Fim de estação no Parque de Campismo de Monsanto
O Parque Municipal de Campismo de Monsanto foi construído em 1960, em pleno Parque Florestal de Monsanto, um dos mais antigos espaços verdes da capital, criado em 1934, pelo então ministro das Obras Públicas, Duarte Pacheco. Ocupa uma área arborizada com cerca de quarenta hectares num terreno camarário, na freguesia de Benfica, e inclui a Quinta dos Paulos junto à zona comercial de Alfragide.
O Parque de Campismo de Lisboa nasce de uma tendência crescente na Europa pela procura do bem estar no meio da natureza. O auge do parque aconteceu entre os anos 60 e meados dos anos 70, quando era frequentado sobretudo por famílias portuguesas que acampavam em tendas ou rulotes e ali encontravam uma nova proposta para passar umas férias descontraídas.
Com as transformações socais, o conceito de férias dos portugueses começou a mudar. Após o 25 de Abril, o parque serviu para acolher temporariamente retornados das ex colónias, que acabariam por ficar duas décadas até ao processo de despejo ficar concluído.
Nos anos 90, arrancam as grandes obras de recuperação dos espaços e renovação das infra-estruturas a tempo da abertura da Expo 98. É então que a Câmara Municipal de Lisboa estabelece um protocolo com a Associação de Turismo de Lisboa para a gestão do parque, que, por sua vez, concessiona à empresa Ar Puro Campings, que a detém.
Devido à sua localização, a cinco quilómetros do centro da capital, provavelmente caso único na Europa, o Lisboa Camping, actual designação, é o destino de campistas e caravanistas. Cerca de 90% dos quais são estrangeiros—sobretudo alemães, franceses e holandeses – que vêm de visita à cidade. As caravanas e autocaravanas, estacionadas em “alvéolos”, dominam o pinhal em qualquer altura do ano. Os portugueses preferem os bungalows para passar férias no verão e, na mata reservada ao “acampamento livre”, as tendas assentam estacas, principalmente nos meses de Julho e Agosto.
A consciência ambientalista faz do ecoturismo – que tem como principal motivação a observação e a apreciação da natureza, contribuindo assim para a sua preservação – o segmento turístico que, proporcionalmente, mais cresce no mundo.
Com o ruído constante dos carros que circulam na A5, CRIL, IC17, IC19 e nos acessos da Ponte 25 de Abril o Parque Municipal de Campismo de Monsanto deixou há muito tempo de ser o destino do turismo natureza, para passar a ser um refúgio conveniente na periferia. O Corvo foi até lá, para testemunhar mais um fim de temporada estival.