Metro diz que usar quatro carruagens na Linha Verde seria “desperdício de meios”
O problema estará, afinal, relacionado com a escassez de carruagens motoras. Reconhecendo a carência de meios materiais, a administração do Metropolitano de Lisboa justifica a utilização de composições de apenas três carruagens na Linha Verde, em detrimento das quatro usadas até 2012, com a necessidade de racionalizar o parque de material circulante.
Em causa estará, de acordo com a resposta escrita enviada a uma questão levantada por O Corvo, a reduzida disponibilidade de unidades com capacidade de locomoção. “A utilização de composições de quatro carruagens exige uma utilização intensiva de carruagens motoras e um elevado subaproveitamento das carruagens não motoras”, alega a transportadora, em nota remetida através da sua agência de comunicação.
“Face às características presentes da rede do Metro de Lisboa, a utilização deste modelo de forma pontual numa única linha origina um desperdício de meios desproporcional ao aumento da capacidade que pode gerar”, afirma a administração da empresa pública, em resposta à seguinte questão d’O Corvo: qual a razão para que, na Linha Verde do metropolitano, circulem composições com três carruagens e não com quatro, que é a capacidade actual da estação de Arroios?
A incapacidade desta infra-estrutura para acolher comboios com seis carruagens tem sido frequentemente mencionada como motivo para o uso de composições reduzidas a três unidades. Razão pela qual, aliás, a estação será encerrada para obras, durante 18 meses, a partir do próximo verão. Terminada a referida intervenção, a estação poderá receber seis carruagens.
Mas tal promessa estará longe de servir como resposta satisfatória aos muitos utentes que, diariamente, se acotovelam para tentar viajar naquela linha. Sobretudo porque se sabe da capacidade de Arroios para acolher composições com quatro carruagens – como acontecia, de resto, até o anterior Governo ter decidido amputar os comboios da ligação entre Telheiras e Cais do Sodré, alegando necessidade de poupanças.
A isso, os dirigentes da empresa pública respondem que “a utilização deste modelo de composições de quatro carruagens em toda a rede do Metro permitiria um aumento da capacidade numa única linha, em detrimento de todas as outras três linhas, o que reduziria muito a capacidade instalada, para além do inerente subaproveitamento excessivo das carruagens não motoras”.
Ainda de acordo com a mesma argumentação dos responsáveis pela gestão do metro, a cargo da Transportes de Lisboa – que também administra a Carris e é chefiada por Tiago Farias, antigo diretor de mobilidade da Câmara Municipal de Lisboa, durante a presidência de António Costa -, “o modelo utilizado atualmente, com composições de três e seis carruagens, permite assim gerir de forma mais eficaz e otimizada os recursos disponíveis”.