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“Não sei o que é que vai ser da cozinha” – Apesar da Cozinha Popular (Uma parceria O Corvo + Qi News, com Lisboa no centro)
O Corvo publica hoje a terceira e última parte da série de micro-reportagens em vídeo intitulada Apesar da Cozinha Popular, elaborada pela produtora de conteúdos factuais Qi News, com a qual iniciámos uma colaboração regular. A incógnita sobre o destino da instituição em torno da qual gravita esta mini-série, dedicada aos impactos causados pelas fortes alterações no mercado imobiliário em Lisboa, e em particular na Mouraria, é o tema do trabalho “Não sei o que é que vai ser da cozinha”. Uma reportagem para relembrar a importância dos que pouco ou nada têm, mas são fundamentais para conferir identidade a um bairro agora tão procurado por turistas e por investidores. “Não sei o que vai ser da Cozinha, quando já não existirem aqui pessoas a morar”, diz um dos responsáveis do projecto.
O centro de Lisboa está a mudar, radicalmente, à frente dos nossos olhos. Todos os dias são comprados e vendidos dezenas de apartamentos, prédios e espaços comerciais que são depois convertidos em casas para alojamento local, hostels, e lojas ou cafés virados para o visitante endinheirado e passageiro.
O tecido urbano está transformado. Onde antes havia associações locais (por vezes com valor histórico relevante), restaurantes familiares, creches, serralharias, costureiros e sapateiros há agora ruas inteiras dedicadas exclusivamente a pastéis de nata, azulejos, e bonés de cortiça.
Esta pequena série de webisódios – Apesar da Cozinha Popular – apresenta alguns casos, contados na primeira pessoa, relacionados com o processo de gentrificação no bairro histórico da Mouraria, bem no ventre da cidade de Lisboa. Acompanhámos várias pessoas envolvidas com a Cozinha Popular da Mouraria – uma associação que trabalha activa e directamente para a integração de pessoas mais vulneráveis no mercado de trabalho – para saber mais sobre esta realidade.
As alterações às leis das rendas, a pressão de um mercado imobiliário altamente especulativo, a re-orientação das massas de turismo, os benefícios fiscais atribuídos a pensionistas de outros países europeus, e medidas atractivas para investimento estrangeiro – como os infames “Vistos Gold” – são algumas das forças que se juntaram para formar uma tempestade perfeita que está a empurrar os lisboetas mais vulneráveis para os dormitórios da grande periferia da capital.