Fecho da estação de Arroios por um ano e meio vai obrigar ao reforço dos autocarros
O reforço na circulação de autocarros no percurso entre Arroios e a Alameda será uma das medidas a adoptar como compensação pelo encerramento da estação de metro de Arroios, a partir de 19 de julho e por um período de um ano e meio. A diligência tem estado a ser trabalhada entre o Metropolitano de Lisboa (ML) e a Carris e faz parte de um plano de contingência que aquela transportadora se encontra a preparar como forma de minimizar o impacto, junto dos utentes, do fecho daquela estação para obras de alargamento do cais e de reabilitação geral, adiantou a O Corvo a administração da empresa. Nesse mesmo dia, as composições da Linha Verde, que assegura a ligação entre Telheiras e Cais do Sodré, passarão a circular pela primeira vez na sua história com seis carruagens, duplicando assim a tipologia actual.
Além do aumento da circulação de autocarros, o plano delineado pelo ML prevê ainda o reajustamento nos horários de circulação de comboios, a “monitorização permanente de forma a dar resposta em tempo real a eventuais necessidades de aumento de oferta e o aumento da comunicação e informação ao cliente”. As obras a começar este verão, orçadas em cerca de 7,5 milhões de euros e que apenas deverão estar prontas no início de 2019, visam aumentar o comprimento do cais dos actuais 70 metros para 105. Algo semelhante ao que havia já sido feito, em 2013, no Areeiro. As reduzidas dimensões de ambas as estações constituíam-se, de facto, como o real motivo técnico pelo qual a actual Linha Verde não podia receber composições de seis carruagens, mas de apenas quatro. Em 2012, porém, e alegando a necessidade de racionalização de meios, o anterior governo determinou a redução para três carruagens.
A retirada de uma carruagem nesta linha, que liga directamente ao Cais do Sodré e serve uma zona densamente povoada, tem causado em comboios quase sempre lotados. Por isso, nos últimos cinco anos, os níveis de conforto caíram de forma drástica. Em Novembro de 2016, questionada por O Corvo sobre os motivos de manter a circular composições com três carruagens e não quatro, a administração do Metropolitano de Lisboa alegava razões técnicas relacionadas com a escassez de material circulante. “A utilização de composições de quatro carruagens exige uma utilização intensiva de carruagens motoras e um elevado subaproveitamento das carruagens não motoras”, dizia a empresa, defendendo que a opção por usar apenas três carruagens tem permitido gerir de forma “mais eficaz e optimizada” os recursos disponíveis.
Aquando da apresentação do Plano de Desenvolvimento Operacional da Rede de Metro, a 8 de maio, ficou a saber-se que o encerramento da estação de Arroios, a 19 de julho, seria acompanhado pela entrada imediata em funcionamento de composições de seis carruagens naquela linha. Nesse dia, O Corvo questionou, novamente, a empresa sobre as alterações que terão motivado esse aumento de capacidade. Na resposta agora recebida, o metro reitera as explicações dadas antes. “Actualmente, a circulação de comboios de quatro carruagens só poderia funcionar com quatro unidades motoras, o que implicaria que as carruagens reboque ficassem sem utilização, situação impensável, uma vez que o ML não dispõe de material circulante em quantidade suficiente que permita a não utilização de carruagens”, dizem. A opção por quatro carruagens, explicam, obrigaria a “retirar circulações das outras linhas em determinados horários, o que iria, por sua vez, diminuir a capacidade de oferta”.
Na mesma resposta escrita, a transportadora pública garante que iniciou, em janeiro de 2017, “um plano de actuação com vista à recuperação progressiva dos níveis de eficiência e da qualidade do serviço de transporte prestado ao cliente, que tem evidenciado melhorias, desde o final do 1º trimestre do corrente ano”. Tal plano terá tido consequências imediatas, explica a administração da empresa, anunciando ter-se registado nesse mês “uma melhoria significativa de 4% no serviço planeado, quando comparado com o mês anterior, apresentando, no referido período, uma taxa de cumprimento de 98,4%”.