O vereador com o pelouro da Segurança na Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Castro, diz que a autarquia nada pode fazer para impedir a atividade dos indivíduos que, diariamente, sobretudo na Baixa e no Bairro Alto, assediam as pessoas na via pública, propondo-lhes a venda de supostos produtos estupefacientes. “Este é um problema de difícil resolução, porque supostamente o que eles estão a vender às pessoas é louro prensado, aspirinas esmagadas e sacos de farinha”, disse o vereador, na noite desta quarta-feira (4 de Fevereiro), durante a sessão descentralizada da edilidade, realizada no Auditório da Igreja do Sagrado Coração de Jesus.
O autarca – respondendo a uma moradora e comerciante do Bairro Alto que se queixava do problema naquela zona, o qual terá estado na origem de uma agressão ao seu marido por parte de um dos indivíduos envolvidos na referida actividade – diz que “este é um assunto de venda ambulante”, pelo que a entidade a quem competirá actuar será a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). Além disso, sustentou Carlos Castro, acontece que, muitas vezes, “os tais vendedores percebem que a polícia está presente e afastam-se”. Uma situação que tornará difícil a dissuasão da sua actividade, sustentou. Ainda assim, garante, a CML estará a estudar com as autoridades policiais eventuais formas de o conseguir.
Em declarações recentes ao Corvo, Hilário Castro, presidente da Associação de Comerciantes do Bairro Alto, queixava-se da impunidade de que parecem gozar tais elementos. “Temos notado o aumento do tráfico de droga nas ruas. Muitas dessas pessoas estão de dia na Baixa e, à noite, mudam-se para o Bairro Alto. Esses indivíduos estão mais que identificados, não percebemos por que razão a polícia não faz nada em relação a isto, até porque muitos desenvolvem a sua actividade a menos de 50 metros dos agentes da autoridade que patrulham as ruas do bairro”, disse ao Corvo o dirigente associativo.
A polícia terá dito a Hilário Castro, em reuniões nas quais este expôs o problema, que nada poderia fazer, exactamente pelos motivos apontados pelo vereador Carlos Castro. Para o dirigente da associação, tal situação revela-se incompreensível, “pois oferecer droga ou aliciar alguém para a sua compra não são coisas legais”. O representante dos comerciantes do Bairro Alto disse ao Corvo que têm sido diversos os relatos de responsáveis de hotéis que transmitem o desconforto de turistas com tal quadro. “Nas recepções dos hotéis, os clientes queixam-se que, com frequência, foram abordados por pessoas a proporem-lhes a venda de cocaína e de haxixe”.
Texto: Samuel Alemão
[O Corvo] Câmara de Lisboa diz nada poder fazer para travar supostos traficantes de rua http://t.co/on0jxhnzRX
Já se fosse a venda de um pastel tradicional, seria um atentado à saúde pública, uma venda não licenciada e um abuso sujeito a intermináveis coimas. Já burlar e colocar pessoas aos riscos de consumirem substâncias que poderão causar danos (mesmo que sejam proíbidas) e roubá-las é na boa. Numa cidade em que obter a licença para ser vendedor ambulante é um filme inacabável, este episódio é sintomático da inoperância e da estupidez dos legisladores.
Estou mesmo a ver, lá o vereador da CML que teve a ideia fantástica que não serve para nada alem de mandar para a falncia os pequenos bares da bica.Para começar reduzir já os horários dos dealers até a meia noite durante a semana e 01 da manha aos fim de semana e feriados.Se venderem droga no exterior depois da uma da manha ficam sem vender droga durante dois dias.
Vender droga nao… Ervas ou calhaos.
Eles nao podem ser apanhados, porque em geral nao tem nada ilegal.
O vereador com o pelouro da segurança da CML chama-se Carlos Castro?!?!? Não me sinto la muito seguro…
Agora mais a serio, é uma vergonha e um escandalo… Dizerem que estarem a vender gato por lebre e por isso não os podem prender?!?!? Levem-nos varias vezes la dentro, cada vez que os virem nas ruas… todos sabem quem são e não se façam de virgens arrependidas… É uma vergonha, mas tenho a certeza que se eles pagassem multas ja teriam sido multados pelo menos 5 vezes por dia… como não as pagam e dá muito trabalho leva-los para a esquadra…É o país que temos!!!
segundo a policia, podem prendê-los por nao terem autorizaçao de vendedor ambulante, ja que nao vendem drog e burlam o comprador. Estao a vender algo, … mas como nao tem dinheiro para a pagar, a dita autorizaçao deixam-nos andar ai, até cair mortos
Atenção à gralha, Corvo:) – assediam!
Tem toda a razão, Ana. Obrigado pela chamada de atenção. Está corrigida. As desculpas aos nossos leitores.
pois claro…estranho era se fizesse..
A proposta de um policia para a Zona Bica Adamastor foi…os comerciantes juntam-se pagam 1000 euros por semana por um policia… vergonhoso.
Não nos podemos esquecer que as leis são feitas por pessoas para as pessoas. Assim, podem ser alteradas tendo em vista a protecção da ordem e segurança públicas; lá está, servindo as ditas pessoas (neste caso cidadãos de lx). Parece óbvio… mas acho que para alguns não é.
Parece-me inaceitável que alguém com um cargo político venha admitir que esta situação vai acontecer para sempre, sem fim ou solução à vista. A impunidade total assumida pela CML a estes “traficantes” poderá, em último caso, agravar significativamente a situação. Acho que este senhor vereador precisar de ser afastado com urgência! Ele é um perigo para a minha segurança como cidadão de Lisboa.
Não será preciso inventar nada… é só perceber o que fazem as grandes cidades europeias.
O vereador antes de falar, que é da competência da asae primeiro que informe que era da competência da Câmara é que nada faziam com as centenas de autos de contra ordenação levantados por venda ambulante, e depois inventaram que era da competência da asae, e por isso o sentimento de impunidade que se mantém. É uma boa a imagem passada aos turistas de que aqui em Portugal se vende produto supostamente estupefaciente na rua a vontadinha.
Uma vergonha…..toda a gente vê e ninguém nada faz….se estivesse sob a responsabilidade dos inspectores da autoridade aduaneira possivelmente seria mais eficaz……
Pois. Mas se num futuro próximo, eu me fartar de levar com esse assédio todos os dias, e me decidir a dar uma palmada a algum, ainda sou detido.