“O carro é meu, por isso, posso fazer o que bem entender!”

por • 31 Julho, 2015 • Crónica, SlideshowComentários (21)1332

 

Crónica

 

Esta frase, mais ou menos fidedigna ao original, foi-me atirada à cara, há poucas semanas. Isso mesmo. “O carro é meu, por isso, posso fazer o que bem entender!”. E, antes de contar o episódio que esteve na sua origem, posso dizer-vos, desde já, que a apresento não apenas como epítome desta crónica, mas também, e sobretudo, da forma como (ainda) pensa uma parte substancial das pessoas que têm carro no nosso país. O que a equipara a um sinónimo da maneira como se identifica socialmente e age um número significativo de portugueses – temos uma das mais altas taxas de motorização do mundo. O ter automóvel como forma de afirmação de cidadania, pois então. No fundo, a negação do espírito da cidade. E, com isso, Lisboa continua a sofrer. Já lá vamos.

 

É sabido que Portugal, país sempre em difíceis contas com o movimento do tempo, costuma pegar nas tendências e nos desenvolvimentos derivados da evolução tecnológica e com eles estabelecer uma muito peculiar relação, acabando quase por lhes conferir uma identidade própria. Poder-se-á dizer que tal apreciação é válida para quase todas as coisas, em quase todos os cantos do mundo. É verdade, mas só em parte. Há sempre uma subjectividade nascida do nosso olhar que permite estabelecer com o que nos rodeia todo o tipo de associações, comparações, deduções e análises. A mesma subjectividade que leva muitos portugueses, com frequência e quando irritados com algo, a dizerem “isto parece um país de terceiro mundo”. Viaje-se um pouco e descubra-se o que é, de facto, o Terceiro Mundo.

 

É assumidamente investido do mesmo grau de falta de cientificidade na análise que, ao longo dos anos, tenho vindo a construir a muito particular crença que devem haver muito poucos países do chamado mundo desenvolvido – sim, fazemos parte dele, sem dúvida – a nutrir uma tão obsessiva relação com o automóvel, com a excepção tão óbvia e ululante dos Estados Unidos da América – isto apesar de dados recolhidos, nos últimos anos, revelarem que a relação dos norte-americanos com os carros poder estar a passar por um momento baixo. Mais do que sobre estatísticas, falo sobre a impressão de que os portugueses são fanáticos pelo automóvel. Se nos ativermos à Europa ocidental, então essa sensação torna-se ainda mais aguda. Por cá, para muita gente, comprar e ter um automóvel funciona como azimute de uma forma de estar em sociedade.

 

E isso vê-se em todo o tipo de decisões de consumo, de endividamento, de relacionamento familiar e social – com as bem conhecidas consequências ambientais, financeiras ou de saúde pública. O automóvel tem vindo a moldar a nossa sociedade e as nossas cidades, de forma tão profunda e insidiosa, que uma parte substancial das pessoas já nem consegue imaginar como seria o seu quotidiano sem a presença de tal máquina. E isto criou uma ideologia totalitária. Veja-se a indigência de pensamento do nosso jornalismo televisivo, que, à mínima oscilação do mercado de combustíveis fósseis, salta para a estação de serviço mais próxima para auscultar os cidadãos sobre o que acham. E eles, com os seus traseiros confortavelmente sentados, quase sempre dizem qualquer coisa como ‘pois, isto está mal, querem é ficar com o nosso dinheirinho’. Tenho, por isso, e concluindo a tal ideia do parágrafo anterior, vindo a sedimentar como certeza que o maior partido político português é, sem dúvida, o Partido do Automóvel.

 

E tal militância expressa-se das formas mais diversas e com os mais distintos graus de intensidade. Que, às vezes, pode atingir patamares bem elevados. Como o demonstrou de forma bem vívida o indivíduo que me levou a pensar em escrever esta crónica. O episódio passou-se da seguinte forma. Ao passar numa das ruas da zona do Cais do Sodré, numa destas tardes de verão, noto que um homem na casa dos 30 e tal anos se prepara para entrar no seu automóvel, por sinal de alta cilindrada. Quando abre a porta, repara que no pára-brisas está um daqueles folhetos publicitários que é frequente lá serem colocados por alguém. Acto contínuo, pega nele, amachuca-o, atira-o para o chão e entra no carro. Chamo-lhe a atenção para o que fizera. Recebo em resposta, e já com o motor a trabalhar, o tal “O carro é meu, por isso, posso fazer o que bem entender!”.

 

Fiz-lhe ver que estava longe de mim questionar os zelosos registos da Conservatória Automóvel, queria apenas alertá-lo que poderia ter colocado o papel num caixote do lixo ou guardá-lo consigo para o fazer mais tarde. Nada feito. O rapaz estava já montado no seu tanque e na sua insofismável retórica. “Pago os meus impostos sobre o carro, por isso, o carro é meu. Também gostavas que colocassem um papel no teu carro?”, questionou-me. Ainda lhe tentei dizer que o que estava em causa era o civismo da sua atitude e que, no meu caso, não atiraria o papel para o chão.

 

Mas, nada feito, ele lá partiu, sorriso trocista e cheio de certezas. Como é óbvio, este era um indivíduo que estava longe de ser bem educado e, claro, a sua exibição de incivilidade nada teve que ver com ter ou não ter carro. Era, simplesmente, mal-educado. O que me chamou a atenção foi, porém, a sua argumentação. Essa, sim, é que eu acho reveladora do estado de espírito de muita gente, para quem o possuir um veículo automóvel particular lhe confere uma especial prorrogativa de a tudo ter direito.

 

Veja-se a forma como a maior parte das pessoas reage sempre que se coloca a possibilidade da mínima restrição à circulação viária ou à medida que se vai extinguindo o livre estacionamento em Lisboa – um cidade tão martirizada pela omnipresença do automóvel. Tanto que se tornou claramente aceite, por quase todas as classes sociais, hostilizar a EMEL e ironizar (uma forma mais sofisticada de hostilidade) com seus funcionários. Bastaria viajar um pouco pelas nações mais desenvolvidas para perceber como, neste campo – como noutros, aliás -, ainda estamos muito atrasados. Ah, ia-me esquecendo! As últimas estatísticas indicam Portugal como o mercado automóvel que mais cresce em termos percentuais no conjunto da UE28.

 

Texto: Samuel Alemão

 

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21 Responses to “O carro é meu, por isso, posso fazer o que bem entender!”

  1. Tuga News Tuga News diz:

    [O Corvo] “O carro é meu, por isso, posso fazer o que bem entender!” http://t.co/TSxqlLfqWv

  2. Bom há imensas críticas a fazer ao automóvel e aos automobilistas. Também à cultura que os cerca, à nossa dependência de tal relação e a todos os problemas que isso acarreta. No entanto, e isto vindo de um não condutor, a história que serve de base a este conto talvez não tenha a relevância desejada para tão grande retórica ou teoria…

    • O Corvo diz:

      O texto em causa é uma crónica, como está bem identificado. Não um conto. Obrigado.

  3. Manuel diz:

    Caro Samuel,

    Não obstante a extensão do seu texto, dei por mim a pensar que já fiz o mesmo que o energúmeno que descreve (sem nunca ter respondido dessa forma a alguém): deitar o dito papel para o chão.
    Reflectindo um pouco, dou por mim a perceber que todos os dias quase sem excepção, um “senhor vitor” ou um “o gordo das suíças”, como se autodenominam os sucateiros e “compradores” de carros, ou os seus agentes, me colocam os ditos papeis no vidro do carro.
    Se nada de facto justifica sujar a via publica, também as almas mais rectas são vencidas pelo cansaço de uma prática também ela atávica da nossa sociedade, a dita “publicidade” nos pára-brisas dos carros, do qual os cidadãos, independentemente do seu grau de civismo, estão sobejamente fartos.

  4. Maria diz:

    (….o que estava em causa era o civismo da sua atitude …) independentemente de todos os independentes (digo já que não atiro papéis para o chão e até já fui gozada por alguns amigos porque trago um saco de plástico na mala do meu carro onde vou acumulando esses papéis, lenços e etc, até que os deito no caixote do lixo) pergunto. E as empresas que colocam publicidade em propriedade privada sem autorização (porque goste-se ou não, embora esteja numa via publica, não duvidemos que o carro de alguém, é sua propriedade privada) isso é civismo? E quando chove, e esse papel de publicidade, se desfaz aos pedaços, colocando em perigo a condução, porque fica agarrado ao limpa vidros? Isso é o quê? Será que também temos que colocar no vidro do carro, além do selo, seguro e afins, um autocolante a dizer publicidade aqui não? Como nas nossas caixas de correio? Em Lisboa existe esta teoria de que todo condutor é criminoso, mal educado, porco e etc. Acho giro. acho mesmo giro. Condutores subordinem-se a tudo, acatem tudo, e bico calado. Não protestem. Não tem esse direito, tem carro são criminosos. Ponto Final.

    • Luís Marques diz:

      Já reparou que, com essa vitimização automática, está a dar razão ao autor da crónica?

  5. A única resposta válida seria “Sim, mas a rua não é sua.”, mas não sei se os parcos neurónios captariam a réplica!

  6. exacto, o carro é seu mas a rua é de toda a gente.

  7. mal educado e pior ainda a argumentação, mas mostra uma coisa que, tão não-importante como os falsos dealers da baixa, irrita e não deveria ser aceito que são empresas que imprimem estes papéis que “enfeitam” os carros; algumas vezes há nomes, mas sempre há um telefone para contato e não era necessário um gênio para encontrar e multar quem suja a cidade

  8. É indefensável a atitude do dito automobilista e a resposta que dá completamente desadequada. Ainda assim, estranho que para quem elabora um texto algo extenso sobre o assunto, não tenha dedicado nem que fosse um pequeno parágrafo, acerca da origem efectiva do problema, que é quem anda a enfiar panfletos publicitários onde calha, passando para quem tem o azar de receber um na sua propriedade, a obrigação de o colocar em devido sitio. Sendo manifesta o seu desagrado com o transito automóvel no centro da cidade, porventura achará que o papel no pára-brisas é uma espécie de pequeno castigo, para quem teve a ousadia de trazer o carro para local tão inadequado. Talvez um dia quando o centro da cidade estiver vedado aos carros particulares, os ditos distribuidores comecem a enfiar os panfletos nos bolsos dos transeuntes. Se um dia vier que isto lhe aconteça, espero que mantenha a civilidade e coloque o papel no cesto do lixo.

    • Luís Marques diz:

      O problema em questão é o fraco civismo do tuga, creio que é isso que está bem explanado na crónica.

  9. “O carro é meu, por isso, posso fazer o que bem entender!” | O Corvo | sítio de Lisboa http://t.co/qpNYUrL54i

  10. “O carro é meu, por isso, posso fazer o que bem entender!” | O Corvo | sítio de Lisboa http://t.co/mEeT2QlXV0

  11. Gonçalo Peres diz:

    Alguém devia explicar aos donos de automóveis que os impostos que pagam não chegam sequer para compensar os custos e prejuizos que causam, sendo que deviam pagar muito mais. O IUC serve para pagar a poluição do veículo e apenas uma pequena parte (migalha) para a infra-estrutura rodoviária, que na realidade é paga por todos, mesmo quem não tem carro. O ISP também serve para pagar a infra-estrutura (outra migalha) e danos ambientaais. As vida humanas perdidas e feridas com gravidade todos os dias ficarão sempre com o prejuízo. Cidades inseguras e desconfortáveis para peões, crianças e idosos traduzem-se num retrocesso na liberdade e democracia. Isto para não falar da epidemia do sedentarismo e usurpação de grandes áreas de espaço público de qualidade nos centros urbanos.

  12. Falta de civismo. Infelizmente está em todo o lado.
    Em relação à mentalidade portuguesa que dita que o normal é ter carro, como alguém que nem sequer tem a carta, a reacção de quando o digo vai de hilariante a absurda. Mas tenho sempre de dar a mão à palmatória quando me atiram à cara a falta de transportes. É realmente algo que está quase, quase, a convencer-me a arranjar um carro (e a carta, antes, claro).

  13. Bruno Cotrim diz:

    Já me deparei com vários textos de opinião mas pessoalmente é o primeiro que vejo com uma argumentação tão fraca, inclusive utilizando a falta de civismo de um único individuo para justificar a opinião do autor e condenar todo um grupo.

    É certo que o nosso país está socialmente atrasado na relação que tem com o automóvel, tanto na esfera particular como na publica ( seja lido política e legal ). O povo português, naturalmente mercante, valoriza em demasia a propriedade privada e como, com a possível excepção da habitação, o automóvel é o bem de valor mais elevado, é utilizado como um barómetro do nível económico-social. Não tenho a presunção de julgar este comportamento de correcto ou errado.

    Em relação ao argumentado no texto é minha opinião que é escrito por quem é incapaz de compreender uma posição diferente da sua própria. Não obstante da quantidade de automóveis existentes em Portugal, que só por si pouca informação nos transmite, o argumento de que o mercado está atualmente a crescer de forma percentual, não favorece de forma alguma o argumento, pouca mais informação pode retirar do que, possivelmente existe um crescimento da economia portuguesa e com ele um aumento no consumo privado.

    Não sei, quais são as “economias desenvolvidas” a que se refere o autor, no entanto existem várias razões para percecionada necessidade de adquirir um automóvel para o cidadão português.
    Em Lisboa a cidade mais desenvolvida na área dos transportes públicos apesar de que já bastante satisfatórios requerem estar disposto a sacrificar para alem do comodismo, a segurança e o tempo. Em termos económico-financeiros só no momento em que se inclui os custos com a “extraordinária” EMEL é que possivelmente se torna viável. ( Isto devido ao elevado custo financeiro da utilização dos transportes públicos )
    O tempo que possivelmente para o autor não é um factor critico, é para muitos outros, pois para quem vive na área interior da cidade e os transportes públicos abundam a diferença é pequena, mas para muitos outros a diferença é bastante mais significativa. Vivendo na era da informação, o que a maioria das pessoas tem dificuldade é na gestão de tempo, potenciando o valor do tempo, muitas vezes até o tornando superior ao valor financeiro.

    Apesar de até eu gostar da ideia idílica da utilização de bicicletas, para alem de requerer uma proximidade mínima com o destino que queremos alcançar, existe um problema especifico a Portugal, que é a nossa paisagem muito mais acidentada do que a grande maioria da Europa e outros “países desenvolvidos”.

    O único argumento que o autor poderia utilizar é sem duvida, o custo ambiental da utilização do automóvel particular, não sendo possível justificar, dificilmente se pode condenar, a maioria da poluição não é originária do automóvel mas da produção de energia elétrica, será que para proteger o ambiente devemos todos voltar a utilizar meios arcaicos de iluminação e desistir de todos os confortos modernos de que gozamos ou devemos passar a viver todos em áreas comuns para reduzir a quantidade de energia despendida?
    Não é de forma alguma minha intenção equiparar a importância da utilização do automóvel com a importância que tem a energia elétrica, no entanto em ambas as situações advêm do “comodismo” humano e da melhoria da qualidade de vida.

    Por fim argumento, o povo português tem um dos níveis de vida mais baixos da Europa, ( ou seja o que nos é possível comprar com o nosso vencimento ) uma das taxações mais elevadas da Europa na importação e registo automóvel ( inclusivamente taxações ilegais de dupla tributação, condenadas pela União Europeia ) e uma das taxações mais elevadas nos combustíveis fósseis, no entanto isto não indefere a necessidade percecionada pelo português de adquirir um automóvel. Porquê?

    • Luís Marques diz:

      Dou lhe os parabéns pela sua argumentação, vê se que pensou no assunto e organizou as suas opiniões. Contudo, parece me que também padece de uma característica citada pelo autor da crónica, que é basear as suas opiniões num modo de vida totalmente formatado ao automóvel (como a maior parte da realidade portuguesa) e sem dar credibilidade às alternativas, ou à absoluta necessidade de as desenvolver.

  14. “O carro é meu, por isso, posso fazer o que bem entender!” http://t.co/xZMgxOlyr1 #pobreza #labreguice

  15. o lixo nao e meu diz:

    O problema é que o papel não é do proprietário do automóvel. Vejamos este exemplo:

    O Samuel tem uma vivenda. Certo dia, pela manhã, vai a sair de casa e alguém lhe despejou um monte de lixo no seu jardim. Passou o lixo a ser do Samuel? É da responsabilidade do Samuel deitar o lixo no sítio próprio? Pode/Deve um inspector multar o Samuel por ter lixo no seu jardim, alegando questões de salubridade pública?

    Eu por um lado acho que a obrigação do cidadão é mesmo colocar o papel no chão. Devia ser proibido colocar publicidade nos carros. Se toda a gente tratar de colocar o papel no lixo este problema nunca vai ser endereçado, pois torna-se um não problema.

  16. Francisco Madeira diz:

    Por norma não atiro papeis para o chão, exceptuando os que aqui são referidos na peça e faço-o com convicção!

    O código da estrada proíbe anúncios de transacção ostentados nos automóveis nos seus artigos 50 e 163 quando os mesmos estão estacionados em parques públicos, no qual este comportamento por parte dos sucateiros é vulgarmente ignorado pelas autoridades.

    Sei por informação particular que este tipo de lixo encontrado no dia a dia das nossas cidades é frequentemente analisado no sentido de criar legislação para colmatar o procedimento comum de muitos cidadãos (se são talões, embrulhos ou beatas) e também criando medias suplementares como a colocação de caixotes nos locais onde mais incide.

    É essa mesma a razão para o qual atiro os anúncios dos sucateiros para o chão. Se começar a ser frequente os responsáveis passarão a ter informação deste “acto de cidadania” e acentuarão o cumprimento da lei como eu espero que o façam um dia… Bem que é deplorável mas é a forma mais directa de se entender fazer uma queixa alem de ficar “marcado” passarei muitos dias a prestar declarações e no final muitos se rirão por ter sido “picuinhas”.

  17. Joao diz:

    Não deixa de ser verdade, a relação do português com o seu automovel, não deixa de ser comovente a maior falta de respeito, civismo, por ai fora que cada vez mais se verifica, mas para termos menos automoveis, temos de ter melhores transportes publicos, que têm de ser rentáveis, um minimo, e eu tive de me mudar para lisboa para saber o que era transportes publicos!, e depois podemos ver a questão de outras formas, dispersão da população, fracos planos de ordenamento do território que têm em vista outros principios que não o transporte publico, que cada vez mais é privado, colocando uma pressão desmedida na compra de carros.
    Depois temos o civismo, temos diversos exemplos por ai espalhados, e lisboa é um exemplo para mim, por vejo tanto excremento de animal doméstico nessas ruas, mas o mais chocante para mim continua a ser o chico-espertismo português nas suas mais diversas formas, e a da publicidade não solicitada é absolutamente gritante. Mas nisto tudo, temos todos de remar para o mesmo lado, que é…??? Ai está a questão…A pessoa jogou lixo no chão, como um crime? É passivel de multa? Mas porque o autor do texto não chamou as autoridades competentes? Do meu ponto de vista tanto quem atirou o papel como quem fez essa observação foram ambos pouco civilizados, ou nã0?