Aprender a andar de bicicleta sem olhar à idade e sem medo do trânsito de Lisboa

ACTUALIDADE
Samuel Alemão

Texto

MOBILIDADE

Cidade de Lisboa

28 Agosto, 2017


“Para pessoas que já esqueceram ou não sabem andar de bicicleta”. O lema é claro e deixa antever a amplitude de motivos para a inscrição em mais uma edição do curso de iniciação promovido em conjunto pela Câmara Municipal de Lisboa (CML) e a Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicletas (FPCUB). “O sucesso é total. Ao longo de uma década, já ensinamos a pedalar mais de 800 pessoas. Ao fim da primeira sessão, mais ou menos 50% já sabem andar de bicicleta”, diz José Caetano, presidente da federação, antevendo a O Corvo a próxima edição, que decorrerá nos dias 9, 16 e 23 de setembro, na Escola de São Vicente de Telheiras, na Rua Fernando Namora. As inscrições podem ser feitas até 5 de setembro.

A troco de 19,70 euros, e em três sessões realizadas aos sábados, os instrutores da FPCUB prometem acabar com qualquer bloqueio ou medo que impeça alguém de se montar numa bicicleta e fazer-se às ciclovias e ruas da cidade. E se os participantes não dispuserem de equipamento, a organização empresta a bicicleta e o capacete, mediante indicação prévia e limitada ao contingente existente. A idade mínima para a inscrição é de 14 anos. Mas é preciso somar-lhe três décadas para obter a média etária dos participantes nestes cursos, que acontecem duas vezes por ano. A maior parte, aliás, são pessoas que já passaram a barreira dos 40. E José Caetano conta, com orgulho, o caso de uma mulher que, ao aprender aos 74 anos, passou a ser uma utilizadora usual das ciclovias da capital, embora com recurso a um triciclo.

As mulheres constituem, de longe, o maior grupo dos candidatos a ciclistas nestes cursos, representando 85% das inscrições. “Por regra, são pessoas que sempre quiseram andar de bicicleta, mas por uma série de razões foram sempre adiando. Ou por questões profissionais ou de se terem dedicado a ser mães”, explica o presidente da federação, salientando que, se em alguns casos houve questões económicas a justificar a dificuldade em ter acesso a uma bicicleta, tal razão está longe de servir de justificação principal. Até porque, garante, “a maior parte das pessoas que se inscreve até são da classe média-alta e com algum conhecimento”. Sejam quais forem os motivos para tal lacuna de aptidão, a pedagogia para a suprir será a mesma. E dela faz parte o aprender a lidar com os automóveis na via pública. Sem medos.

MAIS ACTUALIDADE

COMENTÁRIOS

O Corvo nasce da constatação de que cada vez se produz menos noticiário local. A crise da imprensa tem a ver com esse afastamento dos media relativamente às questões da cidadania quotidiana.

O Corvo pratica jornalismo independente e desvinculado de interesses particulares, sejam eles políticos, religiosos, comerciais ou de qualquer outro género.

Em paralelo, se as tecnologias cada vez mais o permitem, cada vez menos os cidadãos são chamados a pronunciar-se e a intervir na resolução dos problemas que enfrentam.

Gostaríamos de contar com a participação, o apoio e a crítica dos lisboetas que não se sentem indiferentes ao destino da sua cidade.

Samuel Alemão
s.alemao@ocorvo.pt
Director editorial e redacção

Daniel Toledo Monsonís
d.toledo@ocorvo.pt
Director executivo

Sofia Cristino
Redacção

Mário Cameira
Infografias & Fotografia

Paula Ferreira
Fotografía

Catarina Lente
Dep. gráfico & website

Lucas Muller
Redes e análises

ERC: 126586
(Entidade Reguladora Para a Comunicação Social)

O Corvinho do Sítio de Lisboa, Lda
NIF: 514555475
Rua do Loreto, 13, 1º Dto. Lisboa
infocorvo@gmail.com

Fala conosco!

Faça aqui a sua pesquisa

Send this to a friend