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ERC Special Day, um dia dedicado à investigação de fronteira na Europa

Especialmente dedicada aos financiamentos do Conselho Europeu de Investigação (ERC), a sessão de informação de setembro, organizada pela FCT, contou com testemunhos de candidatos de sucesso e do próprio Presidente do ERC, Jean‐Pierre Bourguignon, com o objetivo de estimular os investigadores de topo em Portugal a submeterem propostas. Foi um ERC Special Day.

Desde a sua criação, em 2007, o ERC financiou os projetos de cerca de 4500 investigadores de 64 nacionalidades, acolhidos por 600 instituições diferentes de 29 países. Os 34 financiamentos ERC atribuídos a investigadores em Portugal, num montante global de mais de 53 milhões de Euros, correspondem a uma taxa de sucesso de aproximadamente 6%, inferior à média europeia, que é de 13%.

Quatro dos investigadores portugueses apoiados pelo ERC nas tipologias Starting Grants, Consolidator Grants, Advanced Grants e Proof of Concept estiveram no Pavilhão do Conhecimento para relatarem as suas experiências enquanto candidatos a financiamentos do ERC e proporcionarem alguns conselhos sobre como apresentar candidaturas de sucesso.

Para Henrique Veiga Fernandes, investigador do Instituto de Medicina Molecular (IMM) que acumula dois financiamentos ERC, uma Starting Grant e um Proof of Concept, uma proposta de sucesso deve ser excelente em três componentes: Investigador – Projeto- Instituição de Acolhimento. Nesta “trilogia de excelência” a qualidade do percurso do investigador e da proposta de projeto são determinantes, mas potencialmente maximizadas pelas condições oferecidas pela instituição de acolhimento, tais como apoio administrativo, massa critica, equipamento e infraestruturas de ponta.

A estratégia ERC para encorajar a investigação de qualidade na Europa envolve financiar individualmente cientistas de qualquer nacionalidade, idade ou área científica, abrangendo, com quatro instrumentos de financiamento, diferentes níveis de senioridade. Apoia investigação de fronteira em todas as áreas da Ciência e Humanidades.

Com valores que variam entre 150 mil Euros e 3,5 milhões de Euros por projeto, os financiamentos do ERC estabeleceram‐se como os mais competitivos e de maior prestígio na Europa. A razão para este estatuto depreende-se da apresentação de Jean‐Pierre Bourguignon, Presidente do ERC, que destacou, por exemplo, a elevada correlação (de 0,97) entre o número de financiamentos ERC atribuídos e o número de publicações que estão nos 10% mais citados.

Miguel Seabra, Presidente da FCT, considera que ambas as agências financiadoras “partilham um objetivo comum”, opinião reforçada por Leonor Parreira, Secretária de Estado da Ciência, que, ao traçar o paralelismo entre a concepção de financiamento ERC e do Programa Investigador FCT, apontou características comuns aos dois instrumentos, tais como o apoio individual a cientistas, a avaliação internacional e a abordagem bottom-up. De entre as simetrias entre os programas mereceu destaque “o enfoque da seleção pela qualidade” ao constituir-se como “uma orientação programática no presente e (…) o caminho a seguir no âmbito do H2020”.