Medina promete conjugar a habitação com o turismo e aumentar a rede de eléctricos

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Sofia Cristino

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VIDA NA CIDADE

Cidade de Lisboa

27 Outubro, 2017

Ainda sem ter garantido um acordo de governação para o seu executivo, Fernando Medina foi reempossado como presidente da Câmara Municipal de Lisboa, ao final de tarde desta quinta-feira (26 de outubro). Desta vez, como resultado do sufrágio directo da população da capital. Perante uma Praça do Município repleta, anunciou os principais compromissos para os próximos quatro anos: conjugar a habitação com o turismo, criar mais habitação acessível e adquirir 30 novos eléctricos. “A habitação é hoje um dos graves problemas que enfrentamos”, admite. Quanto às negociações com o Bloco de Esquerda para a formação de um executivo estável, Medina apenas diz que continua em diálogo com o partido. Fora da equação ficaram o PCP e o PSD.

Melhorar a rede de transportes públicos, criar uma cidade mais sustentável e garantir que os jovens e a classe média tenham acesso à habitação na cidade de Lisboa são os grandes compromissos para o próximo mandato de Fernando Medina, anunciados, ao final da tarde desta quinta-feira (26 de outubro), no momento da sua tomada de posse como presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), numa cerimónia realizada ao ar livre, na Praça do Município, repleta de convidados.

O edil reeleito, a 1 de Outubro, pelos lisboetas para presidir, nos próximos quatro anos, aos destinos da autarquia do maior núcleo urbano do país prometeu rendas acessíveis, “entre os 200 os 400 euros em média”, para que os jovens e a classe média voltem a viver na cidade de Lisboa, mantendo-se assim leal ao programa eleitoral. “Ao longo do mandato, queremos disponibilizar cerca de 6 mil casas para que as classes médias e os jovens possam viver na cidade de Lisboa”, declarou, repetindo uma promessa feita durante a campanha para as autárquicas.

“O mercado da habitação não está a funcionar bem na cidade de Lisboa, os preços são muito altos, muita gente não consegue encontrar casa em Lisboa, nem no sítio em que quer e, muitas vezes, em sítios já longe daquilo que querem. Nós temos de resolver esse problema”, reconheceu, admitindo que “a habitação é hoje um dos graves problemas que enfrentamos”.

Medina promete conjugar a habitação com o turismo e aumentar a rede de eléctricos

Questionado pelo O Corvo, já depois do seu discurso inaugural, sobre se o número de habitações chegará a todos, Fernando Medina, disse que a autarquia tem em sua posse “o número de habitações suficientes para desenvolver um verdadeiro parque habitacional para a classe média”. “Queremos proteger a cidade, os cidadãos e os jovens das oscilações do mercado que ora andam para cima, ora andam para baixo. Queremos que haja uma oferta pública que assegure sempre que há um stock muito significativo de casas no mercado a rendas acessíveis”, adiantou, ainda.

Conjugar a habitação com o turismo será também uma das prioridades de Fernando Medina. “Prestaremos particular atenção à sustentabilidade do turismo que deve ser compatível com a qualidade de vida dos residentes, com a qualidade das infraestruturas básicas e com o acesso à habitação”, anunciou.

Quanto às negociações para a formação de um executivo estável e que garanta a governação em maioria, Fernando Medina disse que continua em diálogo com os vários partidos e vereadores. “Estamos a dialogar e a ver se é possível estabelecer uma plataforma mais permanente de entendimentos ao longo do mandato ou se esses entendimentos terão de ocorrer de forma mais pontual ao longo do mandato”. E isso inclui o único vereador eleito pelo Bloco de Esquerda, Ricardo Robles.

Medina promete conjugar a habitação com o turismo e aumentar a rede de eléctricos

Já o PCP não conseguiu chegar a consenso com a autarquia. “Infelizmente, o Partido Comunista não se mostrou disponível para um acordo mais permanente de governação da cidade e não houve negociação”. Quando questionado sobre uma possibilidade de fazer um acordo com a Direita, Fernando Medina foi peremptório. “Acordos permanentes à direita não são viáveis dado as diferenças dos projectos políticos”, afirmou.

No primeiro semestre de 2018, anunciou o presidente da câmara municipal, haverá, ainda, um concurso para a aquisição de 30 novos elétricos. Estender o eléctrico 15 a Santa Apolónia, recuperar o 24 entre o Cais do Sodré e Campolide e iniciar uma nova fase de expansão da rede na cidade são outros dos objectivos do executivo que acabou de tomar posse.

Será ainda dado destaque a novas formas de mobilidade partilhada, ao aumento das zonas pedonais, ao crescimento das áreas verdes e à plantação de mais árvores na cidade, como fonte de bem-estar e de captura de carbono. “As alterações climáticas são uma realidade do presente e não uma ficção futura e a qualidade de vida é uma aspiração dos cidadãos”, reforçou Medina.

Durante o primeiro semestre do próximo ano, será lançado, ainda, um concurso para a construção “dos primeiros seis centros de saúde de nova geração” e “novas unidades de creches”. “A população envelhecida tem de ter cuidados de saúde primários e as jovens famílias acesso a creches e escolas públicas de qualidade para os seus filhos”, defendeu. “Não faz sentido escolas dependerem do Estado Central para realizarem pequenas obras ou que um centro de saúde espere anos a fio para as questões mais correntes e necessárias”, disse ainda.

O aumento do emprego e a diminuição das desigualdades sociais serão também duas das suas grandes prioridades, assim como, aumentar a economia de proximidade. “Até ao final do primeiro trimestre de 2018, aprovaremos a unidade de projecto para a rápida ampliação das zonas de escritórios, bem como as principais zonas de desenvolvimento”, anunciou.

O autarca reempossado salientou, ainda, a importância de Lisboa “continuar a ser um referencial de liberdade, esperança e futuro para todos”, numa altura em que a Europa e o Mundo enfrenta “riscos políticos, do nacionalismo, do racismo, da xenofobia, da intolerância cultural ou religiosa” de “uma gravidade impensável há poucos anos atrás”. “Ao longo de séculos, Lisboa foi local onde sucessivas gerações de seres humanos aspiraram e conseguiram construir um futuro melhor para si e para os seus. Hoje, queremos continuar a ter uma cidade onde todos tinham direito a uma vida digna e a concretizar os seus sonhos e o seu potencial”, disse.

Helena Roseta, a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, que abriu a cerimónia de tomada de posse relembrando que está na vida autárquica há 41 anos, e confessando que para si o poder local é “uma paixão”, defendeu que é altura de concretizar a “descentralização da administração Central” e de dar mais competências aos municípios.

Na cerimónia que decorreu na Praça do Município, tomaram posse os 75 eleitos para a Assembleia Municipal (24 presidentes de junta e 51 eleitos directamente) e os 16 vereadores, marcando ainda presença o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira.

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COMENTÁRIOS

  • Francisco Afonso
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    Tudo a viver no Ritz.

  • Sergio Ferreira Silva
    Responder

    conversa fiada

  • Álvaro Pereira
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    Acho muito bem haver mais eléctricos em Lisboa!

    Mas também gostaria que voltasse a haver autocarros de 2 pisos, como no Porto!

  • David Baena
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    Tou para ver…

  • Gabriel Andrade Lopes
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    se mandasse limpar as ruas já não era mau…

    • David Baena
      Responder

      Nem mais Gabriel, lxo á volta dos ecopontos, dejectos de animais pelos passeios, rabiscos nojentos por todo o lado, roupa velha e mobiliário partido, espalhado pelos cantos,,,enfim com isso teria ele muito para se entreter…

  • Manuel Rosa Pires
    Responder

    Aldrabão

  • Gualter Santos
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    Prometer e facil

  • Fernando Lopes Correia
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    Que trata da Carris que presta um péssimo serviço, a começar pela falta de informação nas paragens!

  • Ana Gomes
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    O serviço da Carris está péssimo, informação sobre os horários junto das paragens 90€ não funciona, e o Metro nem se fala! em relação as casas só posso rir!

  • Rosa Lopes
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    Muito bem.Cá estaremos para ver.

  • Carlos André Viana
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    Ele já fez mais pela cidade do que todos os outros antes, que só destruíram. Farto destas bocas idiotas e sem base.

  • Toze Clemente
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    Vai alugar o duplex?

  • Armanda Fonseca
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    Pois sim!

  • Helena Lopes
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    Existem muitas casa fechadas aluguem mais barato para Lisboa não ser uma cidade dó para turistas

  • Margarida Roque
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    Podia , já agora voltar a haver horários verdadeiros na Carris…

  • Nelson Vassalo
    Responder

    hmmm hmmm F*x façam logo uma circular de comboios na marginal. Linha de cascais-linha da Azambuja, um ou 2 apeadeiros e está feito. magia

  • Paty Alexandra
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    Elétricos para quem??? Só se for para turista…Já para não falar de prédios que são propriedade da CML e estão devolutos e ao abandono…deixem-se de tretas que este Merdina só fez bosta…

  • Carolina Monteiro
    Responder

    “Vamos prometer aquilo que não tencionamos fazer”

  • Paulo Só
    Responder

    Não é preciso comprar um eléctrico sequer, basta acabar com os eléctricos para turistas. Por que motivo os turistas podem andar nos eléctricos amarelos como os cidadãos de Lisboa, e eu não posso andar nos deles? Quantas vezes não estou na paragem do 28 e passam eléctricos de turistas vazios e o 28 não pára porque vai cheio! Claro, é mais barato, os turistas também preferem o 28. Isto para não sublinhar que os lisboetas fazem um percurso limitado de eléctrico enquanto os turistas entram num extremo e saem no outro. Quanto ao eléctrico do Cais do Sodré a Campolide, só se proibirem a circulação de carros na rua da Escola Politécnica, que pára das 17 às 21 horas todos os dias. Eu tenho a impressão que essas pessoas da Câmara vivem em outra cidade. Aluguéis de 200 a 400 euros? Estão a sonhar! Isso é o preço de uma noite de hotel. Esta cidade é apenas para estrangeiros, Senhores. Os portugueses que vão morar para a Porcalhota.

    • Miguel Keßler
      Responder

      É preciso, é, ou, ao menos, recuperar algum material que ain da seja possível. Não sei se ainda haverá alguma coisa no “cemitério” de eléctricos em Almada. E articulados são precisos mais, sim, a compra até esteve prevista mas sabemos como são as coisas por cá. Não esqueçamos que, além dos eléctricos desviados para o turismo, quando do encerramento da estação do Arco do Cego, foram desmantelados e vendidos ao desbarato dezenas deles por “tuta e meia”, em verdadeira e própria delapidação do património. Ao que parece, ninguém foi preso… Vamos ver o que o futuro nos traz. E que se mantenha o aparente fôlego do Presidente da Câmara. Ser do Porto até pode ser uma vantagem. Afinal, aquilo é uma nação, carago!

  • Miguel Keßler
    Responder

    «No primeiro semestre de 2018, anunciou o presidente da câmara municipal, haverá, ainda, um concurso para a aquisição de 30 novos elétricos. Estender o eléctrico 15 a Santa Apolónia, recuperar o 24 entre o Cais do Sodré e Campolide e iniciar uma nova fase de expansão da rede na cidade são outros dos objectivos do executivo que acabou de tomar posse.»
    Olhe, senhor Presidente: 150% a favor! Mas não se deixe enganar nem permita que queiram enganar-nos. Não pode, não deve, deixar de haver eléctrico na linha marginal a partir da Praça da Figueira, são complementares. Ou o 15 sai de Algés para Santa Apolónia e tem de haver um “complemento” de Belém para a Praça da Figueira (o velho 17 parcialmente reactivado), ou o 15 continua a servir a Praça da Figueira e o “complemento” de Belém deverá ir a Ssanta Apolónia (o velho 16 reactivado nos seus terminais originais, anteriores à fusão com a “defunta” linha 9). E, já agora, atenta a vontade declarada de reactivar o 24, aproveite-se para prolongar o 25 ao Carmo, como já ocorreu no passado. Pelas alminhas, senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa!

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