Mercado de Santa Clara renovado será a nova casa das indústrias criativas de Lisboa
Um espaço que funcionará como a montra e o palco do que estão a fazer os criadores emergentes na cidade de Lisboa. Será esse o novo papel do Mercado de Santa Clara, a partir do próximo ano, e sobretudo a partir do momento em que estiverem finalizadas as obras de reabilitação e transformação do edifício centenário, de acordo com a proposta vencedora dos arquitectos Filipe Madeira e Vânia Saraiva, revelada a 15 de dezembro. Ainda não existe uma data concreta para a inauguração do novo figurino do espaço, mas espera-se que tal aconteça em meados de 2018.
“Vamos ter programação nas diversas áreas, promover mostras, concertos, workshops, masteclasses e activações de novas empresas que trabalham nestas áreas. A ideia essencial é que seja um espaço aberto e traga vida nova para uma área da cidade que está a mexer”, diz a O Corvo Susana Nascimento, responsável do Clube de Criativos de Portugal (CCP), entidade a quem a Câmara Municipal de Lisboa (CML) pediu que apresentasse um programa para a animação do mais antigo dos mercados municipais da capital – foi inaugurado em 1877, seguindo o projectado pelo arquitecto Emiliano Augusto de Bettencourt.
A programação do mercado, que será bimestral, deverá ser discutida no próximo mês de janeiro com os responsáveis pelos serviços culturais da Câmara Municipal de Lisboa, mas também com a Junta de Freguesia de São Vicente – a quem a descentralização de competências, por parte da CML, incumbiu a gestão do espaço. “Uma vez que os trabalhos de transformação do mercado ainda vão demorar algum tempo, a câmara perguntou se poderíamos arrancar, entretanto, com a programação. E assim faremos”, diz Susana Nascimento, prometendo o anúncio das actividades a realizarem-se ali, logo que as mesmas sejam aprovadas pela câmara.
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Outras possibilidades nascerão quando estiverem concluídas as obras de renovação, sobretudo porque a proposta vencedora do concurso de ideias, lançado em julho passado pela CML e pela Trienal de Arquitectura de Lisboa, assim o permite. Filipe Madeira e Vânia Saraiva idealizaram um espaço modulável, através de um sistema de compartimentação daquela área com telas reguláveis em altura. Tal permite diferentes configurações, tipologias e transformações do espaço do mercado.
“Ainda temos de ver como será concretizada a proposta, algo que os arquitectos discutirão com a Trienal e com a CML, mas poderemos, por exemplo, pensar em utilizar essas telas retractéis como painéis para acolher exposições”, sugere a responsável do Clube Português de Criativos – entidade que passará também a ter a sua sede no piso superior do mercado, na sequência de um acordo estabelecido com a Junta de Freguesia de São Vicente.
Promovida pela Câmara Municipal de Lisboa no âmbito do programa de revitalização dos mercados da cidade, a nova valência do Mercado de Santa Clara pretende integrá-lo na rede municipal de espaços dedicados a empresas e projectos no sector das indústrias criativas, da qual fazem parte espaços como o Mercado do Bairro Alto, o FabLab Lisboa, o Pólo das Gaivotas ou Centro de Inovação da Mouraria.