Mau estado do espaço público junto ao Terreiro do Paço causa ferimentos a turista

REPORTAGEM
Fernanda Ribeiro

Texto

URBANISMO
VIDA NA CIDADE

Santa Maria Maior

30 Junho, 2015


Que Lisboa não está preparada para acolher sempre bem os seus moradores e visitantes, ficou a saber esta segunda-feira (19 de Junho) uma turista brasileira que se preparava para apanhar o Yellow Boat para um passeio que, dizia a publicidade, iria “proporcionar-lhe uma viagem inesquecível pelo Rio Tejo”. O passeio de sonho não chegou a fazê-lo, porém, porque acabou por ir parar ao hospital. Ao atravessar a Avenida Infante Dom Henrique, junto ao Terreiro do Paço, rumo às partidas do barco, a turista tropeçou numa grade, mal colocada sobre uma calha de escoamento de águas pluviais, e caiu.

A queda provocada pelo inesperado obstáculo no chão foi bastante forte. Tal como o encontro com o pavimento, deixando a mulher combalida e a sangrar em vários pontos do corpo, sobretudo a cara, que foi a zona mais afectada, além de um ombro e dos joelhos.

Várias pessoas se apressaram a tentar ajudar, chamando uma ambulância, dado que o estado da senhora inspirava alguns cuidados, apesar de esta se manter lúcida e consciente. Levantada do chão, rapidamente percebeu que não se aguentava em pé. Por isso, permaneceu sentada no chão, encostada a um quiosque da Olá, onde, sob um calor intenso, aguardou durante meia-hora a chegada do socorro. Um tempo que lhe terá parecido infindável, uma vez que estava em sofrimento.

A PSP, que rondava aquela zona, acabou por intervir, tendo um dos agentes solicitado também o socorro que estava a tardar. E foi uma ambulância dos Bombeiros Lisbonenses que, enfim, transportou a turista ao hospital, num momento em que o marido da senhora acidentada se preparava já para chamar um táxi.

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“Isto acontece todas as semanas aqui. E tanto caem turistas, como portugueses”, lamentava um comerciante que tem também um quiosque na zona e que foi uma das pessoas que, de imediato, procurou socorro, ligando para o INEM.

No espaço de meia-hora, além da queda da turista brasileira, O Corvo testemunhou uma outra situação de perigo, em que outra turista tropeçou ao atravessar a avenida no mesmo local. Desta feita, com menos estragos, já que conseguiu equilibrar-se no ar e não chegou a cair ao chão.

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“A junta de freguesia já cá andou a colocar estas grades sobre as calhas, mas o arranjo não durou quase nada, até porque há carros que passam aqui e isto fica logo tudo fora do sítio, o que faz com que as pessoas tropecem e caiam”, acrescentava um outro popular.

O Corvo contactou a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, onde uma funcionária do atendimento disse já ter ouvido falar do problema, através de um munícipe que anteriormente contactara a autarquia local.

“Isso é connosco e está em estudo reparar a parte que está estragada”, disse a funcionária, remetendo mais esclarecimentos para o pelouro de Ambiente Urbano da junta. Mas nem desse departamento chegou, durante o dia de ontem, qualquer esclarecimento, nem do presidente da junta de freguesia, Miguel Coelho, junto de quem o Corvo tentou obter uma reacção.

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