A Matemática e o Malabarismo em Ponte de Sôr
A Escola Secundária de Ponte de Sôr recebeu no passado dia 16 de Maio a Grande Aula “A Matemática e o Malabarismo”, dadas pelo matemático António Machiavelo, docente da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
O que tem o malabarismo a ver com a matemática? Esta relação não é completamente clara, mas Machiavelo foi desfiando os pontos de contacto e os cerca de duzentos alunos, que encheram o auditório, escutavam atentamente. Contrariamente ao esperado, o malabarismo é objecto de estudo da matemática, que tenta saber (já sabe) quantas sequências malabares se podem fazer, com quantos objectos em simultâneo, com quantas variações ao nível dos movimentos, etc. e que encontrou formas simples de descrever e codificar sequências malabares. Machiavelo explicou aos alunos de que forma se podem codificar as sequências malabares e como depois, trabalhando apenas com os códigos (que são sequências de números como 5353), se pode saber se uma dada sequência inventada é exequível ou quantas sequências diferentes se podem fazer com um dado número de bolas. Ou inventar novas sequências ou encontrar formas originais de passar de uma para outra. Tudo só com matemática.
A paixão de Machiavelo pelo malabarismo começou aos 11 anos, muito antes da paixão pela matemática. Conta que, nas suas aulas na Faculdade de Ciências do Porto, explora o paralelo entre matemática e malabarismo de outra forma: dá aos seus alunos uma explicação do que ele chama “malabarismo teórico”.
A Grande Aula acaba com algumas mensagens especiais, em torno daquela pergunta que os cientistas estão habituados a ouvir sobre a sua investigação: “Para que é que isso serve?”, “Para que serve o malabarismo? Serve para fazer crescer o cérebro. Quando aprendemos a fazer coisas novas o nosso cérebro cresce, estabelece novas conexões”, responde.