Benfica deverá ter eléctricos rápidos ou autocarros-expresso a ligarem à Baixa

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Samuel Alemão

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6 Fevereiro, 2018

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) está a estudar a criação de um canal dedicado entre Benfica e o centro da cidade, parte do qual através da Estrada de Benfica, para uma utilização exclusiva como local de circulação de linhas de eléctricos rápidos ou de um novo sistema de autocarros-expresso, a explorar pela Carris. O projecto, em avaliação há alguns meses pelos técnicos do pelouro da mobilidade da autarquia, seria assim o primeiro de um conjunto de ligações do género a desenvolver, nos próximos anos, pela transportadora municipalizada em fevereiro de 2017. O seu objectivo será o de garantir o acesso mais rápido entre áreas da cidade consideradas periféricas e diversos pontos estratégicos – permitindo a conexão, por exemplo, com a rede do Metropolitano de Lisboa. A medida fora já incluída no novo plano estratégico da empresa, apresentado em maio do ano passado.

Questionada por O Corvo, a Junta de Freguesia de Benfica admitiu que a Câmara de Lisboa “está a desenvolver uma proposta, que ainda não está fechada e que será posteriormente apresentada à Junta, que a irá analisar”. Trata-se da confirmação da escassa informação avançada por Miguel Gaspar, vereador da mobilidade, no início de janeiro, numa audição perante a comissão especializada de transportes da Assembleia Municipal de Lisboa. Nesse momento, quando interrogado, pela presidente da Junta de Benfica, Inês Drummond (PS), sobre a possibilidade de criação de uma linha de eléctricos rápidos na Estrada de Benfica, o vereador reconhecia que a empresa estava a analisar essa possibilidade ou, adiantou, a da implementação de um sistema de BRT (Bus Rapid Transit) – designação pela qual é também conhecido o serviço de autocarros rápidos em canal dedicado.


O sistema BRT foi criado na cidade brasileira de Curitiba (estado de Paraná), na década de 1970, quando o município era chefiado pelo prefeito Jaime Lerner. A solução surgia para dar resposta à então crescente necessidade de oferta de um transporte colectivo que demonstrasse as mesmas eficácia e rapidez dos tradicionais sistemas de metropolitano pesados, mas fosse muito mais barato na implementação e no funcionamento. Bastou trocar o meio ferroviário pelo rodoviário, mas mantendo a mesma ideia de fiabilidade e de previsibilidade de uma tradicional rede de metro. No BRT, cada linha de autocarro tem, aliás, estações com cais de embarque. O sistema foi copiado, nas últimas quatro décadas, um pouco por todo o mundo. Resta saber se será este o modelo preferido da CML e da Carris para melhorar a sua oferta, ou se a escolha recairá nos eléctricos rápidos, à imagem do 15, que há mais de duas décadas garante a ligação entre Praça da Figueira e Algés.

Contactada por O Corvo, a transportadora preferiu não comentar cenários, remetendo para a CML. No início de Novembro passado, o presidente do conselho de administração da Carris, Tiago Farias, dizia, em entrevista a O Corvo, que a construção de linhas dedicadas de eléctricos rápidos ou de BRT seria uma das apostas da companhia nos próximos anos. O Corvo contactou também o gabinete do vereador Miguel Gaspar, para obter esclarecimentos adicionais sobre este assunto, mas não os conseguiu obter até ao momento da publicação deste artigo.

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