Plataforma em Defesa das Árvores preocupada com Avenida da Liberdade

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Samuel Alemão

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Santo António

16 Julho, 2015

A conservação do arvoredo e dos espaços verdes da mais importante avenida da capital portuguesa estará a ser conduzida de forma desleixada, pouco pensada e repleta de intervenções “extemporâneas”, acusa a Plataforma em Defesa das Árvores. Na Avenida da Liberdade, o património edificado e o natural deveriam estar a ser tratados como faces de uma mesma moeda, mas tal não está a acontecer, lamenta o colectivo de activistas. Canteiros sem flores, árvores mal-tratadas, relvados secos e ao abandono, falta de um tratamento especializado das zonas verdes e, pior, a suspeita de que, em breve, haverá podas desnecessárias no arvoredo motivam o alerta da opinião pública.

 

Por isso, a Plataforma em Defesa das Árvores – da qual fazem parte cidadãos, mas também entidades como Associação Lisboa Verde, Fórum Cidadania Lx, GEOTA, Grupo de Amigos da Tapada das Necessidades, Grupo de Amigos do Príncipe Real, Liga dos Amigos do Jardim Botânico, Plataforma por Monsanto, Plantar Uma Árvore ou Quercus – questiona através de comunicado, ontem divulgado, o papel desempenhado nesta matéria pela Câmara Municipal de Lisboa (CML), pela Junta de Freguesia de Santo António e pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).


 

“Por que razão as placas ajardinadas da Avenida estão abandonadas, os canteiros estão sem flores e as zonas arrelvadas secas? Para quando a plantação de árvores nas dezenas de caldeiras vazias? Porque não se reabrem e plantam árvores nas caldeiras que ao longo dos tempos foram fechadas e substituídas por outros elementos urbanos?”, pergunta a Plataforma, num documento em que a CML, a Junta de Freguesia de Santo António e o ICNF são interrogados com cinco questões concretas.

 

As duas primeiras perguntas que os activistas querem ver respondidas são: “Quais as razões da Câmara Municipal para não designar a Avenida como ‘espaço-verde estruturante’, uma vez que considera como tal o Parque Eduardo VII e Praça Marquês de Pombal?” e “Qual e/ou quais são os planos de emergência elaborados pela CML e pelas Juntas de Freguesia para a protecção do soberbo conjunto de palmeiras existente na Avenida, as quais são vítimas da praga do escaravelho vermelho?”.  

 

Outra das questões que a Plataforma em Defesa das Árvores quer ver respondida pelos serviços da CML prende-se com alegadas podas planeadas pela autarquia para aquela artéria, em particular de plátanos da parte Sul da avenida. “Em recentes reuniões, tem vindo a ser mencionado a estrutura ‘descompensada’ de algumas árvores da Avenida. Poderão os serviços da CML apresentar uma clara definição de ‘descompensado’ e as causas que terão levado a essa descompensação, bem como as práticas que a CML tem defendido para a sua ‘correcção’?”, perguntam. 

 

Por fim, o comunicado interroga as mesmas entidades sobre as razões por que “não tem havido um plano, nem medidas de acompanhamento fitossanitário constantes e não há um corpo de jardineiros exclusivo da Avenida e dos jardins que com ela são fronteiros – Alfredo Keil, Parque Eduardo VII e das avenidas e ruas do Bairro Barata Salgueiro e da Rua Rodrigues Sampaio”.

 

“Nesta artéria da cidade o património edificado e o natural são as faces de uma mesma moeda, conferindo a este espaço a grandiosidade, o carácter singular no conjunto das ruas de Lisboa e uma matriz de unidade que não pode ficar em perigo, por opções estéticas desequilibradas e operações no seu arvoredo extemporâneas e contrárias ao seu ímpar valor”, diz ainda o comunicado.

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