Metro de Lisboa terá uma linha central e estações na Estrela e em Santos em 2021

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Samuel Alemão

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Estrela

8 Maio, 2017


A Linha Verde passará a funcionar como a nova linha central do Metropolitano de Lisboa, a partir de 2021, assegurando assim um percurso circular pelo coração da capital portuguesa e a distribuição de passageiros pelas restantes três linhas e por vários interfaces de transportes públicos. Desta forma, passará a ser possível uma ligação ininterrupta nesse corredor, com tempos de espera de 3 minutos e 40 segundos entre cada composição. Um cenário que se transformará em realidade quando estiver terminada a construção das novas estações da Estrela e de Santos e a reconstrução do nó do Campo Grande. A novidade foi anunciada pelo Governo, ao final da manhã desta segunda-feira (8 de maio), durante a cerimónia de explicação do Plano de Desenvolvimento Operacional da Rede deste transporte público, realizada na estação de São Sebastião.

“Este novo anel revolucionará a mobilidade em toda a Área Metropolitana de Lisboa, permitindo melhorar as ligações com vários transportes”, afirmou João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente – que tem a tutela dos transportes públicos -, antes de destacar a “diferença” de atitude do seu executivo em relação ao anterior no que se refere à aposta no investimento nos transportes públicos, em geral, e no Metropolitano de Lisboa, em particular. “O anterior governo fez questão de garantir que não haveria verbas dos fundos comunitários para aplicar na melhoria dos transportes públicos”, criticou Matos Fernandes, que diz estar já a trabalhar para que, no próximo quadro comunitário de apoio, a vigorar a partir de 2021, seja possível pensar na expansão da Linha Vermelha do metro da capital. Na calha está o prolongamento de São Sebastião a Campo de Ourique, com uma estação neste bairro e outra nas Amoreiras. Algo que o estudo de viabilidade estima ter um custo de 186,7 milhões de euros.

Para já, com o financiamento garantido, avança a ligação entre Rato e Cais do Sodré, com novas estações na Estrela e em Santos, bem como uma ligação pedonal entre a estação do Rato e a zona das Amoreiras. O que terá um custo total de 216 milhões de euros, feito com recurso a fundos comunitários e a empréstimos do Banco Europeu de Investimento. Dentro dessa dotação está prevista uma verba para a reformulação do nó do Campo Grande. Tal permitirá, juntamente com a conexão entre Rato e o Cais do Sodré, a transformação da Linha Verde na nova linha circular, com os comboio a assegurarem uma ligação circular ininterrupta e a intersecção com as linhas azul, amarela e vermelha em vários pontos desse circuito. A estação de Telheiras, hoje parte da Linha Verde, passará a fazer parte da Linha Amarela, assumindo-se então como a estação inicial de um percurso com término em Odivelas. As obras deverão começar em 2019.

Metro de Lisboa terá uma linha central e estações na Estrela e em Santos em 2021

Para além do novo carácter distribuidor da Linha Verde, a mesma permitirá um aumento da frequência das composições, com circulação de comboios com seis carruagens a cada 3 minutos e 40 segundos. O fecho do círculo, com o surgimento das estações da Estrela e de Santos, será alcançado com a construção de um túnel com uma extensão de aproximadamente dois quilómetros até à nova estação de Santos. Dali até ao Cais do Sodré, as obras decorrerão a céu aberto. O estudo que sustenta esse projecto prevê a localização da estação da Estrela na Calçada da Estrela, junto ao antigo Hospital Militar e frente à Basílica da Estrela. A estação de Santos deverá localizar-se junto ao edifício do Batalhão dos Sapadores Bombeiros de Lisboa, na Avenida Dom Carlos I.

Metro de Lisboa terá uma linha central e estações na Estrela e em Santos em 2021

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, apelidou a nova configuração da Linha Verde como a de “um grande anel distribuidor”, aludindo a essa qualidade ligação pivô que a mesma assumirá a partir de 2021. E isso tem uma importância fulcral no aperfeiçoamento do sistema de transportes públicos da maior cidade portuguesa, explicou, porque “90% dos que, actualmente, chegam ao Cais do Sodré apanham um outro meio de transporte, porque os empregos já não estão apenas na Baixa, mas também no Marquês de pombal, no Saldanha e noutras áreas da cidade”. Medina falou ainda no que entende ser uma necessidade “fundamental” de expansão do sistema do metro para a zona Ocidental de Lisboa. O autarca vê um pouco mais à frente que a planeada conexão a Campo de Ourique e fala já ligação numa ligação a uma futura estação do Alvito. E na outra extremidade da Linha Vermelha, volta a trazer para a agenda o prolongamento do Aeroporto ao Campo Grande.

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COMENTÁRIOS

  • Gomes Gomes
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    Nós utilizadores, gostaríamos de ter o metro com intervalo de 3 em 3 minutos e não de 8 ou mais minutos de espera o que é um transtorno e uma vergonha.

  • Manuel Guedes
    Responder

    Vergonhosa é a nulidade do serviço em TODA a Zona Ocidental de Lisboa.
    O eixo Alcântara – Ajuda (UL incluída) – Belém há muito que deveria ser uma realidade… até porque a estação de Alcântara é um natural Interface de Transportes, com os vários benefícios que isso traria ao trânsito à superfície.

  • Responder

    E mais carruagens!!!!!

  • José Pascoal
    Responder

    e Loures ?

    • Nuno Taborda
      Responder

      Odivelas e Loures devem ser “pretos” (não querendo ofender ninguém )
      Agora para chegarem ao centro de Lisboa tem que obrigatoriamente mudar de metro no Campo Grande
      …então se quiserem apanhar um comboio, têm que mudar pelo menos 2 vezes !!
      Depois admiram-se que a Calçada de Carriche está “excessivamente congestionada” !!!!

  • Bruno Luz
    Responder

    No que respeita a linha verde ser circular Pará já depois das novas estações 2022, acho que é cedo demais porque a linha amarela que passa a fazer Telheiras – Odivelas a procura nesta linha vai ser reduzida drasticamente e um maior tempo de espera, vai penalizar os utentes a obrigar a muitos transbordos como a ligação a linha azul e vermelha para deslocar na cidade e para diversos outros meio de transportes, a Alta de Lisboa não vai ter devolta as ligações inferior ao ano de 2004 antes do metro ser prologado a Odivelas e quando o limite era Campo Grande a linha amarela, os serviços: 1 Charneca – Cais Sodre e 108 Galinheiras – Saldanha, pelos menos que melhorassem e a 717 voltasse ao anterior percurso agora Eixo Central, o que eu quero tentar dizer é que quem circula entre a Alta de Lisboa e o Centro ou outra zona de Lisboa vai deixar de usar a linha amarela vai acabar por ser obrigado a descer e apanhar no Campo Grande vai se criar um caos no neste interface e nos transportes da Carris na ligação a Alta e vic versa, por exemplo um utente que vinha do Centro e atualmente apanha no Lumiar as carreiras 703 e 717, vai ser obrigado apanhar só a 717 no futuro mais cheio vai andar porque os utentes não vão usar a linha amarela para andar mais e só aquele bocadinho e só porque ten duas carreiras, só de imaginar o que vai acontecer se isso acontecer, agora o Governo só por causa disso para que justifique o funcionamento da linha amarela e com outras linhas, esta amarela ser prolongada a Estação de Benfica, com estações em Benfica Igreja / Colégio Militar II reforçando mais uma linha aqui neste grande Centro Comercial e interface de autocarros/ Largo da Luz, a linha vermelha prolongar do Aeroporto pela Alta de Lisboa e terminar no Lumiar mais tarde vai a Pontinha por aqui. Isto sim aliviava os transportes públicos. No Campo Grande – Aeroporto é assegurada pelo futuro metrobus via 2a Circular.

    • Maria Albuquerque
      Responder

      Cuidado com planos mal pensados e não tendo em contra cada uma das variáveis do futuro desenvolvimento e preferência das pessoas que vão habitar as já referidas zonas de expansão do metro.

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