Zona ribeirinha entre Cais do Sodré e Santa Apolónia requalificada até 2017

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Samuel Alemão

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URBANISMO

Cidade de Lisboa

8 Dezembro, 2015


A criação de uma extensa área urbana de qualidade junto ao rio, arrumada, com mais espaços verdes e privilegiando a circulação pedonal, de bicicleta e dos transportes públicos, em detrimento do trânsito automóvel e do estacionamento à superfície. São estas as ideias fundamentais do plano de requalificação do espaço público nas zonas do Cais do Sodré, Corpo Santo e Campo das Cebolas, que custará 18, 2 milhões de euros e ficará concluído na primeira metade de 2017. O ambicioso programa foi apresentado aos jornalistas na manhã desta terça-feira (8 de Dezembro), pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Fernando Medina, e pelos arquitectos responsáveis pelas intervenções, Bruno Soares e Carrilho da Graça.

“É um dos projectos mais emblemáticos e bonitos dos últimos anos na cidade de Lisboa. Trata-se de um projecto de referência, uma das obras que mais marcarão a cidade”, disse Medina, no início do périplo com a comunicação social, no Campo das Cebolas, lugar onde as obras até já começaram, com diversas demolições. A conclusão prevista dos trabalhos nesta frente de obra, orçada em 12 milhões de euros, é Março de 2017. “Será uma praça que pretendemos que seja despretensiosa e acolhedora”, explicou Carrilho da Graça, autor do projecto.

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Já o presidente da autarquia – que salientou a importância simbólica da continuação da missão de “devolução da frente ribeirinha à cidade” iniciada com a inauguração, em 2013, da intervenção na Ribeira das Naus – destacou o facto de, quando as obras estiverem terminadas, tanto no Campo das Cebolas como no Cais do Sodré, no primeiro semestre de 2017, ser possível desfrutar do rio num continuo requalificado entre o Cais de Sodré e Santa Apolónia.

Tal será possível através da ligação entre as diferentes peças que constituem as intervenções em curso e planeadas. Assim, às obras no Campo das Cebolas – da autoria do arquitecto Carrilho da Graça, a qual prevê a construção de um estacionamento subterrâneo, a elevação da cota da praça em 1,2 metros, a arborização da superfície e a criação de equipamentos para as crianças -, seguir-se-á, a montante, o reperfilamento da Avenida Infante Dom Henrique e o arranjo e abertura aos peões da Doca da Marinha – na sequência de um acordo estabelecido entre a câmara e a Marinha. Esta nova área de passeio junto ao Tejo estabelecerá uma ligação com o novo terminal de cruzeiros, que está a ser construído em Santa Apolónia e também é da autoria de Carrilho da Graça.

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Se, a propósito das alterações que agora vão ser feitas no Campo das Cebolas, Fernando Medina disse que “esta praça vai recuperar a sua centralidade e influência” – até porque passará a funcionar como “uma porta de entrada para aqueles que chegam à cidade nos cruzeiros” -, já a propósito da intervenção na zona do Cais do Sodré, o presidente da autarquia destacou a relevância de se mexer numa área importante e sensível da cidade, que funciona como ponto nevrálgico para os transportes públicos. “Vamos conseguir atingir o objectivo de devolver mais espaço público aos peões, junto ao rio, retirando os automóveis. E fazemo-lo numa zona particularmente complicada, um nó em que é difícil intervir”, salientou Medina.

O presidente da CML não se esqueceu ainda de referir que, após terminadas as obras no Cais do Sodré – em Janeiro de 2017 -, será possível aspirar à “recuperação da circulação do eléctrico 24, para fazer uma ligação ao Rato, Amoreiras e Campolide, como desejam muitos lisboetas”. Um dado também salientado por Bruno Soares, o arquitecto que assina o projecto de requalificação desta área, a qual, na realidade, corresponde a uma intervenções simultânea em três praças: Cais do Sodré, Duque da Terceira e do Corpo Santo. Será através deste último largo, aliás, que se passará a desenvolver a circulação do canal dos transportes públicos provenientes da Avenida 24 de Julho, seguindo o mesmo depois para a Rua do Arsenal.

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Também aqui a “receita” é a mesma: dar prioridade aos transportes públicos e à circulação pedonal, afastar a circulação automóvel o mais possível daquela zona, criar mais espaços verdes e privilegiar a relação visual com o rio Tejo. Bruno Soares – que foi o arquitecto responsável pelas novas faces do Terreiro do Paço e da Ribeira das Naus – quer que as pessoas passem a desfrutar do Cais do Sodré e não apenas que por lá passem a correr a caminho de algum sítio, como hoje sucede. O espaço ganho ao automóvel será preenchido com mais espaço público de qualidade: a calçada à portuguesa será restaurada, os candeeiros originais mantidos e, além das árvores existentes, serão ali plantadas mais seis dezenas. O custo total da intervenção no Cais do Sodré e Corpo Santo é de 6,2 milhões de euros.

Durante a realização dos trabalhos de requalificação de toda aquela área, a circulação automóvel conhecerá significativas alterações, com o trânsito a ser desviado.

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