As multilaterais são uma fonte importante de oportunidades de negócio em licitação internacional para execução de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de serviços.

Os trabalhos financiados por estas multilaterais garantem em grande medida que o processo de seleção da empresa ou consultor ocorre em respeito por normas claras e transparentes e que, em última instância, seja selecionada a melhor empresa para o projeto.

Em alguns casos, o facto de se aplicarem as regras de contratação das multilaterais significa evitar procedimentos de licitação pública em países cujos procedimentos favorecem as empresas domésticas. 

No entanto, a entrada neste mercado tem uma curva de aprendizagem longa, do Banco e, sobretudo, do país beneficiário e do ambiente de negócios no setor em causa e dos seus principais agentes.

Experiência prévia e comprovada no país de operação em causa é uma importante mais-valia.
É recomendado a uma empresa nacional que procure estabelecer parcerias locais fortes no terreno antes de concorrer.

Recomenda-se ainda vivamente uma seleção à priori do país ou conjunto limitado de países nos quais devem ser conhecidas as multilaterais a operar tanto no país como no setor de atividade de interesse.

As multilaterais financiam projetos nos seus países beneficiários.

Isso quer dizer que, salvo a exceção do BEI, não financiam projetos para empresas em Portugal.

Financiam sim projetos de investimento por parte de empresas subsidiárias de empresas nacionais ou empresas locais de capital português nos países em desenvolvimento.

As multilaterais apresentam também uma oportunidade de exportação de bens e serviços para as empresas nacionais.

A pertença de Portugal a estas instituições é importante na medida em que apenas empresas e consultores dos países acionistas podem concorrer a estas oportunidades de negócio, na forma de licitação pública para execução de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de serviços de consultoria. 

O corolário dessa norma é o de que, a título exemplificativo, manifestações de interesse de empresas portuguesas a oportunidades de licitação não poderão incluir consultores, equipamento ou material de países que não são, eles próprios, acionistas do banco em questão.

A dimensão do seu negócio não é, por si só, impedimento para concorrer a estas oportunidades.

Importa sim ter uma proposta competitiva, ajustada na sua totalidade ao que está a ser solicitado, e ter experiência no país beneficiário ou na região (algo que pode ser incorporado na proposta pela associação com empresas e/ou consultores locais).

De igual forma, a questão da dimensão da empresa em relação à do projeto pode ser minimizada também com a associação de várias empresas nacionais.

O mercado de procurement das multilaterais representa ainda importantes oportunidades de subcontratação, das quais empresas de mais pequena dimensão poderão beneficiar.

Nesse caso, é recomendado que as empresas interessadas acompanhem o mercado em causa e procurem conhecer as empresas com um historial de contratos ganhos no setor ou país de interesse.

A forma mais fácil e atempada de obter informação sobre um determinado projeto é manter uma relação fluída com as agências executoras dos países beneficiários e setores relevantes.

Para tal, uma presença local própria ou através de parcerias sólidas é muito importante.

É nas agências executoras que os projetos são concebidos, preparados e implementados.

A partir do Banco, pode ser obtida informação quer sobre os setores prioritários num determinado país, com vários anos de antecedência, quer sobre os projetos a serem lançados, com um ou dois anos de antecedência.

No entanto, informação sobre as licitações públicas que irão ser lançadas, bem como o seu conteúdo, apenas será disponibilizada publicamente nos procurement plan de cada projeto, com alguma antecedência relativamente à aprovação do projeto no Conselho de Administração do Banco.

Este procurement plan é divulgado na página relativa ao projeto no site do respetivo banco multilateral. Nessa página, pode ser também encontrado o contacto do staff do banco responsável pela preparação do projeto, ao qual lhe poderão ser solicitados esclarecimentos adicionais.

Consta ainda informação sobre a agência executora.

Aquando do lançamento da convocatória para receção de manifestações de interesse, a informação pode ser recebida pela consulta da ferramenta de busca de oportunidades deste sítio em link e no registo e consulta nas páginas de divulgação dos bancos (que normalmente diferenciam entre oportunidades de execução de obras públicas e fornecimento de bens, para empresas, e oportunidade de prestação de serviços, para consultores).

De igual forma, a consulta das convocatórias poderá ser também feita em diversas bases de dados que consolidam informação sobre concursos nos vários organismos multilaterais, designadamente UN devbusiness, dgMarket, ou global tenders, ou, mediante pagamento, em bases de dados com serviços adicionais como Assortis, ou Devex.

O primeiro passo é consultar o separador deste sítio em “Como proceder”, que apresenta resumidamente os diversos passos de candidatura e possibilita o encaminhamento para diversa informação adicional fornecida pelo sítio do banco/ multilareral ou fundo de desenvolvimento.

Essa familiarização vai sendo construída através da experiência em apresentar projetos.

Existe uma curva de aprendizagem inicial sobre conceitos básicos que pode ser facilitada pela leitura dos guias práticos de acesso às oportunidades de negócio de cada um dos bancos.

Adicionalmente é recomendável a participação nos eventos organizados pela AICEP em colaboração com o Gabinete de Planeamento Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais (GPEARI) do Ministério das Finanças (missões, seminários, formações práticas).

Informação relevante pode ser consultada em http://portugalglobal.pt/PT/Internacionalizar/Multilaterais/Paginas/MultilateraisFinanceiras.aspx

Recomenda-se vivamente que a abordagem às multilaterais seja feita em 2 passos: 
(1) pela escolha de um país (máximo dois), onde deverão ser desenvolvidos contactos intensos com as agências executoras relevantes e com parceiros locais fortes que valorizem as manifestações de interesse a serem apresentadas, e 
(2) pela familiarização com as regras, jargão e os processos de candidatura específicos dos bancos multilaterais a operar naquele país e setor. É importante que as empresas deem a conhecer a expertise e experiência específica que as distinguem das demais. Provavelmente, a abordagem mais eficaz será em primeira instância junto das agências executoras nos países beneficiários (ver resposta anteriores). 
Como explicado relativamente ao ciclo do projeto, existem oportunidades em diversas fases, incluindo para assessorar o banco multilateral e/ou a agência executora por via de assistência técnica o que significa oportunidades ao nível da consultoria. Neste caso é recomendado um contato ao nível das sedes e escritórios regionais/locais dos bancos que cobrem os países/setores de interesse da empresa. Os documentos de projeto mencionam os responsáveis pelo projeto tanto ao nível da agência executora como do staff do Banco.
É importante ter em atenção que a comunicação, seja com entidade executora ou o banco multilateral, assume particular sensibilidade quando as empresas estão num processo de candidatura ou manifestação de interesse (short list). Neste caso, os procedimentos incluem matrizes específicas sobre o fluxo de informação.

São várias as possibilidades que recomendamos que faça para que seja informado regularmente deste tipo de informação:
1) Consultar regularmente as oportunidades de negócio postadas na ferramenta de busca do presente sítio;
2) Subscrever as mailing lists dos bancos de desenvolvimento e dos fundos de desenvolvimento que estão apresentados em Procedimentos de candidatura por instituição financeira;
3) Consultar os projetos em desenvolvimento nas multilaterais e fundos de cooperação apresentados nos respetivos sítios e consultar equipas de desenvolvimento de projeto (normalmente aí identificadas) para antecipar o momento da publicação da consulta ao mercado;
4) Subscrever o serviço de difusão prestado gratuitamente por e-mail – GlobalMail, a partir do qual poderá receber Oportunidades de Negócios. Para tal, a sua empresa deverá preencher um formulário específico para que possa estar inscrita na Base de Dados da Oferta Nacional da AICEP.