Falhas na Gare do Arco do Cego atrasam pólo do IST e novo quartel dos bombeiros
O mau estado de conservação das fundações da antiga gare de eléctricos do Arco do Cego, construída em 1904 e que albergou aqueles veículos da Carris até 1996, causou um atraso substancial na conversão do edifício no novo espaço de aprendizagem multifuncional do Instituto Superior Técnico (IST) e ainda num posto de socorro avançado (PSA) do Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB) de Lisboa – além de um espaço de acesso público, com cafetaria e lojas.
O projecto foi anunciado a 6 de abril de 2015, durante uma cerimónia realizada no auditório do Técnico, naquele que foi o último acto público de António Costa enquanto presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML). Nessa altura, estimava-se que o Técnico Learning Center, que acolherá valências lectivas e não lectivas e funcionará 24 horas por dia, bem como o novo quartel dos bombeiros estivessem operacionais até ao fim de 2016. Sugiram, porém, imprevistos técnicos e, por causa disso, as projecções apresentadas há dois anos e meio não passam disso mesmo.
Em resposta escrita a perguntas feitas por O Corvo, o IST admitiu o deslizar dos prazos na abertura do seu Learning Center e explicou as razões de tal situação. “O início da obra do Arco do Cego sofreu um atraso importante, essencialmente porque se teve de refazer o projecto, numa altura em que estava já praticamente finalizado. Esta necessidade decorreu, essencialmente, do estado em que se vieram a encontrar as fundações existentes, o que obrigou a alterar a técnica de reabilitação da estrutura metálica e a refazer igualmente outros elementos relevantes do projecto”, explica.
“Neste momento, estando o projecto finalizado, estão a ser obtidas autorizações superiores para lançar o concurso de empreitada, o que deverá ocorrer antes do final do ano”, acrescenta a mesma fonte do gabinete de comunicação da instituição de ensino superior.
Antes, há cerca de duas semanas, o presidente da Junta de Freguesia das Avenidas Novas, havia dito a O Corvo que não recebeu qualquer informação adicional relativa ao projecto em causa, para além da anunciada na referida intervenção e apresentação feita em 2015. Daniel Gonçalves (PSD) garantiu, depois disso, questionara já a Câmara Municipal de Lisboa sobre esta matéria, mas que não recebera qualquer informação. O Corvo questionou também a câmara sobre o mesmo assunto, há aproximadamente duas semanas, mas não obteve, até ao momento, qualquer esclarecimento.
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Projecção do interior do futuro IST Learning Center, apresentada em abril de 2015.
O desejado centro de actividades académicas do Técnico, anunciado há mais de dois anos, deverá acolher valências lectivas e não lectivas. Na altura da apresentação, explicou-se que teria como missão “dar uma melhor resposta ao actual paradigma educativo, centrado no papel activo do aluno no processo de ensino-aprendizagem”.
O projecto foi concebido por elementos do próprio instituto e a ambição definida para a infraestrutura é que venha a estar “fortemente ancorada nos espaços de aprendizagem activa, que tenham capacidade de potenciar as relações entre o conhecimento, os estudantes e o mundo profissional e empreendedor”. Algo possível através de espaços “atractivos, flexíveis, multifuncionais, seguros, acessíveis e inclusivos” e fazendo uso de “soluções duradouras e resistentes ao uso continuado do ponto de vista construtivo e sustentáveis do ponto de vista ambiental”.
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Na última década, o edifício tem funcionado como estacionamento pago.
O novo pólo universitário partilhará espaço com o posto de socorro avançado (PSA) dos bombeiros Sapadores – para onde será transferido o efectivo agora instalado no quartel da Avenida Defensores de Chaves – os 3.350 metros quadrados ocupados pelo actual edifício – que funcionou como estação de autocarros de longo curso até 2004, tendo desde então passado ao actual uso como parque automóvel.
O investimento total da obra será de 3,3 milhões de euros, na sua maior parte suportados por fundos do novo quadro comunitário Europa 2020. O projecto resulta do acordo de princípio entre a CML e o IST, para a cedência a este do direito de superfície do edifício da gare, firmado em 2011. Sob as arcadas do edifício funcionará ainda o espaço Hotspot, local de acesso público, terá recepção, átrio, cafetaria, lounge e lojas.
Infelizmente neste pais deixa-se degradar os Edifícios, para depois se vender o terreno ao desbarato ou para fazerem obras e encher os bolsos a alguns!
e o jardim??? alguém sabe o que se passa ou (na pior das hipóteses) passará?
Jardim de Inerno é que era, a deixar a descobeto o pé direito.
Excelente ideia !