Traz um custo associado, sobretudo para os moradores, trabalhadores, comerciantes e demais utilizadores da estação de Arroios. Mas a novidade não pode deixar de ser celebrada pelos passageiros frequentes do metro de Lisboa. A partir desta quarta-feira (19 de julho), a circulação na Linha Verde, que assegura a ligação entre Telheiras e Cais do Sodré, passa a fazer-se com composições de seis carruagens. A duplicação do número de veículos por cada comboio, que acontece no mesmo dia do, há muito planeado, encerramento da estação de Arroios para obras de ampliação e reabilitação – e do qual beneficia directamente -, permite pela primeira vez a circulação de composições com igual número de carruagens em toda a rede. E termina, assim, com o suplício diário de dezenas de milhar de passageiros, sobretudo desde que, em fevereiro 2012, o número de carruagens foi reduzido de quatro para três. Os dias de viajar como sardinha em lata nesta linha parecem ter terminado. A oferta de lugares, por hora, aumenta entre 37% e 128%, garante a transportadora.

 

A mudança é possível devido à desactivação temporária de Arroios, a qual, na sua configuração actual, é a única das 56 estações da rede que não tem capacidade para comportar composições com meia-dúzia de carruagens. Algo que mudará quando a estação reabrir portas, no início de 2019. Os trabalhos têm uma duração prevista de 18 meses e custarão cerca de 7,5 milhões de euros. A intervenção principal consistirá no alargamento do comprimento dos cais de 70 para 105 metros, tal como aconteceu com o Areeiro em 2013, o que permitirá a paragem de comboios com seis carruagens. A estação será ainda melhorada na acessibilidade, passando a estar equipada com meios mecânicos para a ligação entre a superfície e o cais de embarque, mas também em todo o seu funcionamento e no seu aspecto. À imagem do que sucede noutras estações, num dos cais de embarque será colocado uma peça artística, no caso um painel cerâmico de Nikias Skapinakis, intitulado “Cortina Mirabolante”, com 15 metros de extensão e dividido em três secções. Os painéis de Maria Keill nos átrios manter-se-ão.

 

Durante um ano e meio, a utilização da estação da Alameda e dos autocarros da Carris serão alternativas de locomoção para compensar o encerramento de Arroios. Na informação que começou a prestar aos utentes a propósito desta mudança, a administração do Metropolitano de Lisboa está a sugerir a deslocação a pé até à Alameda, da qual a estação de Arroios dista cerca de 400 metros, ou a utilização da rede da Carris. Para além da carreira 708, que faz a ligação entre o Martim Moniz e o Parque das Nações Norte, subindo a Avenida Almirante Reis, foi adicionada à oferta de autocarros a 797, com o percurso prolongado até à Alameda – esta carreia faz a circulação circular Sapadores-Sapadores e antes ia só até à Praça do Chile. Está a ainda a ser sugerida a utilização das carreiras 717 (Praça do Chile–Fetais), 718 (ISEL –Alameda), 720 (Picheleira-Calvário) e 735 (Cais do Sodré-Hospital Santa Maria), que servem a estação da Alameda, bem como das linhas 712 (Est. Sta. Apolónia-Alcântara Mar), 726 (Sapadores-Pontinha Centro) e 730 (Picheleira-Picoas), que servem a estação dos Anjos.

 

De acordo com dados avançados pelo Metropolitano de Lisboa, o aumento de três para seis carruagens na Linha Verde “permitirá um aumento da oferta significativo, em lugares/hora disponíveis: 37% na hora de ponta da manhã; 128% no corpo do dia; 49% na hora de ponta da tarde”. Além disso, será possível “evitar os constrangimentos pontuais que se verificam na hora de ponta da manhã na estação de Cais do Sodré, devido à incapacidade de escoamento dos comboios de três carruagens”. A empresa publica garante que a utilização deste meio de transporte na capital “tem vindo a aumentar consistentemente”. Só na Linha Verde, nos primeiros cinco meses do ano, a procura subiu 8,4%.

 

Texto: Samuel Alemão

 

  • Gustavo Manuel
    Responder

    Finalmente!

  • Hugo Oliveira Vicente
    Responder

    De seis em seis minutos…

  • Filipe Palha
    Responder

    Mais 3 carruagens, menos uma estação…

  • Vítor Carvalho
    Responder

    Ufa… escusamos de correr e perder o comboio porque a carruagem pára lá no fundo do cais!

  • Nuno Taborda
    Responder

    Já não me lembro em que metro foi no estrangeiro , mas havia um aviso sonoro e visual de que para descer nas estações “tal” e “tal” e “tal”, tinham que apanhar as 2 primeiras carruagens (o metro desse lugar tinha conjuntos de 4 carruagens)
    Nunca percebi porque raio aqui nunca foi usado tal procedimento !!

    • Responder

      Em Lisboa, durante muitos anos, isso acontecia nas estações do Parque e Socorro que só tinham capacidade para duas carruagens (os comboios circulavam na altura com 4 carruagens). Também nunca percebi porque agora foi diferente!

    • Samuel Freire
      Responder

      Em Londres, por exemplo

    • Mfa De Mfa
      Responder

      Creio que porque as carruagens a mais ficavam paradas dentro do túnel, o que trazia problemas de segurança

    • Pedro Neto
      Responder

      Ainda me lembro, em Lisboa também era assim, tal como já disseram nestes comentários!

  • Samuel Freire
    Responder

    Se circulasse com 4 já seria bom. É bom lembrar que quem procedeu aos cortes nos serviços de transportes públicos em lisboa ( incluindo o metro) foi a então ministra do ordenamento do território, atual candidata do cds à autarquia. Estas decisões são políticas e é aos políticos que as tomam que devem
    ser coladas para que os cidadãos não esqueçam

  • Sandra Meleiro
    Responder

    Aleluia!

  • Cláudia Caires Sousa
    Responder

    Virgílio Jesus !!

  • João Pedro Franco
    Responder

    Lembrei-me logo de ti Joana!

    • Joana Matoso
      Responder

      Eu percebo que fechar arroios causa transtorno mas as 3 carruagens na verde era só ridículo.

  • Jorge Oliveira
    Responder

    Acontecem tantas coisas quando há eleições!

  • Luís
    Responder

    37% de aumento de oferta com comboios com o dobro das carruagens? Ou seja… redução do número de comboios em 30%, com o correspondente aumento de tempo de espera. Que bom.

  • Ana Rodrigues de Almeida
    Responder

    Obaaaaaa! Parece mentira!

Deixe um comentário.

O Corvo nasce da constatação de que cada vez se produz menos noticiário local. A crise da imprensa tem a ver com esse afastamento dos media relativamente às questões da cidadania quotidiana.

O Corvo pratica jornalismo independente e desvinculado de interesses particulares, sejam eles políticos, religiosos, comerciais ou de qualquer outro género.

Em paralelo, se as tecnologias cada vez mais o permitem, cada vez menos os cidadãos são chamados a pronunciar-se e a intervir na resolução dos problemas que enfrentam.

Gostaríamos de contar com a participação, o apoio e a crítica dos lisboetas que não se sentem indiferentes ao destino da sua cidade.

Samuel Alemão
s.alemao@ocorvo.pt
Director editorial e redacção

Daniel Toledo Monsonís
d.toledo@ocorvo.pt
Director executivo

Sofia Cristino
Redacção

Mário Cameira
Infografías 

Paula Ferreira
Fotografía

Margarita Cardoso de Meneses
Dep. comercial e produção

Catarina Lente
Dep. gráfico & website

Lucas Muller
Redes e análises

ERC: 126586
(Entidade Reguladora Para a Comunicação Social)

O Corvinho do Sítio de Lisboa, Lda
NIF: 514555475
Rua do Loreto, 13, 1º Dto. Lisboa
infocorvo@gmail.com

Fala conosco!

Faça aqui a sua pesquisa