Bairro da Madragoa vai receber mostra de filmes familiares entre 13 e 15 de Outubro  

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Sofia Cristino

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CULTURA

Estrela

3 Outubro, 2017

O bairro típico, situado na freguesia da Estrela, será o palco da 2ª Mostra de Filmes de Arquivos Familiares. Num dos mais antigos núcleos habitacionais da cidade de Lisboa, estabelecer-se-á um percurso entre televisores espalhados pelo espaço público, onde serão projectadas imagens de famílias do bairro. Mas haverá também lugar a conversas com os moradores. Uma iniciativa a querer demonstrar aos lisboetas a importância de conhecerem a história das suas origens ou, sendo de fora, da localidade onde habitam. Na edição deste ano, haverá ainda lugar para a realização de performances, privilegiando-se, para além das projecções cinematográficas caseiras, as artes da representação e da dança.

Ao longo de três dias consecutivos, entre 13 e 15 de outubro, o bairro da Madragoa vai receber a TRAÇA – 2ª Mostra de Filmes de Arquivos Familiares, organizada pela Videoteca do Arquivo Municipal de Lisboa. A escolha de um dos bairros berço da cidade de Lisboa para a segunda edição da mostra de filmes não foi aleatória, explica a O Corvo Fátima Tomé, da organização.“Depois da Traça ter sido acolhida pelo bairro do Castelo durante a 1ª edição, nesta apontámos para ocidente, para o bairro da Madragoa”, afirma. A iniciativa, que reúne cinema amador e familiar, “será uma espécie de construção de um enorme mapa imaginário da cidade, desenhado com as memórias dos seus moradores e feito a pensar neles”, explica ainda a responsável.

Depois da primeira edição, realizada no bairro do Castelo, em 2015, a grande novidade da mostra deste ano, além da mudança de cenário, é a integração de performances no seu programa. “Na primeira edição, só convidamos cineastas e, agora, decidimos apostar nas artes performativas, porque achamos curioso, nesta zona, existirem várias estruturas relacionadas com as artes performativas, como o Pólo das Gaivotas, o Alkantra, que é o nosso parceiro de viagem, o Cão Solteiro, Teatro Praga, Materiais Diversos, a Cossul”, afirma.


 

Nesta edição, existirá ainda um percurso com televisores, onde serão projectadas imagens e memórias de famílias dos habitantes do bairro da Madragoa, numa tentativa de aproximar os lisboetas às suas origens, numa construção da memória da capital. O percurso servirá, assim, de certa forma, como complemento às performances e às exibições. As performances foram criadas a partir de filmes de família e consistirão em peças de teatro e de dança. Um dos aliciantes do programa passa também por encontros e conversas com os residentes da Madragoa.

Com entrada livre, mas limitada à lotação dos espaços, ao longo de três dias, a mostra inclui no seu programa conversas, performances, encontros e percursos com moradores e projeções de filmes de família dos habitantes da Madragoa e da restante cidade. As actividades terão lugar em sítios como o Regimento de Sapadores de Bombeiro, Guilherme Cossoul, Centro Comunitário da Madragoa ,Esperança Atlético Clube, Museu da Marioneta, Instituto Hidrográfico, Vendedores de Jornais Futebol Clube, Espaço Alkantara, Torrefação Flor da Selva, Palácio do Machadinho ou o Lavadouro das Francesinhas.

O Arquivo Municipal de Lisboa tem, neste momento, disponíveis 100 horas de filmes de família que vai recebendo, ao longo do ano, através da angariação de filmes. Nesta mostra, haverá três filmes de autores da Madragoa. Fátima Tomé salienta que a maioria dos filmes recebidos são de pessoas residentes em Lisboa. A TRAÇA, explica a responsável, apareceu, em parte, para identificar as pessoas a quem pertenciam as digitalizações de filmes de família que foram sendo acumuladas na Videoteca antes de esta ser integrada no Arquivo Municipal de Lisboa, em 2011.

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O Arquivo recebe películas de várias partes do país e do mundo, sendo a maioria proveniente de ex-colónias, como Angola e Moçambique. “Independentemente de onde é feito o filme, o importante é que há sempre uma temática transversal nestes filmes, como, por exemplo, as férias em família”, garante Fátima Tomé. “Há, também, muitos filmes de origem desconhecida. É difícil encontrar o paradeiro destas pessoas, mas gostávamos”, confessa, ainda.

Nesta edição, que conta com a colaboração do Alkantara e da Junta de Freguesia da Estrela, haverá ainda espaço para debates e conversas sobre os filmes, que serão comentados por Maria Filomena Molder e Daniel Jonas. No domingo, 15 de Outubro, as exibições de sexta-feira e de sábado serão repetidas. Nas performances, é necessário levantar a senha, no local da sessão, 30 minutos antes do início.

Haverá espaço, ainda, para a Tracinha, um momento em que serão exibidos dois filmes desenvolvidos por estudantes do 4º ano do 1.º Ciclo da Escola Básica nº72 de Lisboa, no âmbito de uma oficina de imagem e som.

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