Regar árvores sequiosas num dia de verão, como forma de protesto
Não eram mais que meia-dúzia, mas representavam um sentimento de amor pelas árvores bem mais lato. Um pequeno grupo de activistas urbanos ligados à Plataforma pelas Árvores e à Quercus e de moradores da Rua da Madalena realizou, ao final da tarde desta terça-feira (28 de Julho), um protesto contra o que consideram ser o estado de penúria hídrica das árvores situadas junto ao Largo Adelino Amaro da Costa – mais conhecido por Largo do Caldas -, regando-as com recurso a baldes, regadores e garrafões. A acção de “jardinagem de guerrilha”, inspirada em intervenções semelhantes feitas um pouco por todo o mundo, contou com a participação da artista plástica Fernanda Fragateiro e do estilista Dino Alves. Mas a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior garante que havia regado na véspera as árvores em causa.
Mais sorte terá tido Fernanda Fragateiro, que disse ter recebido a promessa da junta de que iria regar as árvores em causa. “Há uma clara falta de respeito pelo espaço público e que é demonstrativa de uma certa postura. Não se percebe porque deixaram as árvores chegarem a este ponto”, acusa a artista plástica. Libério Sobreira, do núcleo regional de Lisboa da Quercus, salientou o facto de “as árvores serem especialmente sensíveis ao tratamento que se lhes dá nos primeiros anos de vida”, nomeadamente à falta de água. As referidas árvores apresentam um aspecto ressequido, mas o presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho, garantiu ao Corvo que as mesmas haviam sido regadas na véspera. E explicou que “apenas agora a junta pôde fazê-lo e tomar conta daquele espaço, porque as obras estiveram a decorrer e apenas neste momento o empreiteiro entregou a obra”.