Lisboa revisitada em 10 guias de Verão
Engana-se quem pensa que Lisboa há só uma. Da literária, à arqueológica, da gastronómica à castiça, da artística à satírica e bem-humorada, a cidade tem tantos olhares que é preciso estar muito atento para não deixar escapar nada. Para estes dias de calor e com as férias à espreita, O Corvo seleccionou 10 roteiros para os lisboetas redescobrirem a cidade.
1 – À descoberta da cidade subterrânea
Debaixo dos nossos pés, entalado por entre prédios, dentro das igrejas ou exposto em museus esconde-se o passado que Lisboa guarda dos fenícios, muçulmanos, cristãos e outros povos que fizeram a história desta cidade. Inês Ribeiro e Raquel Policarpo são as duas arqueólogas que conduzem os leitores por percursos que tanto podem passar por uma casa de banho pública, no Largo da Sé, onde ainda há vestígios de um prédio anterior ao terramoto de 1755, como pela urbanização da EPUL, na Praça Martim Moniz, onde surge a Torre do Jogo da Péla.
2 – Uma alemã na pele de uma alfacinha
Alexandra Klobouk é uma ilustradora alemã que viveu um ano em Lisboa. Tempo suficiente para lançar este ano um roteiro em português e em alemão que ilustra as suas vivências na capital. Velhotas a escorregar pela calçada abaixo, mini-bus entalados em becos, o percurso do eléctrico 28 sistematicamente interrompido por carros estacionados nos carris e carteiristas de olho nos turistas são algumas das marcas que ficaram na sua memória. Alexandra mostra ainda a sua visão satírica do turismo em Lisboa, ilustrando por exemplo uma Alfama que já foi feita de mercearias ou prédios a cair aos bocados e agora de souvenirs ou de tuk tuk e casas bonitinhas para arrendar a turistas.
Nota: O livro (2015) não está editado em Portugal. Foi publicado apenas pela editora alemã Viel&Mehr, podendo, contudo, ser encomendando online.
No sítio oficial da ilustradora é possível ver algumas das ilustrações desta obra, lançada em Abril deste ano: http://www.alexandraklobouk.com/
3 – Na rota das pataniscas e do arroz doce
Sabe quais são os melhores sítios para ouvir velhotes de língua afiada, beber um copinho de tinto e dar dois dedos de conversa ao balcão? Marco Dias e Tiago Cruz seleccionaram 25 tascas para visitar em Benfica, Alcântara, Lumiar ou Olivais. Lugares onde ainda há fadunchos, pataniscas, arroz doce à maneira ou cachecóis do Benfica nas paredes. Os autores reuniram histórias, fizeram recomendações e revelaram o preço dos petiscos para cada uma das tascas. O guia é escrito em português e em inglês.
4 – Museus sem tectos nem paredes
A arte urbana não tem hora nem lugar para aparecer. Surge sem avisar e só a visita quem passa por ela ao acaso. A Galeria de Arte Urbana (GAU), da Câmara Municipal de Lisboa, e a editora Zest – Books for Life quiseram juntar num livro o que de melhor se fez Lisboa, entre 2012 e 2013. E foi assim que lançaram Street Art Lisbon, uma edição bilingue (português e inglês). O álbum junta cerca de 200 peças de arte – umas legais, outras nem por isso – e inclui um mapa com coordenadas GPS e localização das peças para que o leitor faça os seus próprios percursos.
5 – Histórias para ler enquanto anda
Primeiro vieram os escritores, que inventaram histórias à volta dos seus lugares preferidos em Lisboa. Depois vieram os ilustradores, que desenharam estes cantos da cidade, misturando o real e a fantasia. Juntaram tudo e ficou completo o guia de Lisboa, que a EGEAC lançou, em Junho, na Feira do Livro de Lisboa, para comemorar os seus 20 anos. O eléctrico 28, as Escadinhas do Duque, a Estátua da Praça do Chile ou a Ginjinha do Rossio são pontos de partida para histórias das várias Lisboas que moram em Lisboa. André Carrilho, Mário Zambujal, Gonçalo M. Tavares, Bruno Vieira Amaral, Alice Vieira ou Madalena Matoso, são alguns dos 40 autores deste livro, que só pode ser adquirido no Museu do Fado, Casa Fernando Pessoa e nas bilheteiras do Cinema São Jorge.
6 – Histórias para ler enquanto anda
Primeiro vieram os escritores, que inventaram histórias à volta dos seus lugares preferidos em Lisboa. Depois vieram os ilustradores, que desenharam estes cantos da cidade, misturando o real e a fantasia. Juntaram tudo e ficou completo o guia de Lisboa, que a EGEAC lançou, em Junho, na Feira do Livro de Lisboa, para comemorar os seus 20 anos. O eléctrico 28, as Escadinhas do Duque, a Estátua da Praça do Chile ou a Ginjinha do Rossio são pontos de partida para histórias das várias Lisboas que moram em Lisboa. André Carrilho, Mário Zambujal, Gonçalo M. Tavares, Bruno Vieira Amaral, Alice Vieira ou Madalena Matoso, são alguns dos 40 autores deste livro, que só pode ser adquirido no Museu do Fado, Casa Fernando Pessoa e nas bilheteiras do Cinema São Jorge.
7 – Da mesa para a barriga
Este é um guia prático para quem gosta de comer fora e nunca se lembra de um bom sítio quando é preciso. E também para quem gosta de cozinhar e agradece as dicas e sugestões de lugares para encontrar bons vinhos, enchidos ou outros ingredientes. O crítico gastronómico Miguel Pires reuniu centenas de restaurantes, petisqueiras, bares, geladarias, lojas gourmet, garrafeiras, lojas de produtos biológicos ou mercados de Lisboa e avaliou cada uma delas com a sua própria escala, que vai do 3 – mínimos olímpicos ao 5 – ouro. A avaliação inclui ainda um “Factor X”, que tanto é uma curiosidade, como um segredo ou uma sugestão sobre o local.
8 – Percorrendo o guia de Pessoa
Partindo do guia que Pessoa escreveu em 1925, “Lisboa – O que o turista deve ver”, João Correia Filho traçou um roteiro com mais de uma centena de atracções na capital, desde monumentos, ruas, sugestões de compras, lugares onde comer ou divertir-se. O autor também construiu outros três roteiros: um baseado na obra de Eça de Queiroz, outro que é uma visita a Sintra e o último, uma viagem pelas livrarias e cafés mais emblemáticos da capital. Os poemas de Pessoa abundam pelo livro, mas também há trechos de obras de outros escritores, como Luís de Camões ou José Saramago.
9 – Os sete caminhos de Lisboa
São sete percursos e para cada um deles há um lote de sugestões culturais, gastronómicas ou históricas a acompanhar. Do Museu de Arte Antiga à rua São Paulo, do Chafariz d’El Rei, em Alfama, à Senhora do Monte, na Graça, ou do Parque Mayer ao Rossio, há histórias, memórias, pontos de interesse culturais e gastronómicos, mapas e contextualizações deste historiador, que veste o papel de estrangeiro para percorrer a cidade com olhar de um turista deslumbrado pela cidade.
10 – Do canto dos pássaros às folhas das árvores
São dois guias criados com objectivos pedagógicos pela Câmara Municipal de Lisboa para dar e desvendar a natureza dentro da cidade. O mais recente, lançado em 2015, é um catálogo de pássaros e aves que é possível avistar na zona ribeirinha do Tejo, no Parque Florestal de Monsanto, nos jardins ou nos bairros: o pisco-de-peito-ruivo, o melro-preto, o chapim-real, o pardal ou o pato-real. O primeiro, editado em 2010, faz o roteiro das árvores mais importantes, desde a Acácia-do-Japão, o Cipreste-comum, o Jacarandá ou a Tília-prateada. Onde estão, como identificá-los, em que alturas podem ser vistos são informações disponibilizadas neste guia organizado por fichas, textos curtos e ilustrações coloridas para cada espécie.