Vítimas da idade e do vandalismo, escadas rolantes da Baixa-Chiado serão substituídas

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Samuel Alemão

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Santa Maria Maior

24 Outubro, 2017


O Metropolitano de Lisboa revela que uma das razões para a recorrente interrupção no normal funcionamento das escadas rolantes da estação Baixo-Chiado é o vandalismo. Reconhecendo as dificuldades em manter aqueles equipamentos em operação na totalidade do tempo, no que se vem assumindo já como um problema crónico, sobretudo naquela estação, a administração da empresa pública de transportes diz, porém, em resposta escrita a O Corvo, que está a fazer tudo para o conseguir.

E se assegura estar a desenvolver esforços para que a perturbação seja erradicada, “com a maior brevidade”, através da reparação dos mecanismos avariados, anuncia também que tem um plano de substituição integral dos mesmos. O concurso para os dois primeiros lanços de escadas já foi lançado. Resta aos utentes esperar que tais esforços se processem com rapidez. Só este mês, e até ao momento, explica a administração da transportadora, foram registadas quatro avarias, com os inevitáveis transtornos para os milhares de utentes diários.

O problema é antigo, marcando há anos o quotidiano de todos os que usam uma das mais centrais e movimentadas estações da capital. Mas tem-se tornado especialmente persistente ao longo desta década. Logo no final do ano de 2010, verificou-se que a dúzia de escadas rolantes que servem aquela gare subterrânea, oito a ligar ao Chiado e quatro à Baixa, tinham somado 144 avarias. A situação, como é natural, revela-se especialmente mais incómoda na ligação ao Chiado, dada a distância e a inclinação a percorrer.

Naquele mesmo ano, e no decurso da paralisação em simultâneo de oito das 12 escadas rolantes, até o então presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, considerou “inacreditável” o número de vezes que as infra-estruturas tinham de parar devido ao problemas mecânicos. Em dezembro de 2015, depois de questionado por O Corvo, o Metro explicava que as suspensões no funcionamento da escadas se deviam a “motivos técnicos, relacionados com a sua utilização regular intensiva”. E acrescentava que, “em alguns casos, atendendo à idade do equipamento, pode ser necessário proceder-se ao fabrico de peças para sua reposição”.

Agora, e perante a persistência dos problemas, o Metropolitano de Lisboa reitera o argumento da vetustez. E acrescenta-lhe outro. “As escadas mecânicas da estação Baixa Chiado têm perto de 20 anos de serviço contínuo e registam a maior taxa de utilização de todas as escadas mecânicas do Metro, servindo toda a população que utiliza esta estação como forma de ligar o Chiado à Baixa, e não apenas os clientes do Metro de Lisboa”, explica. “Desde o início do mês outubro, registaram-se quatro avarias nas doze escadas existentes nessa estação, sendo que estes equipamentos são, frequentemente, alvo de diversos actos de vandalismo, com consequentes paragens forçadas, o que implica que, por vezes, as escadas se encontrem momentaneamente paradas mas não por situação de avaria”, esclarece.

Estimando que a “situação seja reposta com a maior brevidade, tendo em consideração o cumprimento dos prazos legais exigidos para este tipo de procedimentos, bem como os prazos necessários para o fabrico e instalação do referido equipamento”, o Metropolitano de Lisboa anuncia ter “em curso um plano para a substituição das escadas mecânicas da estação Baixa Chiado, que será realizado por fases”. A primeira, que prevê a substituição das escadas 7 e 8, as primeiras ao nível do átrio, no acesso ao Chiado, “já se encontra em curso, tendo já sido lançado um procedimento para o efeito”, diz a empresa pública, lamentando ainda o incómodo causado e reafirmando “o esforço no sentido de obviar e reduzir os tempos de paragem destas e das demais escadas mecânicas e elevadores existentes na restante rede”.

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COMENTÁRIOS

  • Martha Tavares
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    Informo que estas avarias existem desde a abertura do metro , ou seja as escadas eram em princípios novas . Moro na zona e nunca entendi essas avarias constantes . A resposta que é vandalismo, estão à espera das peças que vem de fora , são as mesmas de há pelo menos 20 anos . É uma falta de respeito para nós utentes e cidadãos. Acredito que o problema pode sim ser resolvido.

    • Victor Pereira Silva
      Responder

      São as desculpas do habituais típicas de quando os responsáveis não querem actuar.
      Acresce que os elevadores para a superfície projectados pelo arquitecto Siza Vieira estão para ser construídos à 20 anos!!!
      Como é que pessoas com mobilidade reduzida, carrinhos de bebés etc acedem à superfície ???
      Ilegal, certo?

  • Tania Fortuna
    Responder

    Vandalismo? Há anos a utilizá -las e nunca o testemunhei…

  • Mafalda Gomes Ferreira
    Responder

    Estiveram sempre avariadas. Devem ter sido compradas em 2a mão

    • Rui Rocha
      Responder

      Os grupos de ganges juvenis somente desligam o interruptor de seguranca! Os vigilantes ao ligam quando lhes apetece…com vigilantes e 10 camaras ninguem ve nada…!!??

      • Ana GONÇALVES
        Responder

        Pois! O problema também é esse. Ninguém vê e ninguém é penalizado. Também nunca vi nenhum gangue penalizado por juizes. Bem podem actuar à margem da lei que ninguém lhes faz nada.

  • Fernando
    Responder

    A solução é colocar no inicio das escadas os torniquetes, esta resolvido o problema

  • Ricardo Serrao
    Responder

    O “vandalismo” neste caso é alguem carregar no botao de stop ao inicio ou final das escadas…. E isso vi umas quantas vezes acontecer, a noite.

  • Paulo Fonseca
    Responder

    Seria interessante o Metro explicar que vandalismo se trata e, como a estação é filmada, porque razão não são apresentadas queixas às autoridades e se foram qual tem sido a resposta.

  • Maria Boga
    Responder

    Sao uns maladros

  • João Amplo
    Responder

    …oh! Qual vandalismo…mais um tacho para amigos da administração do metro…paga zé…que já pagas pouco.
    ..até secalhar a estrutura foi mal calculada com tanto peso na vertical desde o inicio…agora inventam…lá vai o zé ter que subir escadas durante 1 ano…dizem que é bom pró fitness e pró stress como as ciclovias…trabalha zé!

  • Rui Rocha
    Responder

    Os grupos de ganges juvenis somente desligam o interruptor de seguranca! Os vigilantes ao ligam quando lhes apetece…com vigilantes e 10 camaras ninguem ve nada…!!??

  • Rodrigo Macedo
    Responder

    E as avarias diárias nos comboios, também são do vandalismo?
    E as obras sem fim na estação do Areeiro, também é do vandalismo?
    E as pessoas enlatadas aos fins de semana nos comboios da linha verde, também é do vandalismo?

  • Catarina de Macedo
    Responder

    Vandalismo? Hoje em dia 90% das pessoas que passam ali são turistas estrangeiros. Só se os vândalos forem eles.

    • Ana GONÇALVES
      Responder

      Até parece que em Portugal não há vandalismo. Basta ver as paredes todas pintadas e sujas.

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