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Início > Artigos > Construir páginas acessíveis a pessoas com deficiência é caro?

Construir páginas web acessíveis a pessoas com deficiência é caro?

Meu nome é Marco Antonio de Queiroz, mas sou mais conhecido virtualmente como MAQ. Sou cego, utilizador da internet e implemento acessibilidade em sítios da internet no Brasil.

Trocando e-mails com o Daniel, aqui do Visibilidade.net, a respeito de usabilidade, acabamos tocando em um ponto polémico com relação à acessibilidade, que considero irmã da usabilidade. Fazer acessibilidade é caro?

Vou responder partindo da minha experiência. Meu sítio web não foi nada caro e, para mim foi facílimo de ser feito. Dessa forma, dizer que um sítio web feito nos padrões de acessibilidade do W3C (WCAG 1.0) é caro, e limitar a acessibilidade aos principais pontos que servem para nós, é fazer algo pela metade. Tudo é importante para nós! Meu sítio web está dentro de todas as normas do WCAG 1.0. Porquê caro? Conheço inúmeros sítios web dentro das normas, como o www.maujor.com e ninguém reclamou de ser caro, apenas fez. As desculpas que os criadores de páginas têm para não seguirem as regras de acessibilidade devem-se ao facto de não as conhecerem.

Da mesma forma, muitos não vão dar atenção aos erros de usabilidade em web design, porque suas páginas já são feitas com erros e não gostam de mudar o que estão acostumados a fazer. Para cegos, por exemplo, páginas sem saltos que nos levem ao conteúdo principal, fazendo-nos ter de teclar tab em todos os menus para chegarmos ao texto é terrível. No entanto, este problema é facílimo e barato de resolver, bastando fazer um link (ligação) para a mesma página que faça pular os links e irem direto para o conteúdo principal e específico da página. Outra coisa é imagens sem seus equivalentes textuais, ou seja, sem o atributo alt com o texto alternativo designando a função ou para onde está levando o link a que está associada. Imagens decorativas têm de ter o alt com conteúdo vazio, caso contrário fica uma verborragia danada nos nossos ouvidos. Esses e outros problemas estão narrados no capitulo de um livro da minha autoria, intitulado: “Acessibilidade web: Tudo tem sua Primeira Vez”.

Uma solução para melhorar a acessibilidade de textos grandes, um problema também identificado como sendo um erro de usabilidade e web design, pode-se resolver quando colocamos cabeçalhos dividindo o texto em secções e criamos âncoras que permitem saltar directamente para a secção desejada.

Mas a acessibilidade não é só para nós cegos, nem mesmo para pessoas com deficiências em geral. Acessibilidade é para todos. Por isso acessibilidade e usabilidade são praticamente inseparáveis. A maior parte das questões colocadas no texto "Erros de usabilidade em web design", também atingem a acessibilidade para nós, pessoas com e sem deficiência. Uma página cuja navegação seja complicada, em que o utilizador tenha de parar para entender o que deve fazer para chegar à informação, não sendo intuitiva, não é acessível. Um formulário onde a pessoa não entende bem onde tem de preencher determinado dado, se do lado ou em cima, não confunde somente cegos. Ter uma linguagem clara e simples é tanto uma regra de usabilidade como de acessibilidade para pessoas com deficiência. Isso para leitores de telas, software próprio para nós cegos, é primordial. Se houver muitas abreviaturas, muita ortografia errada torna-se difícil compreender o texto. Nosso leitor irá ler tal e qual o que está escrito na página. Assim, se eu escrever “acesibliade”, na hora posso ter dúvidas do que foi escrito na página. Os leitores de tela são programas de computador e não lêem como os humanos, que têm a capacidade de descobrir a palavra certa mesmo quando está escrita de forma errada, muitas vezes nem identificando o erro de ortografia. Passar um corrector ortográfico na página é caro? Identificar correctamente a língua em que está escrito o texto de uma página é caro? Se você escrever numa página HTML site fica completamente diferente a leitura do leitor de telas, pois ele lerá foneticamente como "sáite". Se você não expande com a marcação do idioma, ele lerá “site”, como se escreve e o texto fica sem nexo.

Bem, são aproximadamente 60 itens de acessibilidade, mas que não são todos necessários numa só página. Isso depende dos elementos e objectos utilizados nela. Tudo é costume e conhecimento. Eu aprendi, por necessidade, a só fazer páginas acessíveis e de uso fácil... caro para mim é fazer errado!

Abraços inclusivos, acessíveis e fáceis de usar do MAQ.
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Bengala Legal - Cegos e Família: http://www.bengalalegal.com
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Fevereiro de 2007

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