As grades já foram retiradas e a nova ciclovia de Braço de Prata está finalmente a funcionar
Um pequeno passo para a Câmara de Lisboa, mas um grande passo para os ciclistas da capital. Já se circula de bicicleta, e também a pé, na ciclovia e no passeio de calçada situados junto à zona ribeirinha da nova urbanização Jardins de Prata, em Marvila. Menos de 48 horas após a notícia d’O Corvo dando conta dos constrangimentos causados às deslocações velocipédicas naquela zona – onde a via dedicada às bicicletas se encontrava feita há largas semanas, mas se mantinha encerrada -, foram retirados os gradeamentos que obrigavam os ciclistas a circular junto dos camiões TIR saídos do Porto de Lisboa. Entre a noite de terça-feira (4 de Setembro) e a madrugada de quarta-feira, desapareceram as barreiras que impediam que se cruzasse o empreendimento de Braça de Prata desenhado pelo arquitecto Renzo Piano. Já é, por isso, possível pedalar praticamente sem restrições entre Algés e o Parque das Nações, sempre junto ao Tejo.
Isso mesmo pôde constatar O Corvo, a meio da tarde desta quarta-feira (5 de Setembro), junto à rotunda da Praça 25 de Abril, onde, até ao final da tarde de terça-feira, os ciclistas provenientes da Avenida Infante Dom Henrique eram obrigados a um sinuoso percurso pela zona da Matinha, devido ao gradeamento – através do troço final da Avenida Infante Dom Henrique, virando depois à direita pela Rua Fernando Palha, descendo pelas ruas 2 e 3 da Matinha e continuando pela Rua Cintura do Porto de Lisboa, até ao Parque das Nações. Ao fazê-lo, partilhavam a faixa de rodagem com um intenso tráfego rodoviário, sobretudo camiões com contentores, em trânsito de e para o Porto de Lisboa, pondo assim em risco a sua segurança. Tendo sido retiradas as barreiras, veio a liberdade para andar numa ciclovia que há semanas clamava por utilização. E rapidamente os utilizadores se apropriaram da via, nela pedalando com naturalidade, como se já o fizessem há muito. Há dois troços, um junto ao rio e outro que desvia para o troço final da Infante Dom Henrique.
“Nunca tínhamos andado nesta zona, viemos explorar. Nem fazíamos ideia de que isto estava fechado há tento tempo e só abriu agora. Tivemos sorte, parece”, diz António Pimenta, 52 anos, que, acompanhado da sobrinha Rita, 12, vinham do Parque das Nações sob um calor estival suavizado pela brisa ribeirinha. Regressavam agora a Algés, depois de, na parte da manhã, terem realizado o percurso inverso numa hora e 45 minutos. Quem também desconhecia serem estas as primeiras horas de franquia da ciclovia dos Jardins da Prata – entre a qual e a margem do Tejo ainda decorrem os trabalhos de requalificação do espaço público previstos no projecto do empreendimento imobiliário – eram José Miguel e a amiga Daniela Vicente, ambos de 19 anos e utilizadores das bicicletas partilhadas Gira (da EMEL). A fazerem um percurso relativamente curto entre o Parque das Nações e a Rua do Açúcar (Marvila), confessavam-se agradados com tal novidade. Aquela hora, a meio da tarde, era já assinalável o número de ciclistas que por ali passava. Além de uma via dedicada às bicicletas, ganharam também um novo troço de onde podem disfrutar de uma bela vista para o Mar da Palha.
O Corvo sempre a levantar os
problemas e a conseguir as soluções!
O que aconteceu foi que a Massa Crítica de 31 de Agosto abriu as grades e além disso alertaram o presidente Fernando Medina para o facto de se estar a prejudicar tanta gente por causa do estaleiro que já não devia estar ali.
Pois é , mas o 728 continua a dar a voltinha ao Altejo e os camiões TIR continuam a destruir a Av. Infante D. Henrique.
As grades continuam a separar os cidadãos do rio. Aquele estaleiro está parado há vários meses, a beira rio encontra-se separada da ciclovia por grades e taipais. A obra à beira rio está simplesmente parada ou se avança, avança a passo de caracol. Ademais, o percurso da ciclovia junto aos armazéns do Porto, logo a seguir, não tem iluminação à noite, constitui um perigo para a segurança das pessoas.
E acham que esta ciclovia e as zonas verdes é para o “comum dos lisboetas”? Não sejam ingénuos.
Esta zona passou a ser assim para satisfazer o gosto de uma zona pedonal e com vista desafogada dos ricos que compram casas por 2 milhões de euros no empreendimento imobiliário de Braço de Prata.
Os pobrezinhos apenas ganharam por tabela. E não ganham assim tanto, pois nas suas ruas (onde vivem) os buracos e a degradação dos passeios vão continuar. Afinal, não é lá quem moram os abastados que vivem nos “Jardins de Braço de Prata”.
Pobrezinho como és conseguiste finalmente o teu minuto de glória, parabéns.