[1] Coruchéus
[2] Rua Fernando Pessoa
[3] Escola EB 1 nº 151, Alvalade
[4] Fernando Pessoa (cabeça e chapéu do poeta)
Escultor José João Brito
Praça Cidade do Luso, Olivais
[5] Escola EB 2/3 Fernando Pessoa (1973)
Rua Cidade Carmona
[6] Estação de Metro Alto dos Moinhos
“Poetas nas ruas de Lisboa”
Desenhos de Júlio Pomar
[7] Metro Linha Vermelha
Átrio no terminal da estação do Aeroporto
[8] Quiosque Estação Metro Baixa-Chiado
[9] Café A Brazileira do Chiado
Escultura em bronze, da autoria do mestre Lagoa Henriques
[10] Largo de São Carlos
Escultura em bronze do belga Michel Folon (1934-2005)
[11] Casa Fernando Pessoa
Situada em Campo de Ourique
[12] Hospital Saint Louis
Hospital dos franceses, localizado no Bairro Alto.
[13] Hotel Pessoa (Anteriormente Edifício Pessoa)
Rua da Oliveira, ao Carmo.
[14] Antiga Casa Pessoa
Rua dos Douradores
[15] O Martinho da Arcada
[16] Cemitério dos Prazeres
Nº 4371, na Rua nº 1

Fernando Pessoa anda por aí

PORTFÓLIO
Paula Ferreira

Texto & Fotografia

CULTURA

Cidade de Lisboa

17 Abril, 2017


Fernando Pessoa (1888 – 1935) anda por aí, mais ou menos desassossegado. Não há um largo, uma praça ou um jardim públicos com o seu nome, mas há uma rua em Lisboa que pouca gente sabe onde fica. O Corvo faz-lhe aqui um pequeno roteiro dos locais da cidade marcados pela evocação do poeta.

[1] [2] [3] A Rua Fernando Pessoa e a Escola EB 1 nº 151, Fernando Pessoa, Coruchéus , ficam num bairro de casas de rendas económicas mandado construir na década de 40, em Alvalade, onde todas as ruas têm nomes de escritores e poetas de língua portuguesa.

[4] Em 1988, para assinalar o centenário do nascimento do poeta, foi inaugurada a escultura em folha de ferro pintado, numa homenagem a Fernando Pessoa (cabeça e chapéu do poeta) da autoria do escultor José João Brito, na Praça Cidade do Luso, no Bairro dos Olivais, na parte oriental da cidade.

[5] Em pano de fundo, na Rua Cidade Carmona, fica a entrada principal da Escola EB 2/3 Fernando Pessoa (1973), estabelecimento de ensino de referência, quer pelas suas inovadoras características arquitectónicas e paisagísticas, quer pela nova geração de professores que ali iniciou a sua carreira no ensino, nos anos 70.

[6] Das 56 estações de metropolitano existentes actualmente, Fernando Pessoa é evocado em duas - no átrio e no cais da estação do Alto dos Moinhos, pelo traço inconfundível dos desenhos de Júlio Pomar, que riscam de azul os azulejos brancos na obra “Poetas nas ruas de Lisboa”, [7] e no corredor de acesso ao átrio no terminal da estação do Aeroporto, na linha vermelha, onde Pessoa se esgueira pelo meio dos passantes. [8] Na estação Baixa-Chiado, o balcão quiosque Fernando Pessoa surpreende pelo inusitado.

[9] No Largo do Chiado, nem todas as atenções se viram para a escultura do poeta Chiado. A atracção concentra-se no mesmo passeio público, no conjunto escultórico em bronze, da autoria do mestre Lagoa Henriques, que representa Fernando Pessoa sentado à mesa do café A Brazileira do Chiado, estabelecimento inaugurado em 1905. Foi a assiduidade com que frequentou as tertúlias ligadas aos círculos intelectuais, de escritores e artistas, que motivou a homenagem naquele local em 1988.

[10] Mais abaixo, no Largo de São Carlos, antes designado Largo do Directório - por aí se situar, no 1º andar do nº 4, a sede do Partido Republicano Português e do seu directório desde a implantação da República -, fica o local onde Pessoa nasceu. Foi no 4º andar do mesmo edifício, em 13 de junho de 1888, no dia de Santo António - de seu nome Fernando de Bulhões (1191-1231). Para assinalar os 120 anos do nascimento do poeta, o município adquiriu a escultura em bronze do belga Michel Folon (1934-2005), inaugurada em 2008 naquele local.

[11] A Casa Fernando Pessoa, situada em Campo de Ourique, é, desde 1993, não só uma casa museu mas também uma casa aberta à cultura. [12] Foi lá que o poeta morou nos últimos quinze anos da sua vida e foi no Hospital Saint Louis, hospital dos franceses, localizado no Bairro Alto, que viria a falecer, em 1935. No dia anterior à sua morte, escreveu a frase “I know not what / tomorrow will bring”.

[13] A partir de 1908, aluga o seu primeiro quarto, no Nº 18 no Largo do Carmo, e dedica-se à tradução comercial, actividade que mantém toda a vida. Ao virar da esquina, na Rua da Oliveira, ao Carmo, e junto à que era então a tipografia da revista Orpheu - Oficinas Tipográficas e Comércio – uma grande empreitada, na década de 80, deu origem ao Edifício Pessoa. O mesmo funcionou, intermitentemente, como centro de escritórios até nova reconversão, em 2016, em mais um estabelecimento hoteleiro—Hotel Pessoa.

[14] Por volta de 1913, Fernando Pessoa trabalhou num escritório no 1º andar do nº 190 da Rua dos Douradores. Em baixo, havia um restaurante onde almoçava com frequência, o que levou a que os proprietários, emigrantes galegos, rebaptizassem a casa em sua memória. A Antiga Casa Pessoa já não existe, mas estão bem visíveis as placas em pedra que assinalam a passagem do poeta naquele local.

[15] De todos os cafés que frequentou, O Martinho da Arcada foi onde escreveu grande parte dos seus poemas, sobretudo nos últimos dez anos da sua vida. Ali, encontrava o seu grupo de amigos mais íntimos e aliviava a solidão. Foi lá que escreveu “A Mensagem” e muitas páginas do Livro do Desassossego.

[16] Fernando António Nogueira Pessoa morreu no dia 30 de Novembro de 1935. Foi poeta, publicitário, astrólogo, crítico literário, inventor, empresário, tradutor, correspondente comercial, filósofo e comentador político. O seu funeral realizou-se no Cemitério dos Prazeres e o seu corpo depositado no jazigo da família, com o nº 4371, na Rua nº 1.

Em 1985, cinquenta anos após a data da sua morte, o seu corpo foi trasladado para o Mosteiro dos Jerónimos. Em 1987, é instituído o Prémio Pessoa, concedido à pessoa ou pessoas, de nacionalidade portuguesa, distinguidas na vida científica, artística ou literária.

O actual Largo de São Carlos, outrora Largo do Real Teatro de São Carlos, mais tarde Largo do Directório, seria o sítio próprio, para o sossego de muitos portugueses, finalmente se chamar Largo Fernando Pessoa. “É a hora!”.

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