Expo 98
20 anos, 20 ícones
A ideia nasceu à mesa do Martinho da Arcada, num almoço entre António Mega Ferreira e Vasco Graça Moura. Corria o ano de 1989 e esse foi o ponto de partida para a última exposição internacional do século XX, que arrancou a 22 de Maio e terminou a 30 de Setembro. Sob o mote “Os oceanos: um património para o futuro", a Expo 98 levou a cabo, na zona oriental, a maior operação de reconversão urbanística alguma vez ocorrida em Portugal. O que há 20 anos era um lugar ocupado por armazéns, contentores, sucata e indústrias poluentes, transformou-se numa “cidade”, cuja ambição era ser o modelo para todas as outras.
Área
O recinto da Expo 98 tinha 70 hectares, incluindo uma frente ribeirinha com uma extensão de dois quilómetros, em redor da antiga Doca dos Olivais.
Gil (mascote)
Concebida pelo pintor António Modesto e pelo escultor Artur Moreira, foi selecionada de entre 309 projectos. O nome, escolhido através de um concurso que envolveu escolas de todo o país, evoca o navegador português Gil Eanes.
Logotipo
Augusto Tavares Dias, então director criativo de uma agência de publicidade, foi o autor do logotipo da Expo 98. Nele, estão representados o sol e o mar.
Países participantes
140 países dos cinco continentes participaram na exposição internacional de Lisboa: África (35), América (33), Ásia (25), Europa (39) e Oceânia (8).
Bilhetes
Os preços variaram entre
5000$ (25€) para um dia e
12.500$ (62,35€) para três dias. Outras opções incluíam entradas de
2.500$ (12,50€) para permanecer apenas durante a noite e
50000$ (250€) por três meses.
Visitantes
Cerca de 10 milhões. As previsões iniciais apontavam para 15 milhões. Na última noite, entraram cerca de 215 mil pessoas.
Pavilhão de Portugal
O edifício foi projectado por Siza Vieira para acolher a representação portuguesa. Esteve sem uso até ser entregue à Universidade de Lisboa, em 2015.
Pavilhão do Futuro
Acolheu a exposição "O Futuro dos Oceanos", tendo como principais atracções um filme a três dimensões e uma descida ao fundo dos oceanos numa passadeira em espiral. Em 2006, passou a ser utilizado pelo Casino de Lisboa.
Pavilhão da Utopia / Pavilhão Atlântico
/ Altice Arena
Exibiu o show multimédia “Oceanos e Utopias”. Hoje, chama-se Altice Arena e é a maior sala de espectáculos do país, com capacidade para 20 mil pessoas.
Pavilhão do Conhecimento dos Mares
Foi concebido para apresentar a relação entre o Homem e o Oceano. Terminada a Expo, passou a designar-se Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva, tornando-se num museu interactivo para crianças e adultos.
Pavilhão dos Oceanos (Oceanário)
Era o maior aquário da Europa quando foi inaugurado. Hoje, é o segundo maior, com mais de 15 mil animais e 450 espécies de plantas.
Teleférico
Funcionou todos os dias das 9h00 às 3h00, com uma paragem de 15 minutos à meia-noite, para não interferir no espectáculo Acqua Matrix. Continua em funcionamento, com 40 cabines a percorrer 1230 metros entre a Torre Vasco da Gama e o Oceanário.
Vulcões de água
São seis vulcões ao longo da Alameda dos Oceanos e ainda hoje expelem água, atraindo crianças e adultos, sobretudo nos dias quentes do Verão.
Fonte do Passeio de Ulisses
Localizado à entrada dos Jardins de Água, funciona como mãe d’água que alimenta o sistema hidráulico dos espaços a jusante. A decoração é da autoria da pintora Fernanda Fragateiro que usou mosaicos de vidros, inspirando-se na arte bizantina.
Marina
Apresentou desde cedo deficiências estruturais agravadas pela ondulação do rio, assoreamento e falta de manutenção, tendo sido encerrada um ano após o fim da Expo. Reabriu em 2009, mas apenas a bacia sul está em funcionamento.
Gare do Oriente
Projectada pelo arquiteto e engenheiro espanhol Santiago Calatrava, foi inaugurada três dias antes da Exposição, tornando-se no principal acesso à Expo. Formada por uma estrutura de elementos metálicos, que simbolizam uma floresta, a interface articula o metro, o comboio, autocarros e táxis.
Estação Oriente
Inaugurada a 19 de Maio de 1998, juntamente com as estações Alameda, Olaias, Bela Vista e Chelas. Em Julho 2012 e, depois de sucessivos atrasos e várias datas anunciadas, foi inaugurado o troço Oriente/Aeroporto.
Ponte Vasco da Gama
Inaugurada a 29 de Março de 1998, tem 17,2 Km, dos quais 12,3 Km em tabuleiros suspensos. A obra foi de tal modo importante que justificou uma pré-inauguração com entrada no Guinness: a maior feijoada do mundo servida uma semana antes para 15 mil pessoas.
Torre Vasco da Gama
Serviu como marco urbano para definir o limite norte da margem fluvial da exposição. Com 140 metros de altura, acolheu durante a Expo um restaurante panorâmico. É o arranha-céus mais alto do país, onde está hoje instalado um hotel de luxo.
Parque das Nações
a 15 de Outubro de 1998, o recinto da Expo reabriu como Parque das Nações, recebendo 100 mil visitantes no primeiro fim-de-semana. Década e meia mais tarde, a 8 de Novembro de 2012, foi criada a freguesia
Parque das Nações, hoje com
28 mil habitantes e uma média de
22 milhões de visitas anuais.