entre o conhecimento, os estudantes e o mundo profissional e empreendedor”. Algo que será possível através de espaços “atractivos, flexíveis, multifuncionais, seguros, acessíveis e inclusivos” e fazendo uso de “soluções duradouras e resistentes ao uso continuado do ponto de vista construtivo e sustentáveis do ponto de vista ambiental”.
Tudo isto se materializará num projecto que agrupará cinco núcleos funcionais, além do PSA do Batalhão de Sapadores Bombeiros. O espaço Hotspot, local de acesso público, terá recepção, átrio, cafetaria, lounge e lojas; o Espaço Multiusos será “uma grande área polivalente destinada à realização de um conjunto heterogéneo de atividades”, como exposições, colóquios, workshops ou mesas redondas; o Espaço 24 Horas será uma zona de estudo de livre acesso e funcionamento permanente, onde serão disponibilizadas tecnologias que permitam o acesso à informação e à sua produção e partilha em diferentes media.
O espaço LTI disponibilizará “serviços na área das tecnologias de informação, que respondam às necessidades dos utilizadores e complementem as suas atividades, tais como computadores com software e serviço de impressões e fotocópias”. Haverá ainda uma zona de serviços, que dará apoio a todo o edifício, e na qual se incluem as instalações sanitárias, armazém, cais de cargas e descargas e instalações técnicas. Um projecto que, destacou o presidente do IST, Arlindo Oliveira, durante a cerimónia de apresentação, “foi integralmente realizado por pessoas do Técnico”. “Esta é a mais importante obra infraestrutural no nosso campus, nas últimas décadas, e tem a ambição de tornar este espaço num elemento de ligação com a sociedade civil”, disse.
Texto: Samuel Alemão
[O Corvo] Gare do Arco do Cego será nova casa do Técnico e dos bombeiros sapadores http://t.co/xBDxhL60ji
Um muito bem vindo investimento em educação colocando o enfâse no papel activo do aluno na aprendizagem
O problema é exactamente o actual quartel , um conjunto fabuloso e “filet mignon” para construção, um conjunto todo ele arquitectura de transição, que envolve uma torre oca para treinos espectacular, uma imensa parada e, claro, o edif. onde estão agora algumas viúvas de bombeiros, um prédio avançado, mesmo na Def. Chaves.
Já vi tantas versões disto… Agora já não há esquadra, aparentemente.
Nelson Conde http://t.co/vQ1qTH6i7e
http://t.co/yQ51LdpGy8
Gare do Arco do Cego será nova casa do Técnico e dos bombeiros sapadores | O Corvo | sítio de Lisboa http://t.co/JxIqrKWOAa
http://t.co/HP5Opw2JoG
Só quero fazer um reparo ao(s) autor(es) desta publicação.
Não é que seja grave mas ao enganarem-se relativamente ao termo (trocaram Regimento por Batalhão, que é inteiramente falso, é como estar a referirem-se ao Hospital de São José como Clínica de São José); nesta medida estão a prestar um mau trabalho jornalístico e de informação pública contrariando os pressupostos jornalísticos elencados no endereço da sua página (https://ocorvo.pt/equipa-o-corvo/). Só prova que pouca investigação fizeram.
Se foi propositado, pior ainda, pois de sérios têm pouco.
Carlos Silva – Bombeiro Sapador no Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa
Não fique abespinhado. Por que razão haveríamos de trocar “de propósito” “Regimento” por “Batalhão”? Por incrível que pareça, o jornalismo ainda é feito por humanos. Vamos corrigir.