Vai nascer uma nova praça, com jardim, em frente ao Cemitério do Alto de São João

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Samuel Alemão

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URBANISMO

Penha de França

14 Junho, 2017


Uma nova área de convivência e estadia, mais amiga dos peões e das bicicletas, bem como maiores espaços verdes. De forma resumida, pode definir-se assim a fórmula que, à imagem do que tem acontecido nas intervenções feitas noutras zonas da cidade, no âmbito do programa Uma Praça em Cada Bairro, será aplicada na Parada do Alto de São João, na Penha de França. A intervenção proposta pela Câmara Municipal de Lisboa (CML), e cujos planos foram dados a conhecer à população na semana passada, apenas deverá arrancar após 2017.

Mas as imagens agora divulgadas deixam adivinhar, desde já, uma revolução no espaço público numa área que, até agora, tem funcionado sobretudo como um grande parque de estacionamento em frente ao Cemitério do Alto de São João. Quando a intervenção estiver concluída, os automóveis deixarão de ser os principais protagonistas do que se pretende venha a ser uma nova centralidade naquela área da cidade. E isto, garante o estudo que sustenta o projecto de requalificação avançado pela autarquia, sem reduzir o número de lugares de estacionamento. Na verdade, até deverão aumentar um pouco.

Vai nascer uma nova praça, com jardim, em frente ao Cemitério do Alto de São João

Ao alargamento dos passeios, à introdução de mais vegetação e ao aumento dos espaços verdes, com mais sombras no espaço público, juntar-se-á o ordenamento da circulação e do parqueamento automóvel – passando este a ser efectuado em dois anéis daquela praça, um interior e outro exterior, que oferecerão 234 lugares, por oposição aos actuais 217. A construção de um silo automóvel estará também a ser considerada. A grande mudança promovida por este obra – que custará 800 mil euros e durará seis meses a executar – sucederá, porém, no centro da semi-circunferência pensada para ser um local de desfiles militares – o que, aliás, justifica a sua toponímia, Parada do Alto de São João.

Sem extinguir a possibilidade de tal uso, nascerá ali uma ampla área de circulação pedonal e estadia, à qual será conferida maior atractividade através da instalação de um quiosque de comidas e bebidas. Ao lado, haverá ainda lugar para um parque infantil. Para além disso, e com objectivo de promover a ligação pedonal entre a parada e o cemitério e também a acalmia de trânsito, suprimir-se-á uma das faixas de rodagem, no sentido Rua Morais Soares-Avenida Afonso III. Sobrará aí uma faixa dedicada aos transportes públicos, passando a restante circulação a ser feita em torno do largo. Como noutros locais sujeitos a intervenções similares, optar-se-á pela construção de passeios rebaixados, com pavimentos mais suaves ao andar e passadeiras mais amplas.

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COMENTÁRIOS

  • Isabel
    Responder

    Já se percebeu que esta fúria renovadora pretende reduzir o trânsito automóvel, a coberto do argumento da criação de “áreas de circulação pedonal e de estadia”. Acontece, porém, que os lisboetas se deslocam e o trânsito está cada vez mais caótico na cidade. Antes de desatar a fazer novas praças, deveria a Câmara acertar-se com o Governo para melhorar os transportes públicos de Lisboa e a criação de parques de estacionamento nas entradas da cidade.

      • Fernando
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        A Isabel referiu-se aos Lisboetas e não às pessoas que vêm de fora. Só fazem obras de fachada e de embelezamento e não fazem nada que melhore a habitabilidade da cidade e a qualidade de vida das pessoas. Os parques de estacionamento à entrada da cidade não funcionam se não houver depois capacidade para escoar as pessoas, e parece-me óbvio que não há.

      • diogo
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        Que absurdo foda-se! Agora não tenho direito a ter o meu carro? Não tenho passe, vou de bicicleta para o trabalho. e Agora? fdx

    • Filipe Teixeira
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      o transito é o que é porque pessoas como a Isabel continuam a insistir em se transportar apenas a elas próprias em latas de tonelada e meia em pleno centro de uma capital europeia. quando algumas cidades da europa já discutem sobre banir os automóveis a gasolina, alguns por aqui ainda acham que o futuro da mobilidade passa por manter o automóvel como a vaca-sagrada da sociedade.

      • Luis Gomes
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        Há pessoas que precisam do automóvel para trabalhar, não estão sentadas atrás de uma secretária…

  • Gustavo Manuel
    Responder

    Então e a foz do rio Trancão no Parque das Nações?

    • desiderio
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      O que é que tem?

  • Gomes Gomes
    Responder

    é melhor não comentar!

  • Marco Oliveira
    Responder

    Marian Calvo

  • Simão Pedro Guedes
    Responder

    Logo agora que estamos a três meses e meio das eleições autárquicas!

  • Jacques Le Brun
    Responder

    ca a l’air top, Voilà un bel endroit pour faire un diner 🙂

  • Adélia Brito
    Responder

    Deve ser para porem lá vendedores ambulantes ilegais com fartura nos Finados.

  • Catarina Gonzaga
    Responder

    Carina Paquete, próximo da nossa nova casa

  • Jorge
    Responder

    Excelente! Lisboa cada vez mais verde, acessível e usufruível!

    Obrigado ao José Sá Fernandes e ao restante executivo!

    O tempo dos logradouros e dos pequenos espaços públicos da cidade de Lisboa estarem constantemente apinhados e transformados em autênticos parques de estacionamento, já era..

    • Luis morador B Lopes
      Responder

      Não deve morar perto com certeza, os moradores assim perdem lugares de estacionamento que já é pouco, as obras que estão a decorrer no bairro roubam 1 terço dos lugares de estacionamento

      • Filipe Teixeira
        Responder

        Essa zona também sempre teve excesso de estacionamento, muitas vezes nessas ruas os automóveis chegam a ocupar metade dos passeios. É vergonhoso!!

  • André Afonso
    Responder

    Se ficar assim, é realmente incrível. A zona precisava de local agradável como este para estar.

  • Jorge
    Responder

    Esta alteração teria vantagens se fosse acompanhada de um parque de estacionamento subterrâneo, como se fez há uns anos no Campo Mártires da Pátria.
    Retiravam-se os automóveis da superfície e ganhava-se espaço público, sem prejudicar moradores e comerciantes.
    Uma cidade deve ser gerida de forma equilibrada, tendo em atenção os diferentes interesses.

    • Pedro Alves
      Responder

      Exactamente!

  • Pedro Alves
    Responder

    Aquela obra só faz sentido com um parque de estacionamento subterrâneo.

  • Maria João Cabral
    Responder

    Muito mau. Esperem até ao primeiro enterro em que os carros não tenham sítio para parar e acompanhar os mortos…. Já para não falar dos moradores que perdem estacionamento e zona verde. Lamentável.

  • Fernando
    Responder

    Já pensaram em ouvir os moradores antes de fazer as obras?

  • João Ferreira
    Responder

    Infelizmente é a realidade que temos só se trabalha para o turismo, os residentes, os que pagam IMI,taxas á EMEL, IUC que em Lisboa não é tão pouco assim, somos os verdadeiros prejudicados com a falta de estacionamento e transportes, pois é ver apartir das 21h quase que se evaporam, não cumprem horarios, suprimem carreiras, quando hoje em dia cada vez mais se trabalha em amplitudes maiores de horários, mas para estes senhores é fácil falar em reduzir transito e estacionamento pois podiam utilizar os transportes como fazem noutras cidades europeias, mas não, é ver em todas as juntas e serviços da cml os lugares reservados e já para não falar no parque da Praça do município onde oe lugares reservados são às dezenas. Como diz o ditado: “Assim prega frei Tomás, faz o que ele diz, e não olhes ao que ele faz”

  • Osvaldo Medina
    Responder

    Como morador na rua Lopes( desde 2007) adorava que me explicassem como é que o nºde lugares de estacionamento vai aumentar? Há um parque subterrâneo? Tem que haver um equilíbrio entre o melhoramento da cidade e a utilização de quem paga impostos e habita o local, sabendo nós que este bairro é eminentemente de habitação. O parque que existe hoje tanto serve os habitantes , à noite, como serve a quem vem a funerais durante o dia. Outra coisa que tem que ser melhorada são os transportes públicos. Dois autocarros só( por vezes muito espaçados), não chegam para uma população que tem aumentado nos últimos anos.

  • Julio Gonçalves
    Responder

    Vejo aqui alguns comentários que mostram que desconhecem a principal alteração que se vai registar. É que até aqui o estacionamento não era pago e servia principalmente as pessoas que necessitavam de ir ao cemitério, ou a acompanhar funerais ou a visitar as sepulturas dos ente queridos. Agora vai ser transformado em mais um parque pago. Tudo o que esta câmara tem feito só serve para sacar dinheiro aos lisboetas. Jardim para convívio, junto a um cemitério? Parada para desfiles militares? como na Parada dos Prazeres?

  • Alguem descontente
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    deviam ter vergonha na cara. Os moradores que se lixem. Aquelas obras miseráveis que andam a fazer só servem para tirar nos cruzamentos nas ruas, pois até hoje nao houve um unico atropelamento no bairro. Tirarem o parque existe no meio para quê? para ir ver passear ao pé dos mortos, ou só para sacar multas quando a EMEL vier aqui parar? E os espaços verdes? São para ficarem cheios de relva seca como os que atualmente ali existem? E se quiser convidar um amigo para vir a minha casa jantar. Tem de por o carro a 2 km e chamar um táxi? Em vez de virem com merdas verdes e quiosques em sitios que não interessam ao diabo deviam era de pensar nos reais problemas dos moradores. Não há metro! Não há autocarros, buracos nas estradas e o estacionamento, esse nem se fala. Não é a tirar lugares que se resolve, numa zona onde nem existem garagens. Ganhem a puta da vergonha e façam alguma coisa realmente útil. Vão todos cagar cambada de ratos de escritório e saiam à rua para ver os problemas reais. Não aqueles que pensam que existem.

  • Luis morador B Lopes
    Responder

    Infeliz a ideia de alguém na CML de fazer obras nos passeios e estacionamento do Bairro Lopes, um terço dos lugares de estacionamento vão deixar de existir e pelo que vejo até o parque de estacionamento em frente ao cemitério vai deixar de existir, onde vamos nós moradores estacionar? agora já é difícil depois das obras mais difícil será.

  • Rodrigo Cunha
    Responder

    A ideia de suprimir vias de trânsito na avenida parece-me absurda porque força o trânsito a contornar uma praça atualmente sossegada estragando esse sossego. Coitados dos moradores que vão ter de aturar o barulho! Era mais lógico eliminar totalmente a circulação em torno da praça unindo a zona central ao miradouro, o que tornaria um local sossegado em ainda mais sossegado e aprazível. Quem quer ir ao cemitério pode sempre atravessar a avenida, onde nem há muito trânsito e há semáforos com tempo de sobra para atravessar.

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