Colina de Santana é o cenário do Festival Todos 2015, entre 10 e 13 de Setembro

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Samuel Alemão

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CULTURA
VIDA NA CIDADE

Arroios
Santo António

26 Agosto, 2015

Começou por ser um acontecimento centrado nas zonas do Martim Moniz e do Intendente. Mas, aos poucos, tem-se sabido mexer, encetando uma subtil deambulação pela cidade. Na sua sétima edição, o Festival Todos – Caminhada de Culturas, celebração da interculturalidade que faz o mundo e dos mundos que estão contidos numa metrópole como Lisboa, decorrerá na Colina de Santana, de 10 a 13 de Setembro. A animação cultural, materializada em 36 propostas gratuitas de espectáculos, exposições, actividades e visitas, chegará assim à zona compreendida entre as avenidas da Liberdade, Almirante Reis e o bairro da Estefânia.

 

Uma área localizada bem no coração da cidade, mas à qual poucos saberão atribuir logo à primeira a devida nomenclatura – “Colina de Santana, onde é que isso fica?”, perguntarão muitos. Apesar de central, a zona apresenta vários problemas sociais, que a remetem para a periferia, em paralelo com uma complexa composição demográfica. Da degradação habitacional à falta de cuidados primários de saúde, passando pela grande riqueza patrimonial, existe ali um mosaico multifacetado, para o qual contribui também uma enorme diversidade cultural e étnica. Retrato que, para surpresa de alguns, apenas começou a ser revelado em 2013, na sequência da polémica causada pelos planos de urbanização que a empresa pública Estamo apresentou para os terrenos dos hospitais dos Capuchos, São José, Santa Marta e Miguel Bombarda.


 

Enquanto os poderes públicos – município e administração central, através da Estamo – não se decidem em definitivo sobre o que fazer com os hospitais que têm vindo a ser desactivados – e sobre qual a abordagem de gestão do território a adoptar naquela área -, há todo um trabalho de redescoberta e de integração social que pode ser feito para ajudar no processo de regeneração urbana desta parcela do Lisboa. E é aí que entra o Festival Todos – Caminhada de Culturas, que, recorrendo à interculturalidade, se propõe conferir, “através da convivialidade entre pessoas de diversas origens culturais, sociais, económicas e geracionais, um novo rosto colectivo para cada bairro”.

 

Uma missão que, fazendo jus ao lema do festival, realizou a sua caminhada e chega agora à Colina de Santana. Isto depois de ter passado por Martim Moniz (onde o festival se iniciou, em 2008), Intendente e Mouraria; mas também pelo Poço dos Negros, Santa Catarina e São Bento. Tal como nesses locais, em anos anteriores, a ideia é ajudar a conferir coesão ao território, usando a riqueza social e cultural do mesmo. Nesta edição, o festival terá como mote “Um Lugar de Tempos e Vontades” e o seu epicentro será o Jardim do Campo dos Mártires da Pátria, ou Campo de Santana, espaço em processo de reconversão e que se afirma como centralidade incontestada da Colina de Santana.

 

Da programação deste ano, a organização destaca tanto o concerto da energética música raï argelina, a 12 de Setembro, pelas 22h, no Jardim do Campo de Santana, pela mão do projecto Mazalda (França) com Cheb Lakhdar (Argélia), bem como o espectáculo de novo circo (11 de Setembro, 19h) da companhia francesa XY, no pavilhão panóptico do Hospital Miguel Bombarda. Mas dá também relevo ao espectáculo “Oratória Inter-religiosa“, sob direção do maestro Mario Tronco (Itália) e textos de José Tolentino Mendonça, com a participação de músicos da Orchestra di Piazza Vittorio e da Orquestra TODOS, a realizar na Igreja de São Domingos (10 de Setembro, 21h30).

 

Mais informação e programação: www.festivaltodos.com

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