Areeiro de cara lavada e com velhos acessos ao Metro reabertos sexta-feira

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Fernanda Ribeiro

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Areeiro

13 Maio, 2015


A zona da Praça do Areeiro, entre a Avenida João XXI e a Avenida Padre Manuel da Nóbrega, que durante mais de ano e meio esteve ocupada pelo Metropolitano, com um estaleiro de obras abandonado, mostra-se agora de cara lavada.

Os trabalhos, que incluíram a desmontagem do estaleiro, onde havia contentores com restos de materiais de obras e lixos que chamavam a bicharada, foram executados pela Junta de Freguesia do Areeiro, que decidiu avançar com a limpeza e mandou também pintar de verde a antiga zona relvada.

Onde antes havia canteiros com árvores, que foram abatidas por via das obras do Metro, passou a haver um pavimento de cimento, que foi agora pintado de verde, a que alguns já chamam “a zona do subúteo [ jogo de tabuleiro reproduzindo uma partida de futebol ]”.

Felizes ficaram vários comerciantes, entre eles os da Casa Campião, situado na esquina com a Avenida João XXI, para quem esta limpeza veio trazer “mais luz à loja”, antes meio tapada pelos contentores. “Estamos mais visíveis e com melhor ambiente para os clientes. Até entra mais gente”, disse um empregado desta loja de jogos da sorte.

“Está bem melhor agora”, corroboram outros comerciantes da praça, que lamentam, porém, terem sido prejudicados, durante ano e meio, sem que o resultado final fosse alcançado.

Este arranjo parcial foi concluído “há perto de um mês, dois ou três dias antes da saída do António Costa da câmara. Desde então, as pessoas até reparam mais na nossa loja, a Geo2000”, conta Sofia, que há muitos anos trabalha na loja de pedras preciosas e semi-preciosas e assistiu aos oito anos das obras do Metro. “Ontem, aconteceu uma pessoa, que desde há dois anos todos os dias aqui passa em frente, entrar e dizer, ‘ah, só hoje reparei nesta loja!’”, conta.

Embora com carácter “temporário”, como salienta ao Corvo o presidente da junta do Areeiro, Fernando Braancamp, esta pequena obra entusiasmou não só os comerciantes e os moradores da zona, como o próprio Metropolitano de Lisboa, que decidiu reabrir na próxima sexta-feira (15 de Maio) os três acessos que permaneciam fechados desde Outubro de 2013 – um na Praça do Areeiro e os outros dois na Avenida Padre Manuel da Nóbrega.

A notícia foi dada ao Corvo por trabalhadores envolvidos nos trabalhos de reabertura dos acessos ao Metro, segundo os quais o que irá ser feito agora é apenas limpar aquelas bocas do Metropolitano, mesmo que as obras de renovação não tenham ali sido executadas.

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Para os comerciantes da Praça do Areeiro, esta é “uma boa notícia”, porque torna os seus estabelecimentos mais acessíveis a quem ali saia do Metropolitano – algo que já há mais de ano e meio não acontece, o que lhes causou perda de clientes e prejuízos vários.

Mas não deixa de ser “frustrante”, como disse ao Corvo um empregado da Pastelaria Cinderela. “Suportámos as obras aqui e, depois, a suspensão dos trabalhos, o que chamou bicharada a esta zona, mas sempre seria por uma causa. Afinal, nem isso. As obras do Metro nem sequer foram feitas. É frustrante”.

“As obras do Metropolitano na zona do Areeiro eram para durar quatro anos, mas afinal prolongaram-se já por oito anos”, lamenta Sofia, que tem assistido a todo este processo, a partir da Geo2000, um estabelecimento que fica mesmo em frente a uma das saídas do Metro que têm estado bloqueadas.

E tudo isto sem que, em 2015, a empreitada a cargo do Metro tenha sido efectivamente concluída. E sem que os arranjos de superfície tenham sido todos executados. Esse problema levou a que, já em 2013, António Costa, então presidente da câmara e morador na praça, tenha “fugido das obras do Metro no Areeiro” e mudado de casa, como o próprio confessou depois publicamente, numa sessão da assembleia municipal.

“O que fizemos agora foi apenas lavar a cara daquela zona da praça, para a deixar minimamente apresentável. Não quisemos gastar ali muito dinheiro, porque aquilo vai ser intervencionado pelo Metropolitano, que vai repor os arranjos de superfície, tal com ficou acordado com a Câmara Municipal de Lisboa”, disse ao Corvo o autarca do Areeiro, Fernando Braancamp.

O Corvo tentou saber junto do Metropolitano de Lisboa quando irá a transportadora reatar as obras dos arranjos de superfície no Areeiro e o que levou a empresa a reabrir os velhos acessos, mesmo sem que eles tenham sido melhorados. Mas sem êxito.

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